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290713 Luis bunuel original 2Estado espanhol - Opera Mundi - [Max Altman] Após começar a carreira inspirado no surrealismo, passou a se dedicar a filmes bem realistas e de forte temática social, muito marcado pela Guerra Civil espanhola.


Luis Buñuel, grande diretor do cinema espanhol, morre na Cidade do México em 29 de julho de 1983. A obra cinematográfica de Buñuel, aclamada pela crítica mas cercada por uma aura de escândalo, tornou-o um dos mais controversos cineastas do mundo, sempre fiel a si mesmo. Trabalhou com Salvador Dalí, de quem sofreu fortes influências pelo teor surrealista. Buñuel também influenciou fortemente a carreira do diretor Pedro Almodóvar.

Nasceu em 22 de fevereiro de 1900 em Calanda. Com 6 anos passa a frequentar o Colégio dos Irmãos Coraçonistas, onde começaria seus primeiros estudos com aulas de castelhano e francês. Completa o ensino médio no Instituto de Segunda Enseñanza de Saragoça.

Em 1917 parte para Madri e mora na Residencia de Estudiantes a fim de cursar estudos de engenheiro agrônomo. Ali conheceu o pintor Salvador Dalí e o poeta Federico Garcia Lorca, bem como outras personalidades da ‘Geração de 27’ como Rafael Alberti, Emílio Prados, José Villa, Pedro Garfías, Manuel Altolaguirre e Pepín Bello. Todos exerceram decisiva influência em sua obra.

Passa a estudar Ciências Naturais como aluno do entomólogo Ignácio Bolívar. Organiza a equipe de atletismo da Residência. Pratica boxe chegando a participar do campeonato amador da Espanha na categoria peso pesado.

Interessa-se por teatro e monta com Garcia Lorca e Dalí uma paródia de Don Juan Tenorio. Afeiçoa-se ao cinema cômico norte-americano, em atores como Buster Keaton e Harold Lloyd. Colabora com poemas nas revistas Ultra e Horizonte.

Estuda História na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Madri. Trava amizade com Miguel de Unamuno, Juan Jiménez, Manuel de Falla, Ortega y Gasset.

O poeta francês Louis Aragon profere na Residência uma palestra sobre o surrealismo em 1925. Nesse mesmo ano, muda-se para Paris e trabalha como assistente de Jean Epstein. Conhece Jeanne Rucar, jovem professora de ginástica e com ela se casa dois anos depois.

No ano seguinte, Buñuel dirige em Amsterdã a peça teatral “El Retablo de Maese Pedro”, com música de De Falla. Publica poemas e crítica cinematográfica em Cahiers d'Art La Gaceta Literaria. Uma película de Fritz Lang, “As Três Luzes”, o impressiona vivamente e decide dedicar-se ao cinema.

Ingressa na Academia de Cinema de Paris e assiste aos cursos de Epstein. Escreve seu primeiro roteiro para a celebração do centenário da morte de Goya em 1927.

Em 2 de abril de 1929 inicia a rodagem de “Um Cão Andaluz”, curta mudo de 17 minutos, verdadeiro manifesto surrealista. Dois dias antes de concluir o filme a ele se incorpora Dalí, que interpreta um padre marista arrastado pelo chão.

Em 1930 dirige “A Idade do Ouro”, que estreia em Londres em 2 de janeiro de 1931. A estreia em Paris causou enorme escândalo e teve sua exibição suspensa por atentar contra os princípios morais e costumes estabelecidos.

Em 1931, a Metro-Goldwyn Mayer o contrata por seis meses, onde conhece Charles Chaplin e Sergei Eisenstein. Regressa a Europa pouco antes da declaração da República Espanhola.

Em 1932 se afasta do surrealismo, aproximando-se do Partido Comunista, colaborando com a Associação de Escritores e Artistas Revolucionários. Em abril roda o documentário “Terra sem Pão”, proibido pela censura por denegrir a Espanha. Durante 1933 trabalha na dublagem de filmes para a Paramount em Paris e para a Warner Bros. em Madri.

Em 1935 funda o estúdio Filmófono com Ricardo Urgoiti e filmam “Don Quintin el Amargao” e “La Hija de Juan Simón”. Ao estourar a Guerra Civil é transferido para a França afim de coordenar missões de propaganda. Ajuda André Malraux a rodar “Sierra de Teruel”. Posteriormente o governo republicano o envia a Hollywood para supervisionar as películas sobre a guerra civil.

É contratado em 1941 pelo Museu de Arte Moderna de Nova York como produtor associado na área de documentários. Produz documentários para Nelson Rockefeller e solicita a cidadania estadunidense. Em outubro é publicado em inglês o livro “A Vida Secreta de Salvador Dalí” contendo informações escandalosas sobre Buñuel, o que o obriga a se demitir de suas funções.

Em 1946 chega ao México para filmar uma adaptação de “A Casa de Bernarda Alba de Lorca”, projeto que, no entanto, foi suspenso. Em 1949 se naturaliza mexicano. Dirige “La Gran Calavera”, protagonizada por Fernando Soler, Rosario Granados e Andrés Soler. A edição esteve a cargo de Carlos Savage, com quem trabalharia em numerosas películas. Um ano depois roda “Os Esquecidos” com acolhida um tanto fria.

No começo de 1951 filma “La Hija del Engaño” e, em abril, “Una Mujer Sin Amor”. É premiado em maio em Cannes com “Os Esquecidos”, com o que dá início a uma série de filmes de clara denúncia social e sóbrio realismo.

Em agosto roda “Subida ao Céu”. Em 1952 começa “O Bruto” e “Robinson Crusoé”. No ano seguinte, “Escravos do Rancor” e “A Ilusão Viaja de Trem”. Em 1954 filma “O Rio e a Morte”. Em 1955 roda “Ensaio de um Crime”, que lhe abre as portas da cinematografia francesa.  Filma na Córsega “Assim É a Aurora”, com Lucia Bosé no papel principal. Em 1956, roda a “La Mort en ce Jardin”, co-produção franco-mexicana e “Nazarin” em 1958, com o qual conquista a Palma de Ouro em Cannes. Inicia a rodagem de “Os Ambiciosos”.

Em 1961 regressa à Espanha, onde filma “Viridiana”, sórdido relato que remete à melhor tradição do Século de Ouro e pelo qual recebe outra Palma de Ouro, além de furibundos ataques da Santa Sé. Em 1963 dirige “Diário de uma Camareira”, com roteiro de Jean-Claude Carrière.

Depois de interpretar alguns pequenos papeis na tela, dá um giro radical e começa “Simon do Deserto”, inspirando-se em ideias de Lorca e conquista o Leão de Prata de Veneza.

A estreia de "La Belle de Jour" (ou "A Bela da Tarde”), com Catherine Deneuve na França, em 1966, obtém um estrondoso êxito e o Leão de Ouro de Veneza. A Via Láctea tem lugar em 1969. Em 1970 roda, em Toledo, “Tristana”, filme sobre a obra de Galdós, com um elenco de luxo: Catherine Deneuve, Fernando Rey e Franco Nero.

“O Discreto Charme da Burguesia” de 1972 obtém o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1974, roda “O Fantasma da Liberdade”, com roteiro seu e de Carrière. Em junho de 1977 termina a rodagem de seu último filme, “Esse Obscuro Objeto do Desejo”, pelo qual recebe o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.

Em 1982 é publicado “Meu Último Suspiro”, memórias ditadas a Jean-Claude Carrière.


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