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210814 bandeirapretaEstados Unidos - Vermelho - [Igor Siletski] Barack Obama prepara uma declaração devido à morte do jornalista James Foley. O vídeo com a gravação da execução do norte-americano foi colocado na Internet pelos combatentes da organização Estado Islâmico, tendo ameaçado matar os restantes reféns se Washington não cessar os ataques contra suas posições.


Entretanto as tropas governamentais do Iraque e os destacamentos armados dos curdos seguem combatendo os destacamentos do Estado Islâmico, enquanto a situação humanitária no norte do Iraque continua se agravando.

No dia 19 de agosto na rede apareceu um vídeo em que um combatente do autoproclamado Estado Islâmico decapita o jornalista de 40 anos. Ele ameaça executar os restantes reféns, nomeadamente o jornalista Steven Sotloff, também exibido nessas imagens, se os EUA não pararem os bombardeamentos.

A Casa Branca não comenta a informação sobre a declaração do presidente: eles referem que os serviços secretos estão ainda verificando a autenticidade do vídeo. Contudo, uma das personalidades confirmou aos jornalistas que o vídeo surgido no YouTube com a alegada execução de Foley, desaparecido na Síria em 2012, não é uma falsificação.

A ofensiva dos islamitas no norte do Iraque provocou uma catástrofe humanitária, reconhece a ONU. Mais de meio milhão de iraquianos foi obrigado a fugir, temendo por suas vidas. Esses receios são mais que fundamentados: só nos últimos dias os militantes do Estado Islâmico executaram mais de 700 pessoas que se recusaram a aceitar sua interpretação do Islã. Além disso, os islamitas bloquearam os curdos jaziditas nas montanhas Sinjar, onde a situação é gravíssima.

Washington, ao expressar sua preocupação pela catástrofe humanitária, não se apressa a ajudar o governo central. O Pentágono, contudo, bombardeia regularmente, com a bênção de Obama, as posições do movimento Estado Islâmico. Segundo foi declarado, "para proteger os que estão ameaçados", subentendendo com isso os curdos jaziditas.

Nessa situação há dois fatores que surpreendem. Em primeiro lugar, os norte-americanos estão bombardeando os mesmos combatentes que ainda há pouco eram por eles financiados e apoiados na sua luta contra Bashar al-Assad na Síria, recorda Igor Kovalev, perito da Escola Superior de Economia:

"Podemos recordar a situação na Líbia, quando os rebeldes líbios, depois de terem derrubado Kadafi, mais tarde assassinaram o embaixador dos EUA. Ou seja, esses erros, a incapacidade de calcular todas as ações posteriores das forças que Washington financiou no início, não acontecem pela primeira, nem pela última vez."

Outro fato, não menos interessante: Washington, na prática, recusou ajudar o governo central do Iraque, mas concentrou seu apoio, assim como o apoio de seus aliados europeus que se lhe juntaram, aos líderes curdos. Isso tem sua explicação.

Depois da saída das tropas norte-americanas, as novas autoridades de Bagdá tentaram jogar à independência de Washington. O resultado foi mau. Esses mesmos curdos dominaram sorrateiramente a província de Kirkuk, a qual formalmente não fazia parte do Curdistão Iraquiano. Assim, eles concentraram em suas mãos 60% da exploração do petróleo iraquiano.

Mas, além do petróleo, aos norte-americanos pouco mais lhes interessa nesse país. Assim como não lhes interessa um Iraque unido, refere o analista político Viacheslav Matuzov:

"Os estadunidenses não estão interessados na manutenção do Iraque como um Estado unido e independente. Sua política visa a divisão do Iraque. Isso é claramente visível porque os norte-americanos e os europeus apoiam não o governo central, mas as regiões curdas que anseiam por criar um Estado independente. Essa vontade dos EUA em dividir o país ameaça não só o próprio Iraque, mas todos os países do Oriente Médio."

Além dos EUA, também a França e o Reino Unido estão dispostos a armar os curdos. Mas, inesperadamente, Berlim se pronunciou contra. A criação de um estado curdo independente no norte do Iraque irá provocar mais instabilidade na região, declarou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha Frank-Walter Steinmeier.

As ações dos EUA não se têm destacado por sua originalidade nos últimos anos: o princípio básico é velho como o mundo: "dividir para reinar". É a mesma abordagem que Washington faz à Ucrânia. Ela apenas é feita da forma exatamente oposta.

Os norte-americanos tentam parar os abusos dos islamitas no Curdistão com ataques aéreos. Eles apoiam os sentimentos independentistas dos curdos e não se opõem a que eles realizem um referendo sobre a independência.

Já às ações das tropas governamentais no sudeste da Ucrânia os EUA fecham os olhos, ignorando a vontade da população de língua russa expressa no referendo.

Os Estados Unidos aprovam mesmo a transferência para a região, a partir dos países do antigo Tratado de Varsóvia, de tanques, artilharia e munições de fabrico soviético, ampliando a escala da catástrofe humanitária.


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