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171214 aleppoSíria - Prensa Latina - A guerra imposta à Síria ameaça não só destruir o futuro de seu povo, mas também seu passado como evidenciam os danos a mesquitas, castelos medievais, igrejas e ruínas romanas, vestígios da história milenar do país.


Por estas terras passaram os antigos egípcios, fenícios, arameus, assírios, babilônicos, persas, gregos, romanos e bizantinos até a conquista árabe no século VII, e todos deixaram sua marca nesta nação levantina.

Considerada desde tempos imemoriais como uma fonte da cultura e das artes, a Síria vê ameaçada hoje seu patrimônio pela pilhagem dos extremistas, que se dedicam ao contrabando de peças históricas para financiar suas campanhas de terror.

Ainda que o governo conseguiu proteger a maioria das peças dos museus do país, os sítios históricos são alvo de saques sistemáticos por parte de grupos armados, denunciou o diretor geral de Antiguidades e Museus da Síria, Mamoun Abdelkarim.

Centenas de mercenários que trabalham com redes de delinquência organizada tentam roubar peças arqueológicas, assegurou o especialista, depois de chamar a comunidade internacional a atuar para evitar o contrabando de antiguidades sírias.

Como parte dos esforços sobre o tema, as autoridades anunciaram uma página de internet para documentar e criar um banco de dados do Patrimônio Imaterial do país, com o objetivo de preservar seu legado histórico imaterial.

Para além da devastação produzida pela guerra, estes lugares são alvo de roubo, escavações clandestinas e saques de todo tipo.

A Cidade Velha de Damasco, Bosra, Alepo, Palmira, o Krak dos Cavaleiros, a Cidadela de Saladino e os povos antigos do norte, estão inscritos na lista do patrimônio mundial da Unesco.

Durante décadas esses lugares foram passagem obrigatória para turistas, historiadores, cientistas ou simples indivíduos e uma das principais fontes de renda do país devido à chegada massiva de visitantes. No entanto, agora tudo mudou.

Nos últimos quatro anos, a antiga cidade de Palmira, as ruínas grecorromanas de Apamea, o Krak dos Cavaleiros (castelo construído pelos Cruzados) e o casco histórico da cidade de Alepo ao norte, entre outros lugares, foram saqueados ou sofreram importantes danos devido aos confrontos.

Fontes governamentais denunciaram que em Apamea, construída pelo rei Seleuco I no século III antes da nossa era, os mosaicos foram arrancados a marteladas e muitas estátuas romanas foram roubadas para vender no exterior.

Mais de 75 pontos arqueológicos da região sofreram prospecção arbitrária, entre eles o museu na localidade de Qallat al-Madiq, uma das mais importantes do mundo em relação a qualidade e quantidade de mosaicos, afirmou o chefe do Departamento de Arqueologia da província de Hama, Abed al Kader Ferzat.

Também os restos da antiga cidade de Ebla, a 55 quilômetros sudoeste de Alepo, ficaram danificados pelos combates e foram submetido a uma pilhagem sistemática.

Em pior estado está a cidade de Alepo, frente de batalha durante mais de dois anos.

Muitos de seus vários monumentos históricos foram destruídos ou danificados como a Grande Mesquita, que alberga os restos do profeta Zacarías; a Cidadela, construída no século XIII; e a madrasa (escola) de Halawiyé, construída em 1124 sobre uma antiga catedral bizantina.

A lista de danos é interminável e inclui o mosteiro de Saidnaya (no povo de igual nome), fundado pelo imperador Justiniano em meados do século VI.

Os restos das antigas aldeias do norte de Síria correm grande perigo. Conhecidas como as cidades mortas, perderam muitos de seus monumentos históricos como moradias, banheiros públicos, templos pagãos e igrejas.

Habitados entre os séculos I e X, esses assentamentos (ao redor de 700) muito bem conservados refletem a vida rural na Antiguidade tardia e durante o período bizantino

Telanissos, Al Bara, Surkania, Dar Qita, Ruweiha e Surkania, entre outros, são testemunhas mudas de uma civilização agora desaparecida.

Segundo os especialistas nacionais, as regiões mais expostas são aquelas que escapam ao controle do governo e com presença de grupos da oposição armada.

Considerado um dos mais ricos do mundo, o patrimônio histórico sírio é mais uma vítima de uma guerra que custou até agora mais de 200 mil e que continua ameaçando com apagar uma herança milenar.


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