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210215 netaIsrael - Avante! - [Filipe Diniz] Realizam-se em março eleições gerais em Israel. O partido de Netanyahu, o Likud, publicou já dois vídeos de pré-campanha que têm deixado estarrecidos os mais empedernidos sionistas.


No segundo, um carro com indivíduos vestidos como militantes do Estado islâmico (EI). O condutor pergunta ao outro ocupante o caminho para Jerusalém. Este responde: "o caminho é pela esquerda". Ao fundo, os militantes do EI ouve-se um rap: "Desde criança que sei que quero ser enterrado na terra onde jaz o meu avô. Desde criança que sei que quero ser soldado e pertencer à Fatah, Hamas e Abbas". Contra esta ameaça, pede o vídeo, vote Netanyahu, porque a referida "esquerda" é fraca e submissa. Trata-se dos trabalhistas, tão sionistas como o Likud.

Mas o primeiro vídeo é o mais marcante. Um casal está em casa à espera da babysitter. Quem lhes entra pela porta é o próprio Netanyahu, que se apresenta como Bibi-sitter (o tosco trocadilho resultado de "Bibi", o diminutivo pelo qual os seus admiradores o conhecem. Garante-lhes: "sou eu quem tomará conta dos vossos filhos". O casal despede-se: "Shalom" (paz). Netanyahu responde: "Não a qualquer preço".

Estes vídeos conseguem em minutos resumir questões essenciais: a falsa "bipolarização" sobre a qual este tipo de regime constrói a sua fachada "parlamentar"; o genocídio e a guerra como meios insubstituíveis de defesa. Que Netanyahu tenha escolhido a defesa das crianças como arma de campanha diz tudo sobre a dimensão humana do personagem. Segundo dados fiáveis e documentados (por exemplo em rememberthesechildren.org) desde 2000 até à operação "Chumbo fundido" morreram mais de 2.300 crianças palestinas, não se incluindo nesse número todas as que morreram em consequência da falta de cuidados médicos e de medicação resultantes do bloqueio israelita. No mesmo período, morreram 129 crianças israelitas.

Mas o que mais surpreende é o carácter caricato – para não se dizer imbecil – de tais mensagens pré-eleitorais. Será da baixa consideração em que o sionismo tem com o seu eleitorado, ou dar-se-á o caso de o sionismo ter entrado na fase senil? Uma coisa é certa: quando Netanyahu for levado a julgamento pelos seus crimes (e esse dia há de chegar), pode sempre apresentar estes vídeos e invocar inimputabilidade.


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