A variedade de milho geneticamente modificado TC1507, com a denominação comercial Herculex, é desenvolvida pelas empresas norte-americanas Dupont Pioneer e Dow Chemical e a sua entrada na União Europeia foi sendo atrasada durante vários anos devido à oposição de muitos estados-membros.
Por fim, o Tribunal de Justiça da UE interveio para que a decisão acontecesse num prazo de três meses, dando origem à votação desta semana no Conselho de ministros dos Assuntos Europeus.
Antes desta votação, já o Parlamento Europeu tinha recomendado a sua rejeição por 385 votos a favor, 201 contra e 35 abstenções. E no próprio Conselho de ministros houve 19 países a oporem-se à entrada desta variedade de milho geneticamente modificado.
Os únicos cinco países apoiantes da proposta foram a Espanha, Reino Unido, Suécia, Finlândia e Estónia, mas os seus opositores não conseguiram reunir o número suficiente de votos para bloquear a decisão. A abstenção da Alemanha, onde mais de 80% da população se declara contra a entrada de OGM, foi determinante para a aprovação da proposta, uma posição acompanhada por Portugal, República Checa e Bélgica.
Os ambientalistas alertam para os riscos da plantação deste milho na Europa, já que embora cada país possa aprovar legislação própria a proibir o seu uso, os ventos que carregam as sementes não conhecem fronteiras. Tal como a Espanha, Portugal é um dos países que autorizou para o seu território o cultivo da variedade de milho transgénico comercializada pela polémica multinacional Monsanto.