Os refugiados sírios ganharam a permissão de entrar no Iraque e devem receber assistência humanitária de órgãos do país e da organização internacional Crescente Vermelha, informounesta segunda-feira (23/07) a rede estatal Iraquyia.
O primeiro ministro iraquiano mudou de ideia após ter provocado indignação entre a população do país quando afirmou que o Iraque era incapaz de receber os refugiados sírios pela “falta de serviços a oferecer” na última sexta-feira (20/07). Nouri al Maliki pediu o apoio das forças do exército e da polícia iraquiana para receber os sírios.
Em decorrência da intensificação do conflito, a crise humanitária na Síria se agravou durante os últimos dez dias. Cerca de 120 mil refugiados sírios já procuraram proteção na Jordânia, Iraque, Líbano e Turquia e aproximadamente 1 milhão de sírios já se deslocaram internamente, segundo dados da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).
O Iraque, no entanto, foi o país que menos recebeu as vítimas do conflito sírio: cerca de 7 mil refugiados foram registrados no país. Apenas na semana passada, cerca de 30 mil pessoas cruzaram a fronteira da Síria país com o Líbano que já recebeu 29 mil refugiados. Os campos de refugiados da Jordânia abrigam, atualmente, 34 mil sírios e os da Turquia, 42 mil refugiados.
A situação dos refugiados entre os dois países parece se inverter com a deflagração do conflito na Síria. Até o início de 2011, a Síria recebeu milhares de iraquianos que fugiam da guerra de seu país. O governo sírio estima que 1 milhão de iraquianos encontram-se, atualmente, no país. “Eu temo pelos civis que foram pegos pela violência em Damasco, incluindo a grande população de refugiados iraquianos que lá residem”, alertou Antonio Guerres, alto comissário para refugiados.
Segundo informações da ONU, milhares destes refugiados iraquianos voltaram para seu país com os últimos acontecimentos na Síria e outros 2 mil estão abrigados em parques e escolas em Damasco.
Os refugiados que chegarem ao Iraque devem encontrar, no entanto, uma nova onda de violência. Nesta segunda-feira (23/07), pelo segundo dia consecutivo, o país enfrentou atentados a bomba e tiroteios nas cidades de Bagda, Kirkuk e outras. Estima-se que mais de 100 pessoas morreram e 180 ficaram feridas nos 19 ataques desta manhã.