1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (2 Votos)

cultivomilhoPCO - Os órgãos reguladores deixam os estudos nas mãos das multinacionais que tentam comprar os principais departamentos de pesquisas. A “bomba cancerígena” a que estamos submetidos sustenta os altos lucros capitalistas


As sementes transgênicas iniciaram em campos agrícolas comerciais em 1996, mas rapidamente tomaram conta da maioria das lavouras do mundo, principalmente do milho, soja, trigo, canola, feijão, arroz e algodão entre outras.

Os transgênicos foram liberados, pela primeira vez, em meados dos anos de 1980 pela FDA (Food and Drug Administration) que qualificou os OGMs (organismos geneticamente modificados) como “seguros”, o que implicou que as multinacionais do setor não teriam a obrigação de conduzir estudos de impacto sobre a saúde humana e o meio ambiente a longo prazo.

A propaganda bilionária sustentada pelas multinacionais diz que os transgênicos, são seguros porque não se tem registro, por exemplo, de alguém que tenha bebido uma Coca-Cola adoçada com xarope de frutose de milho transgênico tenha morrido. Mas deixam de lado os efeitos crônicos, que podem ser observados ao longo de vários anos, e os efeitos da verdadeira “bomba tóxica cancerígena” a que estamos submetidos diariamente, envolvendo o conjunto de substâncias tóxicas, que não é avaliado por nenhum órgão regulamentador, responsável por efeitos desastrosos e imprevisíveis ao longo prazo, que estão na base das altas taxas de lucro das multinacionais – o chumbo, o mercúrio, o alumínio, o bisfeno (desprendido pelas recipientes de plástico), os açúcares, os venenos, as gorduras e tantas outras substâncias tóxicas presentes.

Entre os anos de 1992 e 2002, o período no qual os cultivos de transgênicos passaram rapidamente de campos de testes para campos agrícolas gigantescos, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) gastou cerca de US$ 1,8 bilhões em pesquisas de agro-biotecnologia, mas, desse montante, apenas 1% foi destinado a testes de segurança, conforme estudo da Union of Concerned Scientists (União dos Cientistas Envolvidos), que reúne vários destacados cientistas.

Não por acaso, nos últimos anos, têm aumentado, de maneira assustadora, as doenças relacionadas com a alimentação, como a diabetes, a síndrome metabólica e o câncer de pâncreas, de rins e, principalmente, as taxas de alergias alimentares. Nos EUA, a expectativa de vida, depois de décadas de ganhos, estagnou em um nível muito abaixo de outros países desenvolvidos.

No Brasil, o órgão criado no governo Lula em 2005, para agilizar o favorecimento dos interesses das multinacionais, a CNTBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), liberou 33 tipos de sementes transgênicas sem ter conduzido qualquer tipo de testes aprofundado sobre os seus efeitos nos seres humanos e na natureza e sem nem sequer exigir a rotulagem dos produtos que os identifique como transgênicos. Esse tipo de políticas converteram o Brasil no tri-campeão mundial no uso de agrotóxicos e no vice-campeão mundial no uso de sementes transgênicas.

Os transgênicos causam inúmeros efeitos colaterais e resultados imprevisíveis

A origem da transgenia, ou técnica do DNA recombinante ou engenharia genética, aconteceu em 1972, a partir da observação da bactéria Agrobacterium Tumefasciens, que está presente no solo, e causa uma doença em plantas chamada galha de coroa, ao inserir parte de seus genes nas células da planta, modificando o genoma dessas células, e passando a produzir um tumor que alimenta a bactéria. O primeiro uso comercial de um organismo transgênico foi para a produção de um medicamento para diabetes, quando uma bactéria recebeu genes do ser humano para produzir a insulina. Neste caso, a bactéria permaneceu confinada em um ambiente controlado, e apenas o produto químico produzido, depois de purificado e analisado, foi utilizado na indústria farmacêutica. A produção do medicamento é feita sobre controle, não há contato com o meio ambiente ou com os pacientes.

Já o processo de criação dos transgênicos das multinacionais imperialistas começa por um gene obtido a partir de uma proteína inseticida chamada Toxina-BT (Bacillus Thuringiensis), que é usada em pulverizações e provoca efeitos alérgicos e imunológicos em seres humanos e animais. O BT é modificado para ser introduzido em plantas. Esses genes são introduzidos em um “promotor viral” para produzir milhares de cópias em laboratório, com a nova caraterística de que as células deixarão de ler as informações relacionadas a onde o gene finaliza. Essa modificação desconsidera que os genes possuem mecanismos de auto regulação, e que essa mudança traz consequências genéticas imprevisíveis. Esses novos genes são introduzidos em milhões de células com o objetivo de que alguns deles entrem no DNA da célula; mas isso é feito sem o mínimo controle do processo, a ponto de não saber quantos genes entram no DNA, quão profundamente, nem quais células têm o gene funcionando. Em seguida, é adicionado um segundo gene, resistente a antibióticos, que produz uma proteína que fará com que a célula adquira essa resistência, quando forem injetados antibióticos, com o objetivo de deixar como sobreviventes somente aquelas poucas que tenham recebido os dois genes. Essas células serão clonadas em laboratório e introduzidas nas plantas. Com isso, elas produzirão a toxina BT e introduzirão mudanças inesperadas no DNA: 2% a 4% do DNA torna-se diferente com o resultado da clonagem; a maior parte dos genes são mutantes (milhares de mutantes dentro do DNA); alguns genes também podem ser apagados ou desativados; 5% dos genes naturais da planta mudam os níveis das expressões da proteína que produzem. O gene inserido pode se tornar truncado, fragmentado, misturado com outros genes, invertido ou multiplicado, e a proteína transgênica que ele produz pode ter características não intencionais com perigosos efeitos colaterais. Quando um transgênico começa a funcionar numa nova célula, por exemplo, ele pode produzir proteínas que são diferentes daquela intencionada. A sequencia de aminoácidos pode ser errada, o formato da proteína pode ser diferente e as ligações moleculares podem tornar a proteína prejudicial. Além dessas mudanças no DNA, estas modificações trazem efeitos colaterais enormes, tais como mudanças no RNA, criado pelo DNA, nas proteínas, que interagem para criar todos estes compostos naturais, responsáveis pelas qualidades específicas das plantas.

As multinacionais controlam as principais universidades de agro-pesquisa do mundo

As multinacionais mantêm um controle apertado sobre a pesquisa nas principais universidades de agro-pesquisas do mundo. Recentemente, a destacada Universidade de Stanford publicou uma pesquisa que atacou diretamente os alimentos orgânicos. A matéria publicada na revista Annals of Internal Medicine, intitulada: “Alimentos orgânicos são mais seguros ou mais saudáveis do que as alternativas convencionais?”, apareceu em todas as grandes redes de agências de notícias do mundo inteiro com grande destaque a manchetes como: "Alimento orgânico não obtém aprovação científica, mas os clientes não parecem se importar," ou "Alimentos Orgânicos tem pouco impacto na saúde”.

Apesar do estudo concluir que comer alimentos orgânicos pode, de fato, reduz a exposição a resíduos de pesticidas tóxicos e bactérias resistentes aos antibióticos, a conclusão é complementada com a afirmação de que comer alimentos orgânicos não é mais nutritivo e nem mais saudável que os alimentos convencionais e até mesmo os transgênicos.

O estudo da Universidade de Stanford foi financiado e lançado por multinacionais vinculadas à comercialização de transgênicos. Os resultados foram tão grotescos que até mesmo o conhecido Dr. Ingram Olkin, professor de estáticas e educação em Stanford, famoso por manipular resultados de pesquisas para favorecer a indústria do tabaco, concluiu que o estudo é mentiroso e inútil.

Novos estudos independentes reafirmam os graves danos à saúde causados pelos transgênicos

Pesquisadores franceses, publicaram recentemente, uma matéria denominada "A toxicidade a longo prazo do herbicida Roundup e do milho geneticamente modificado tolerante ao Roundup”, em uma das revistas cientificas mais conceituadas do mundo, a Food and Chemical Toxicology.

O estudo revelou que ratos que foram expostos a doses baixas de milho transgênico (geneticamente modificado) e ao herbicida Roundup tiveram a saúde fortemente afetada. A duração do estudo, liderada por Gilles-Eric Seralini, da Universidade de Caen, foi a mais longa (dois anos) feita até hoje sobre os transgênicos e envolveu 200 ratos. Até então, a mais longa pesquisa, com duração de 240 dias, tinha sido feita por Michael Hansen, cientista sênior da União Mundial dos Consumidores e um dos maiores especialistas em investigação de OGM (organismos geneticamente modificados). Segundo Michael Hansen, as multinacionais como a Monsanto só financiam estudos com duração de, no máximo, 90 dias.

Os pesquisadores franceses dividiram os 200 ratos em dez grupos: três que tiveram parte da dieta padrão substituída em diferentes níveis (máximo 33%) com milho Roundup Ready; três que receberam os mesmos alimentos, mas com milho não tratado com Roundup Ready; três cujo alimento não continha milho transgênico, mas receberam pequenas quantidades de Roundup na água, em níveis variados; e um grupo que comeu dois terços da comida padrão e um terço de milho não transgênico. Cada grupo continha 10 fêmeas e 10 machos.

Os resultados foram que os ratos que comeram tanto do milho Roundup Ready, separadamente ou em conjunto com o Roundup, tiveram severos efeitos adversos de saúde, incluindo tumores mamários e danos nos rins e no fígado, levando à morte prematura. Quase todos os efeitos nocivos se manifestaram após os 90 dias, que é o tempo máximo das pesquisas realizadas pelas multinacionais. Entre 50% a 80% das fêmeas desenvolveram tumores grandes, em comparação com 30% das fêmeas do grupo de controle. Os machos tiveram necrose e congestões no fígado de 2,5 a 5,5 vezes mais casos de doenças graves no rim, incluindo tumores grotescamente grandes, em comparação com os machos do grupo de controle. 50% a 70% dos ratos que receberam OGM ou Roundup morreram prematuramente contra apenas 20% de morte prematura no grupo de controle.

Nos seres humanos, o consumo de alimentos transgênicos introduz uma espécie de bomba geradora de veneno que continua funcionando após serem ingeridos.

A produção das sementes transgênicas pelas multinacionais imperialistas acontece através da introdução de modificações muito complexas nas plantas sem praticamente a realização de testes, pois o objetivo é monopolizar a cadeia produtiva agrícola  (agrotóxicos, sementes e fertilizantes) e o controle da alimentação mundial, mediante a lei das patentes, obter altas taxas de lucro.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.