Um instituto de pesquisa japonês obteve nesta quinta-feira (31/12) o direito de nomear um novo elemento químico da tabela periódica, o 113º, anunciou a IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada, na sigla em inglês).
O centro Riken Nishina (Riken Nishina Center for Accelerator-Based Science, em inglês), ligado ao governo japonês, disputava o direito de descoberta do 113º elemento químico, que tem o nome provisório de unúntrio, com pesquisadores norte-americanos e russos. Em 2012, nove anos após o início das pesquisas, os japoneses chegaram a resultados que comprovaram a existência do elemento.
O centro já declarou que considerava nomear o elemento de “japônio”. Segundo Kosuke Morita, líder do grupo de pesquisa, os pesquisadores se dedicarão durante parte de 2016 para escolher o nome. De acordo com o centro Riken, esta é a primeira vez que cientistas da Ásia descobrem e ganham o direito de nomear um elemento químico.
“Agora que nós demonstramos conclusivamente a existência do elemento 113, planejamos olhar para o território inexplorado do elemento 119 e além”, disse em nota Morita, líder do grupo de pesquisa. O elemento, que é altamente radioativo, existe apenas em laboratório.
O átomo do novo elemento possui 113 prótons em seu núcleo. Isótopos deste elemento têm "vida curta", durando menos de um milionésimo de segundo, o que dificultou sua descoberta. A equipe de Morita conseguiu sintetizar o elemento em três ocasiões com uso de um acelerador de partículas. O método consiste em colidir íons de zinco em uma camada ultrafina de bismuto.
Segundo a agência de notícias AFP, a conquista dos cientistas foi muito celebrada pela mídia japonesa. O país tem uma forte tradição em pesquisas científicas e seus cidadãos já venceram mais de 20 prêmios Nobel em ciências como física, química e medicina - dois deles em 2015.
Também nesta quinta-feira, a IUPAC concedeu os direitos de nomear os elementos 115 e 117 para dois institutos de pesquisa dos Estados Unidos. Um centro russo obteve o direito de nomear o elemento 118. “Para os cientistas, isso [ter reconhecido o direito de descoberta e de nomear o elemento] vale mais do que uma medalha de ouro olímpica”, afirmou à imprensa Ryoji Noyori, ex-presidente do centro Riken e já vencedor do prêmio Nobel de química.