Foram encontrados 600 mil becquerels/litro de trítio, dez vezes mais do que o recomendado pelas leis japonesas, em amostras da água subterrânea a apenas seis metros do oceano. Ainda mais preocupante é que no próprio mar já se identificam traços do trítio; no último dia três, foram registrados 2,3 mil Bg/litro.
Além do trítio, outro elemento radioativo detectado foi o césio-134, que apareceu em uma quantidade 150 vezes maior do que a recomendada. Esse tipo de césio pode permanecer no solo por mais de trinta anos e é altamente cancerígeno.
"Ainda não sabemos a razão para o aumento nessas substâncias. Estamos estudando o caso", afirmou Mayumi Yoshida, porta-voz da Tepco, empresa que gerenciava a usina de Fukushima Daiishi.
Mesmo com os novos indícios de que a situação do meio ambiente ao redor do desastre nuclear está piorando, o governo japonês divulgou que planeja reativar reatores que estão parados desde 2011.
O Japão era bastante dependente da energia nuclear, e desde que desligou suas usinas se viu obrigado, mesmo fazendo grandes investimentos em fontes renováveis, a importar enormes quantidades de combustíveis fósseis para alimentar termoelétricas. Essa medida está pesando nas contas públicas e encarecendo o preço da eletricidade, prejudicando a competitividade das indústrias japonesas.
Apenas dois dos 54 reatores japoneses estão funcionando, mas o governo deseja reativar outros dez já na próxima semana.
Pesquisas de opinião mostram que cerca de 80% da população japonesa deseja que a energia nuclear seja aos poucos abandonada. Na última segunda-feira, uma manifestação em frente ao prédio da Autoridade Nuclear Nacional, em Tóquio, protestou contra a possibilidade de religamento dos reatores.