Entre a última sexta-feira (22) e domingo (24), manifestantes se reuniram para pedir o fim do Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança (WHINSEC), antiga Escola das Américas, em Fort Benning, no estado de Georgia, onde fica a sede. A manifestação foi convocada pela organização SOA Watch, que pede o fim desta instituição militar.
A Escola das Américas foi criada pelo governo norte-americano para orientar os militares latino-americanos durante os anos 60 e 70 e preparar os golpes de estado que ocorreram em todo o subcontinente neste período. Entre os alunos, está o ex-ditador do Panamá, Manuel Antonio Noriega e militares ligados ao golpe militar de 64, ao golpe de Augusto Pinochet, no Chile e de outros países.
Ano passado, centenas de manifestantes também se reuniram em Fort Benning para pedir o fechamento da escola e o fim das bases militares dos EUA na América Latina.
"A Escola das Américas é um exemplo da influência antidemocrática que os EUA continua exercendo nos países da América Latina, que resultaram em milhares de mortes desnecessárias", afirma padre Roy Burgeois, fundador da SOA Watch.
O protesto coincide com a campanha eleitoral em Honduras, onde há temores de que um graduado da Escola das Américas ameace as eleições. O país foi alvo de um golpe militar em 2009, com a prisão pelo Exército do então presidente, Manuel Zelaya. Neste ano, ele está questionando o resultado das eleições.
Por interesse dos EUA, não é só Honduras que continua sobre o risco de golpe militar entre os países latinos. Em todos os países que estão sob governos nacionalistas a atuação golpista da direita tem aumentado. Isto fica claro na Venezuela, com a ação da oposição que já chegou a matar membros do partido chavista, em atentados e no Brasil, com o alinhamento de toda a imprensa burguesa contra o governo do PT.