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korea x usaCoreia do Norte - Brasil de Fato - [Alipio Freire] Enfim, alguém paga pra ver, frente às ameaças da Casa Branca.


É insuportavelmente cínica a postura de Washington: não abre mão de "aperfeiçoar" seu arsenal nuclear e, ao mesmo tempo, tenta impor limites aos países que desenvolvem programas atômicos.

Cansativa também, a arenga de pacifistas de ocasião que, a qualquer rosnar dos EUA (e apenas nesses momentos), empunham a bandeira da não proliferação das armas nucleares – palavra de ordem sempre dirigida contra os inimigos das elites estadunidenses.

A chantagem atômica se firmou desde agosto de 1945, com o maior e mais hediondo crime da Segunda Guerra: Hiroshima e Nagasaki. A guerra contra o Japão estava ganha desde julho. As bombas de agosto foram um recado para todos os povos do Mundo: surgia um novo Império, que não admitiria ser contrariado em seus objetivos de dominar o Planeta. Usaria o terror sempre que quisesse e considerasse necessário. A bomba atômica soviética de 1949 (29.08), não somente criou um freio para o terror semeado pelos EUA, como também foi fator fundamental para a vitória dos comunistas na China (1º.10.1949) .

Lembramos ainda: nos anos 1950 os EUA não ocuparam toda a Península Coreana, graças à ação militar da então jovem República Popular da China (com o apoio do Kremlin) que fez as tropas estadunidenses recuarem até o paralelo que define hoje a fronteira entre as duas Coreias.

Além de possuir armas nucleares, como Teerã, Pyongyang não tem Jerusalém no seu calcanhar e, sua fronteira Norte é com a China que, mesmo fazendo advertências a Pyongyang, não é suicida para permitir mais um governo títere dos EUA em suas barbas. Impossível não enxergar o papel estratégico do país, tanto do ponto de vista da Casa Branca, quanto da Praça da Paz Celestial.

O presidente Kim Jong-un não está blefando. Mais que ninguém, ele conhece os trunfos de que dispõe. O presidente Kim Jong-un não está ameaçando a paz mundial. Ele está defendendo a integridade territorial e a soberania do seu país – como cabe a um estadista.

Não é impossível – e sequer improvável – que a atual crise se resolva a seu favor. No entanto, nestes confins do Ocidente, só saberemos o que realmente aconteceu, daqui a algumas décadas, como aconteceu com a crise dos mísseis soviéticos em Cuba (1962). O preço da retirada dos mísseis de Moscou do território cubano, foi a retirada de mísseis de potências capitalistas do território turco. Aliás, em termos estratégicos, a Turquia estava para a então União Soviética, do mesmo modo que Pyongyang está para Pequim.

Alipio Freire é escritor.


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