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040515 mediaticosPaísos Cataláns - Revista Abordagem - Colamos este artigo de opiniom de Jordi Sebastià em Vilaweb (a traduçom é de "Helena" e a recolhemos do Chuza!) sobre Podemos e C's e a continuidade do sistema graças a estas marcas brancas dos partidos de sempre, que poderám seguir governando com o apoio destes:


Num artigo publicado na imprensa espanhola há umas semanas, explicava o que eram os Fenómenos Eleitorais Mediáticos (FEM). Em síntese, trata-se de fenómenos que giram em torno de um líder carismático, com boa capacidade comunicativa e que são catapultados por um meio de comunicação de massas, ou mais de um. Participam nas eleições e, graças ao apoio dos meios, obtêm presença nas instituições. São, portanto, actores políticos, mas não organizações políticas. Ideologia, organização, estratégia de aliances possíveis, projecto de município ou de país... todo isto não conta para os FEM.

FEM baseiam o sucesso nas duas características que indiquei antes e, portanto, dependem tanto das possíveis fraquezas do seu líder como do volúvel apoio dos meios que os criaram. FEM não precisam um discurso elaborado nem um programa político concreto. De facto, todo isto é percebido como uma eiva e uma característica da 'velha política' contra a qual dizem que se rebelam, e baseiam a sua propaganda em mensagens vazias: 'Somos a regeneração', 'Faz falta expulsar a casta'; tolices efectivas para um público habituado a confundir a publicidade com a realidade.

FEM ganharam ultimamente um grande protagonismo na política espanhola, mas são fenómenos bem conhecidos e não contribuem em absoluto para nenhuma 'nova forma de actuar' no panorama político. As suas proclamas sobre a 'representação directa da cidadania', a 'participação efectiva através das redes sociais' ou a criação de organismos que 'evitam a partitocrácia' parecem bem ridículas quando contemplamos as suas estruturas reais: rígidas, estritamente piramidais. Apesar de a maioria de jornalistas e muitos politólogos distraídos os tratarem como se fossem organizações políticas e inclusive se esforçarem em marcar diferenças ideológicas entre eles, a realidade é obstinada: todos os FEM são essencialmente os mesmos, os matizes que os diferenciam são meramente superficiais.

Qual o papel fazem os FEM? Num primeiro lugar, servem de agência de colocação rápida para aqueles que se apontam -não o confundam com militantes-. É fácil de comprovar como, à margem de uma percentagem mínima de ingénuos, a maior parte dos que integram as suas listas são arribistas de todo o tipo -vindos quase sempre dos 'velhos partidos' contra os quais dizem que querem actuar- e figurantes que agora, precisamente agora que o vento vem favorável e não dantes, decidiram de 'fazer o salto à política'. Mas, além disso, a presença dos FEM faz quase sempre o mesmo papel no jogo político: favorecer quem já governa. FEM apresentam-se como as opções para a mudança, uma mudança que anunciam que será 'radical', 'de ciclo' e mais boutades pelo estilo, mas realmente não fazem senão complicar esta mudança e inclusive o impedir.

As recentes eleições andaluzas deixaram a prova: o PSOE, que na última legislatura tinha tido de suportar o controlo de IU, agora -graças aos FEM- fica de novo sozinho e com uma oposição fragmentada e delirante pela frente... Na mesmo lógica, nas Ilhas e no País Valenciano, FEM aligeiram a crise do PP. O PP valenciano desfez com ilusão as malas que já tinha bem fechadas de há meses. Um bom resultado dos FEM é a sua única possibilidade de se aferrar ao poder e continuar o espiral de corrupção e degradação a que nos submeteu estes últimos vinte anos, nuns anos terríveis durante os quais os integrantes dos FEM não consideravam que fizesse falta fazer nada.

E na Catalunha? A lógica é a mesma: favorecem quem já tem o poder. Isto, numas eleições onde o eixo real será o sim ou não à independência, quer dizer que favorecem o bloco independentista?. Se os enquéritos tornarem mais ou menos realidade, de um lado teremos Convergència, ERC e a CUP, três organizações bem sólidas. Ninguém duvida que inclusive a mais pequena, a CUP, tem um corpo organitzativo, programàtico e eleitoral bem trabalhado e consolidado. E, de outra parte, do lado unionista? Pois, com um PP e um PSC em descomposição fulgurante ficam... FEM!

Quando o presidente Mas -que ingénuo não o é nada- disse numa entrevista recente que Podemos era um obstáculo para a independência, não manifestava um medo real senão um desejo: queria que o obstáculo para a independência fosse Podemos; porque se este é o obstáculo o trabalho já está feito. Se em Espanha fica alguém com aquilo que dizem 'visão de estado' deve estar a ponto de se suicidar.


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