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131013 cinamaprimeiroFrança - Opera Mundi - [Amanda Lourenço] Criado pelos irmãos Lumière, local recebeu investimento de R$ 18 milhões em obra que durou seis anos.


O cinema mais antigo do mundo voltou a funcionar nesta quarta-feira (09/10), na cidade de La Ciotat, sul da França. Fechado há 30 anos, o Eden Théatre reabriu as portas em grande estilo com a estreia do novo filme de Roman Polanski e um espetáculo à parte: uma projeção digital na própria fachada do prédio, que transformou janelas em locomotivas em movimento.

“Foi grandioso! A apresentação fez bater o coração de todos os cinemas”, alegra-se Guy Guistini, presidente do Eden des Lumières, instituição criada para apoiar o espaço cultural. “Terminamos com uma animação sobre a história da cidade e do cinema”, afirmou Guistini, lembrando que estes dois elementos estão intimamente entrelaçados graças aos irmãos Lumière.

Louis e Auguste Lumière, pioneiros da arte cinematográfica, costumavam passar férias em La Ciotat e tinham o hábito de fazer mostras de filmes na própria casa. Mas, em 21 de março de 1899, exibiram pela primeira vez filmes em uma tela grande para uma audiência de 250 expectadores no Eden Théatre. E assim surgiu a primeira sala de cinema.

O Eden abraçou a função e teve grande sucesso. Ao longo dos anos se tornou também um local de espetáculos e apresentações, não apenas de cinema. Foi somente nos anos 1980, por causa do assassinato do gerente e da decadência da produção naval, atividade econômica principal de La Ciotat na época, que o Eden Théatre começou a ter problemas financeiros. Em 1983, não resistiu à crise e parou as atividades, abrindo apenas uma semana por ano para acolher um festival. Em 1995, fechou definitivamente por razões de segurança.

O prédio escapou de cair no esquecimento graças a alguns habitantes locais, que se recusaram a assistir o fim de “uma sala popular, onde metade da cidade encontrava a outra metade”, disse à mídia francesa Michel Cornille, co-autor de um livro sobre o Eden.

A renovação custou seis milhões de euros (cerca de 18 milhões de reais) e demorou seis anos para ficar pronta. Os reponsáveis pela obra tiveram o cuidado de manter o estilo original da sala, que fica evidenciado no veludo vermelho das 166 cadeiras que compõem a peça. As vigas que sustentam o local são originais.

“Este local é importante por dois motivos. O primeiro é cultural, pois é um endereço muito querido pelo povo daqui, é realmente um patrimônio da cidade. O segundo é pela importância histórica que tem para o cinema. Aqui está o ambiente original do cinema”, explica Guistini. A cidade também foi cenário de diversas filmagens experimentais dos irmãos Lumière, desde a clássica cena de 50 segundos de uma locomotiva se aproximando na gare, até o primeiro filme de férias.

Quanto à programação, Guistini garante que o cinema não vai se fechar no passado: “Por enquanto a prioridade são festivais, documentários e filmes clássicos, mas estamos abertos a filmes novos também. Hollywood será bem-vinda”. A sala foi adaptada para a exibição de filmes digitais e 3D. “Vai ser um cinema super descolado”, brinca o presidente.


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