Segundo os investigadores, os fósseis datam de entre 80 mil e 50 mil anos. As análises realizadas pelo grupo de trabalho revelaram que a falange pertenceu a uma criança de sete anos e o estudo genético mostrou que pertencia a um novo ramo de hominídeo – distinto do homem moderno (homo sapiens) e do homem Neandertal.
A equipa do Instituto Max Planck (Alemanha), dirigida por Svante Pääbo, procedeu a uma análise mais precisa dos genes, através um novo método de sequenciação que lhe permitiu obter 30 vezes mais quantidade de dados celulares e descobrir 99 por cento do genoma deste grupo de humanos desconhecido – os Denisovanos.
O recente estudo publicado ontem na revista «Science» revela mais informações conseguidas através desta nova técnica que desmembra o DNA, tornando possível o estudo separado de cada uma das partes que compõem o genoma, ou seja, saber que genes foram repassados pelo mãe e pelo pai.
Os investigadores compararam o DNA dos Denisovanos com o de onze indivíduos vindos de várias partes do mundo. O genoma mostrou que o grupo tem mais semelhanças com os Neandertais do que com os homens modernos e reforça mesmo a hipótese de que ambas espécies se diferenciaram depois de um ancestral comum ter deixado a África entre 170 mil e 700 mil anos, período em que descendentes desse ancestral evoluíram para o Homo sapiens.
A sequenciação confirmou que existem genes exclusivos dos Denisovans estão presentes em algumas populações humanas actuais e a maior semelhança genética (seis genes) encontrada foi nos habitantes da Oceânia.
Desse modo, puderam descobrir que os Denisovanos eram extremamente parecidos geneticamente. O dado surpreendeu os cientistas, uma vez que a baixa variabilidade genética é comum em espécies isoladas, com populações pequenas que somente cruzam entre si.
O genoma da menina Denisovana examinado tinha genes que remetem para uma pele escura e cabelos castanhos, tal como as populações actuais. Os investigadores consideram que estes eram um grupo "primo" dos Neandertais.