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290413 saudSíria - Prensa Latina - Um ex-alto servidor público saudita exigiu que a comunidade internacional armasse os grupos mercenários que operam na Síria, o que confirma o antagonismo de Riad com Damasco e seus esforços abertos para derrubar o governo do presidente Bashar Al Assad.


O ex-chefe da Inteligência da Arábia Saudita, Turki al-Faisal, propôs a 25 de janeiro em Davos, Suíça, no Fórum Econômico Mundial, que a denominada oposição síria "requer agora meios sofisticados capazes de derrubar aviões e destruir tanques a longas distâncias".

Seria um terrível erro não enviar essas armas, considerou o membro da família real saudita, que nestes momentos dirige o Centro de Investigação e Estudos Islâmicos Rei Faisal em seu país.

Líderes políticos e empresariais de várias partes do mundo escutaram al Faisal defender tais propostas com o objetivo de "nivelar o campo de jogo", segundo suas palavras, reportou o jornal Saudi Gazette.

A maioria das armas dos irregulares provém dos ataques aos arsenais militares e dos desertores do Exército quando se incorporam a suas filas, assegurou.

Urge enviar armamento sofisticado e de alto nível que possa derrubar aviões e destruir os blindados do Exército Árabe Sírio, que hoje não está chegando, disse.

Com estas palavras reconheceu de maneira indireta que o conflito neste país é em grande parte uma construção artificial alentada e financiada por potências estrangeiras.

Uma análise da televisão estatal comentou aqui que tal solicitação constitui uma flagrante violação da soberania síria por parte da Arábia Saudita e dos países do Golfo Pérsico.

Apoiar e armar os grupos terroristas que operam em nosso país só servirá para semear o caos, a morte, a destruição e a sabotagem entre a população civil, argumentou a rede de televisao.

Nos últimos meses, numerosos chamados de imprensa e informações de inteligência desclassificadas revelaram os estreitos nexos de Riad, da mesma forma que de Doha e Ancara, entre outros, na organização, armamento e financiamento dos grupos mercenários que operam nesta nação levantina.

Arábia Saudita e Catar são partes básicas da guerra que pretende incendiar Síria, bem como os principais financiadores do denominado Exército Livre Sírio, assegurou a inícios de janeiro o reconhecido escritor e jornalista francês Thierry Meyssan, em uma entrevista exclusiva ao canal al-Mayadeen.

Reforçou que depois da crise de violência na nação do Oriente Médio subjaz um sistema logístico-militar integral pago pelos dois países do Golfo, o qual se vale de redes israelenses para armar os insurgentes e utiliza pessoal da OTAN para treiná-los.

Isso é confirmado pelo recente confisco de um aparelho de transferência de informação da Aliança norte-atlântica em mãos dos irregulares, o qual permitia conhecer via satélite os lugares onde se concentram as unidades do Exército Árabe Sírio, para depois atacá-las, explicou o também fundador da Rede Voltaire.

Cabe destacar que o chamado Exército Livre Sírio (ELS), a principal força armada que combate contra o governo, está integrado em uma percentagem significativa, segundo estudos, por grupos islâmicos radicais como a Frente Al Nousra, filial da organização Al Qaeda neste país.

Dias atrás, o boletim francês Intelligence On-line, especializado em Assuntos Estratégicos, revelou que os serviços de Inteligência da Arábia Saudita se encontram implicados na formação de Al Nousra.

O meio noticioso assinalou que a inteligência saudita apadrinhou o surgimento da entidade que planeja estabelecer um Califado na Síria mediante a imposição da Sharia ou Lei Islâmica com o objetivo de impor os valores mais ortodoxos da religião.

De acordo com o boletim publicado em Paris, a inteligência saudita encabeçada por Bandar bin Sultan bin Abdul Aziz Al Saud aproveitou seus amplos contatos com os movimentos armados em Iraque para ajudar a criar a Frente Al Nousra. Graças ao dito financiamento e o apoio de aliados no Líbano, a organização jihadista -que convoca uma Guerra Santa-, armou com rapidez suas forças para atacar às tropas do Exército Árabe Sírio, precisou a fonte.

A experiência nos atentados suicidas em território iraquiano permitiu dirigir golpes contra objetivos em Síria, esclareceu.

O mesmo boletim citou a existência de um documento onde se plasma a decisão de Riad de libertar centenas de terroristas e criminosos condenados a morte por contrabando de drogas, assassinatos e violações, sob a condição de ir a Síria e afiliar-se ao ELS e à Frente Al Nousra.

A organização extremista atribuiu-se a maioria dos mais mortais carros bomba e atentados suicidas ocorridos ao longo do território sírio, o mais recente dos quais matou 32 pessoas na cidade de Salamiyyeh, no centro do país, segundo reconheceu a própria organização.

Recentemente, o Departamento de Estado de Estados Unidos incluiu-a na lista de organizações terroristas sujeitas a sanções conquanto Washington, ao respaldar as ações do ELS na contramão do governo do presidente Bashar Al Assad, apoia de maneira indireta a quem alega combater.

O anterior demonstra que longe de contribuir a fomentar "a liberdade" e a "segurança" em Síria, como assegura, o governo saudita apadrinha a um dos atores mais letais e extremistas, causadores de grandes sofrimentos e morte ao povo sírio.


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