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260410_pb.jpgASEH [Ramón Sola, GARA] - O murmurar da onda basta para derrubar já alguns diques. 


Já ninguém despreza o potencial do caminho empreendido pela esquerda abertzale, ninguém fala de «mais do mesmo», ninguém sente o chão firme debaixo dos pés

Primeira notícia: a declaração apresentada pela esquerda abertzale em Iruñea libertou ontem uma verdadeira torrente de reacções. Falaram todos, ou seja, todos aqueles que preferiram responder com silêncios depreciativos à Declaração de Altsasu, ao documento «Zutik Euskal Herria» e inclusive a uma Declaração de Bruxelas que reunia os principais líderes das duas partes nos processos de solução sul-africano e irlandês.

Em Iruñea falou-se de erguer uma «onda crescente» a favor da solução para o conflito. Mas bastou o primeiro rumor de fundo para começarem a cair muitos diques dialécticos. Iniciativas como Independentistak, Hamaika Bil Gaitezen, Adierazi ou GaztEHerria acabaram agora mesmo de nascer, em Madrid vão parecer chinês e em Euskal Herria, a muitos, também. Mas já ninguém despreza o potencial do caminho empreendido pela esquerda abertzale. Ninguém fala de «mais do mesmo». Ninguém sente o chão firme debaixo dos pés. Toda a gente intui que efectivamente se pode formar uma onda capaz de arrasar todos os esquemas pré-definidos dos últimos anos. O PSOE corre a reposicionar-se: já não diz que não há nada de novo, mas que não pode fazer nada para ajudar (como se alguém esperasse de gente como Rubalcaba outra coisa que não sejam sabotagens repressivas).

Ao PP já não lhe basta que a ETA possa parar, exige condenações, perdões, inclusive acatamentos da Constituição (e a ver vamos se flagelações públicas). O PNV assume que a esquerda abertzale avança, mas alega que o «comboio da normalização» já estava em marcha antes (será aquele que os atropelou em Lakua?). Declarações que soam pelo menos a improvisação, quando muito a impotência. É que os muros anteriores não servem, foram superados pela realidade.

Hão-de construir novos diques, claro está. Mas serão cada vez menos críveis, tão artificiais como as reacções de ontem. Se esse ruído de fundo se continuar a transformar em onda e a onda em maré, não terão outra hipótese senão apanhá-la ou ficarão a construir molhes sempre incapazes de lidar com o temporal.


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