Em fevereiro de 2011 a OTAN, liderada por França, EUA e Reino Unido, bombardeou o País para precipitar a derrubada do governo, que enfrentava protestos de massa.

O nacionalismo árabe estava esgotado, e Khadafi tinha adotado um modelo neoliberal na Líbia. Por isso as massas estavam mobilizadas para derrubar seu governo. A intervenção militar do imperialismo tinha o objetivo de colocar um governo diferente que contivesse as massas.

Passados três anos daquele bombardeio, e pouco mais de dois anos da queda do governo, em agosto de 2011, o governo do País não tem controle sobre todo o território nacional.

Essa semana, o governo negociou a liberação de três portos dominados por grupos rebeldes armados, em Ras Lanuf, Es Sider e Zueitina. O controle desses portos pelos rebeldes impede que se exporte por meio deles o petróleo da Líbia.

A receita desse petróleo é indispensável para o novo governo, que, sem capacidade de tomar esses portos, vê-se obrigado a negociar com grupos de rebeldes armados.

O descontrole do governo sobre a Líbia é generalizado. Diversas regiões são controladas por chefes tribais locais, militares e políticos que retornaram do exílio.

Líderes rebeldes exigem uma federalização do País, retomando o modelo da constituição de 1951.

A disputa também é pelo dinheiro gerado pelo petróleo. Líderes das regiões petroleiras querem que mais dinheiro do petróleo seja investido e fique em suas regiões. Essa divisão do País, sem um controle central, fugiu dos planos do imperialismo, que derrubou Kadafi para se apropriar do petróleo da Líbia.