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jumultithumbBangladeche - Esquerda - Depois da tragédia que soterrou milhares de operários têxteis, sindicatos internacionais e ONG's deram um prazo limite para que as marcas de roupa se comprometessem com regras de segurança dos edifícios. O acordo cobre mil fábricas, um quinto do total, mas as gigantes norte-americanas Walmart e Gap ficaram de fora.


Os sindicatos internacionais UNI e IndustriALL juntaram-se a ONG's para exigir condições mínimas de segurança no trabalho nas fábricas que produzem a baixo custo a roupa vendida nos centros comerciais dos países ricos. O desabamento de um edifício onde funcionavam algumas destas fábricas, cujos proprietários foram alertados para o risco iminente de colapso, fez mais de mil mortos no dia 24 de abril nos arredores da capital, Daca.

"Trata-se de aumentar as condições de trabalho e de vida de alguns dos trabalhadores mais explorados no mundo, que ganham 29 euros por mês", afirmou Jykri Raina, do IndustriALL. Para além do rendimento miserável, quem trabalha no setor têxtil - sobretudo mulheres - viu negado o direito à organização sindical: a lei fazia-a depender da autorização patronal, que nunca a permitiu nas fábricas. Embora o Governo do Bangladeche tenha vindo anunciar uma emenda a essa lei, na sequência da tragédia, os trabalhadores estão pouco confiantes em mudanças.

"No passado, sempre que os trabalhadores tentaram organizar-se em associações, foram alvo de espancamentos e assédio", disse a ativista Kalpana Akter, do Centro para a Solidariedade dos Trabalhadores, à Associated Press, recordando que "os patrões não hesitaram em despedir esses trabalhadores". As recorrentes prisões de ativistas laborais do setor têxtil e a repressão violenta dos protestos de 2010 por melhores salários e condições de trabalho são outros motivos de desconfiança.

Calcula-se que existam cinco mil fábricas e 3,6 milhões de trabalhadores na indústria têxtil do país que é o terceiro maior exportador de roupa, a seguir à China e Itália. Para já, o acordo para aumentar a segurança dos edifícios e prevenir incêndios avança com as 31 marcas aderentes, que cobrem cerca de mil fábricas: H&M, Inditex, C&A, PVH, Tchibo, Tesco, Marks & Spencer, Primark, El Corte Inglés, jbc, Mango, Carrefour, KiK, Helly Hansen, G-Star, Aldi, New Look, Mothercare, Loblaws, Sainsbury's, Benetton, N Brown Group, Stockmann, WE Europe, Esprit, Rewe, Next, Lidl, Hess Natur, Switcher, Abercrombie & Fitch, Bonmarche, John Lewis, Charles Vögele, V&D, Otto Group e s.Oliver.

"A Walmart, o maior retalhista mundial, ficou de fora. Ao não assinar este acordo, a marca Walmart atinge novos mínimos. Iremos avançar sem eles", afirmou Phillip Jennings, da central sindical internacional UNI. Também a norte-americana Gap - a terceira maior companhia de vestuário do mundo - não aceitou ficar vinculada a este acordo que prevê inspeções independentes aos edifícios e comités de saúde e segurança no trabalho conduzidos pelos trabalhadores, bem como o acesso dos sindicatos aos locais de trabalho e o direito do trabalhador a recusar-se a trabalhar em condições perigosas.

A Organização Internacional do Trabalho também saudou o acordo como "um grande avanço". "Mas o que também é preciso é uma lei que vele pelos direitos dos trabalhadores e isso inclui a sua segurança", disse na quinta-feira o diretor-geral adjunto da OIT, Gilbert Houngbo. "Tenho a certeza que se houvesse uma lei que cumprisse com os padrões internacionais, as empresas locais contratadas pelas companhias internacionais não teriam outro remédio a não ser cumpri-la", acrescentou Houngbo.

Imagem: Gigantes norte-americanos GAP e Walmart não alinharam no acordo que garante mais segurança a mil fábricas no Bangladeche. Foto jankie/Flickr.


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