Enquanto o presidente norte-americano, Barack Obama, tentava fechar um acordo pelo Acordo Trans-Pacífico (TPP), o presidente da China, Xi Jinping, defendia a Área de Livre Comércio da Ásia-Pacífico (FTAAP)
Durante o encontro da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), no dia 11 de novembro, em Pequim, China e Rússia fecharam 17 acordos bilaterais nas áreas de finanças, infraestrutura e energia. O imperialismo norte-americano está impulsionando a TPP (Parceria do Trans-Pacífico) com o objetivo de disputar os mercados da região, principalmente com a China, em relação ao comércio de armas, as grandes obras de infraestrutura e, principalmente, como um primeiro passo para aumentar o controle dos governos locais com o objetivo de aumentar o saque dos recursos da região através do controle dos mecanismos financeiros.
A participação do imperialismo japonês na TPP explica-se pelo profundo envolvimento dos bancos japoneses na especulação financeira internacional. Ao mesmo tempo, busca aumentar a sua penetração nos mercados da China e da Coréia do Sul devido à necessidade de desovar as exportações de produtos manufaturados de alto e médio valor agregado, que se encontram em queda livre por causa da diminuição da demanda nos mercados centrais. O Japão enfrenta uma profunda estagnação econômica, acentuada após o desastre nuclear de Fucuxima em março passado, déficit público de 4% e dívida de quase US$ 8 trilhões.
O governo chinês procura enfrentar a TPP, principalmente em relação às obras de infraestrutura, comércio de armas e controle das matérias primas dos países da região, pois, com a queda das exportações de produtos manufaturados de baixo e médio valor agregado para os países centrais e o iminente estouro das bolhas imobiliária e de obras de infraestrutura, a situação do País deverá enfrentar rápida deterioração no próximo período.
A tentativa de conter o aumento dos salários chineses
A TPP (Aliança Trans Pacífico) tem sido impulsionada pelo imperialismo norte-americano com o objetivo de conter o aumento dos preços dos produtos manufaturados asiáticos, principalmente chineses, na busca por mecanismos alternativos para possibilitar a contenção da queda nos lucros dos monopólios, acentuada devido ao enfraquecimento do imperialismo norte-americano em escala mundial. O aumento dos salários na China de US$ 30, a média na década de 1980, para US$ 260, tem afetado as taxas de lucro dos monopólios que, devido ao alto grau de parasitismo, somente conseguem conviver com salários de semiescravidão e com a depredação ambiental em larga escala.
Ao mesmo tempo, o aprofundamento da crise capitalista na China tem levado à disparada da especulação financeira, que é controlada pelo imperialismo norte-americano. Sob a propaganda do "penúltimo passo em direção ao capitalismo chinês", o governo inaugurou em Xangai, a principal cidade da China, a primeira zona de livre comercio, que deverá servir como modelo a ser seguido. Várias medidas apontam nesse sentido e refletem o esgotamento da "locomotiva do mundo": a conversibilidade da moeda nacional, o yuan; a determinação pelo mercado das taxas de juros; a abertura para os especuladores financeiros de setores chave da economia, com o de telecomunicações, o bancário, seguros, serviços médicos e jurídicos e até tudo o que for entendido como lazer, incluindo grande parte dos serviços de Internet.
Enquanto o imperialismo norte-americano tenta fortalecer a influência na Ásia, a China tem aumentado a influência na OCX (Organização para o Cooperação de Xangai), em aliança bastante estreita com a Rússia.
A China e a Rússia são duas das principais potências regionais em escala mundial. Apesar dos acordos que possuem com o imperialismo, elas estão armadas até os dentes e têm enorme poder de fogo.