No final de julho do ano passado, a parlamentar israelense Ayelet Shaked, do partido de extrema-direita Casa Judaica, defendeu que as "mães palestinas" deveriam ser "abatidas", porque carregavam "serpentes" em suas barrigas. A declaração foi feita no Parlamento israelense durante a ofensiva de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza. Nesta semana, Shaked foi nomeada para o ministério da Justiça pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"Eles têm que morrer e as suas casas devem ser demolidas para que elas não abriguem mais nenhum terroristas", declarou Shaked no Parlamento, acrescentando: "Eles são todos nossos inimigos e seu sangue deve estar em nossas mãos. Isso vale também para as mães dos terroristas mortos".

Segundo a parlamentar todos os palestinos são inimigos de Israel e devem ser mortos. No dia 7 de julho Shaked escreveu em sua página no Facebook:

"Por trás de cada terrorista estão dezenas de homens e mulheres, sem os quais eles não poderiam se engajar no terrorismo. Eles são todos combatentes inimigos, e seu sangue estará sobre todas as suas cabeças. Agora isso também inclui as mães dos mártires, que os enviam para inferno com flores e beijos. Elas devem seguir seus filhos, nada seria mais justo. Eles devem ir, tal como as casas onde foram criadas as cobras. Caso contrário, mais pequenas cobras serão criadas lá."

Na época dessas declarações, Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, comparou Shaked a Hitler. "Uma mulher israelense disse que as mães palestinas devem ser mortas. E ela é um membro do parlamento israelense. Qual é a diferença entre esta mentalidade e Hitler?"

A ofensiva de Israel contra a população de Gaza ("Operação Margem Protetora") durou de 8 de julho a 26 de agosto de 2014, e deixou 2310 palestinos mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Entre os mortos, 547 eram crianças. Os bombardeios israelenses destruíram completamente 17,2 mil residências. Outras 38 mil ficaram seriamente danificadas. Com isso, 475 mil palestinos ficaram desabrigados.