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310713 iseuaPalestina - Vermelho - [Moara Crivelente] Como previsto, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry deu declarações a uma coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (30), após a reunião entre representantes israelenses e palestinos, em Washington, para a discussão sobre a retomada das negociações de paz, anunciada para as próximas duas semanas, em Israel ou na Palestina.


Entretanto, vozes contrárias às negociações em Gaza e na Cisjordânia também tiveram a atenção da mídia palestina.

Na companhia da ministra da Justiça israelense, Tzipi Livni, e do chefe da equipe palestina nas negociações, Saeb Erekat, Kerry disse que "as partes concordaram de que todas as questões determinantes, matérias centrais e outros aspectos estão sobre a mesa para as negociações", em referência à exigência palestina de uma solução final como resultado dos esforços, que por demasiado tempo têm conduzido a situações e acordos interinos desvantajosos.

A reunião iniciada durante um jantar, nesta segunda-feira (29), e estendida nesta terça, representam as primeiras negociações diretas desde 2010, embora a discussão de aspectos realmente significativos, para muitos analistas, tenha acontecido pela última vez em 2007.

Durante a coletiva, Livni disse que Kerry mostrou que nada pode parar alguém que acredita. Ela disse que, apesar da esperança, Israel não pode se dar ao luxo de "ser inocente" e prometeu "fazer tudo pela segurança" do país, já que "há uma nova oportunidade, e não podemos desperdiçá-la" falando do passado.

Erekat também falou brevemente durante a coletiva: "Os palestinos sofreram demais e ninguém será mais beneficiado por esse processo" do que eles.

Os dois lados concordaram em manter o conteúdo das negociações confidencial, disse Kerry, reafirmando que será o único a fazer comentários sobre ele. O chamado "Quarteto" de mediadores nas negociações (Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU, assim denominados em 2002, com um "Mapa do Caminho" para uma solução de dois Estados), urgiram os israelenses e os palestinos a evitarem ações que prejudiquem o novo processo.

Vozes contrárias

Salman Masalha, jornalista israelense, em artigo desta terça, soma-se aos vários da mesma nação que, embora voltados para a urgência de uma solução, têm pouca crença no resultado das novas negociações anunciadas. Masalha diz que todas as questões fundamentais estiverem esclarecidas "nesse diálogo de surdos", mas que nenhuma das partes pretende realmente resolver a situação.

"Para resolver o conflito israelense-palestino é necessário fazer frente a questões centrais, já que é no centro que estão tanto os riscos quanto a solução. Parece que, à medida que o tempo passa, continuamos voltando ao mesmo ponto de origem", diz o jornalista.

Entretanto, Masalha diz que o plano de divisão do território entre palestinos e israelenses nunca foi internalizado pelas duas partes, esquecendo-se, porém, que é Israel quem já tem um Estado reconhecido e estabelecido, enquanto os palestinos ainda não conseguiram a autodeterminação a que têm direito, teoricamente, segundo inúmeras resoluções da ONU.

Além disso, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) já reconheceu também o Estado israelense, e reivindica para si territórios já extremamente desproporcionais, com base nas fronteiras de 1967, quando Israel invadiu e ocupou territórios árabes, a partir da Guerra dos Seis Dias.

Importante ressaltar também é a postura dos movimentos islâmicos, maioritários na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas. Tanto o Hamas quanto o segundo em influência, Jihad Islâmica, negociam uma eventual integração à OLP, uma frente ampla composta atualmente por 13 partidos, para formarem parte de um futuro governo nacional.

Enquanto as negociações são retomadas, entretanto, a Jihad Islâmica classificou a situação como um risco para a potencial divisão regional: "Nossos inimigos estão tentando dividir uma terra já dividida e trocar o conflito com os sionistas por um religioso e sectário", disse Ramadan Shallah, líder do movimento, analisando um contexto mais amplo, com a violência nos vizinhos imediatos, Líbano e Síria.

"Acho que a liderança palestina está ciente disso e espero que não caia na armadilha, especialmente desde que o Mundo Árabe está à beira de um novo e mais perigoso Acordo Sykes-Picot", continuou, em referência ao acordo franco-britânico de 1916, que dividiu a região em esferas de influência, após a Primeira Guerra Mundial e a queda do Império Otomano.

Além disso, a agência de notícias palestina Ma'an também noticiou protestos contra as negociações, que chamaram de "fúteis". Segundo a agência, as manifestações foram organizadas pela Frente Popular de Libertação da Palestina, pela Frente Democrática para a Libertação da Palestina e pelo Partido Popular Palestino (PPP), todos integrantes da OLP, de que a Autoridade Palestina, presidida por Mahmoud Abbas, é o órgão Executivo.

Porta-vozes dos partidos disseram que Abbas tomou a decisão de retornar às negociações sem consultar os outros partidos, e que "estamos contando com garantias norte-americanas que já se provaram malsucedidas no passado, e vão se provar malsucedidas no futuro", disse Khaled Mansour, do PPP.

Um exemplo dado por Mansour para a recusa da validade das negociações é a ausência de uma exigência, a Israel, para o congelamento na construção de colônias em territórios palestinos, ou para o reconhecimento das fronteiras de 1967.

Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho

 

 

 


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