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280410_ahtEuskal Herria - Boltxe - Desde a pré-história, a terra constituiu a base e o habitat das comunidades humanas (junto com os recursos marinhos e de água doce).


Sendo a terra o suporte básico dos ecossistemas terrestres nela se desenvolveram as diversas comunidades e culturas, começando com as caçadoras-recolectoras, passando pelas agrícola-pecuárias até a actualidade. Tanto para se proverem das suas necessidades materiais como para palco e fonte de inspiração de suas expressões artísticas e culturais.

Ainda a dia de hoje, todas as culturas indígenas e muitas comunidades agrícolas tradicionais cuidam a natureza e a terra, até o ponto das sentir sagradas. Isto se repetiu em milhares de culturas tanto actuais como desaparecidas. É mais, a maioria das culturas que esqueceram ou acantoaram isto desapareceram como civilizações ao longo da história.

A civilização ocidental que padecemos faz tempo que deu as costas à natureza e a terra, até a reduzir à consideração de mero solo onde acumular construções e infra-estruturas, especialmente durante as últimas décadas como consequência da imposição e dominação de uma visão especulativa-economicista extrema.

Euskal Herria por sua geografia montanhosa, densamente povoada e passo de Europa sofreu especialmente as consequências destrutivas desse modelo com a transformação de sua paisagem, fragmentação, ocupação e poluição generalizada. No meio dessa situação, a duras penas sobreviveu ao longo do século XX uma agricultura e pecuária adequada a sua orografia.

Desgraçadamente a actual classe política, tecnocrática e empresarial capitalista, inundando os média com expressões vácuas e venenosas como "desenvolvimento sustentável", estão a acometer a maior destruição de terras jamais proposta em Euskal Herria. Propondo a irreversível desaparecimento baixo o cimento de milhares e milhares de hectares de terra com a construção de grandes infra-estruturas como o TAV, Autovias auto-estradas e marginais acumulativas, superportos e todo o tipo de infra-estruturas energéticas. Promovendo o descarado enriquecimento de uma elite minoritária à custa da maioria da população.

As pessoas participantes neste passeio de montanha irreversíveis danos produzidos ao médio natural pelas obras de construção do TAV.

Considerando unicamente o projecto do TAV em Euskal Herria Sul, segundo a propaganda institucional destruir-se-iam mais de 2000 hectares de terras (entre a infra-estrutura e os lixeiras). No entanto, atendendo ao observado até agora em Debagoiena, estas cifras vão ser bastante maiores: amplificação das obras auxiliares e centrais, derrubes de abas, os conseguintes novos lixeiras e similares. Outras muitas terras agrícolas e bosques ficarão isoladas e afastadas, impedindo ou dificultando os trabalhos de cuidado e gestão dos mesmos.

Junto à terra o água é outro dos componentes fundamentais dos ecossistemas. Observando as consequências das obras realizadas até a data, querem-nos condenar a um negro futuro: contaminação evidente de poças, rios, regachos e águas subterrâneas até praticamente ao desaparecimento da vida dos mesmos, junto com a secagem de várias fontes e mananciais. Desaparecimento, desvio ou artificialização de inumeráveis correntes naturais de água. De levar-se a cabo o projecto seriam vários centos de correntes de água as que sofreriam estas consequências.

Mais de uma dúzia de "caseríos", reservatórios da cultura agrícola tradicional, serão sacrificados no altar do TAV. Impossibilitando em outros muitos deles a continuidade da actividade agrícola já de por si pendente de um fio.

Para terminar, deixando outras muitas maleitas a um lado, quiséssemos destacar a tendência mais perniciosa que implica esta politica destruidora: a METROPOLIZAÇÃO do território. Anos tem que se sabe que as concentrações humanas, quanto maiores são maiores são suas demandas de terras e demais recursos e portanto os resíduos gerados. O TAV empurra essas tendências até ao extremo, afundando os desequilíbrios territoriais e impulsionando a metropolização das grandes cidades, absorvendo todos os territórios intermédios em seu voragem insaciável.

Na AHT Gelditu! Elkarlana convidamos a todos os grupos e pessoas a dar um NÃO rotundo e a lutar contra todo este conjunto de maleitas a que nos querem abocar com estas políticas suicidas.

Temos de exigir a esta pérfida classe política a paralisação destas obras e lutar com insistência até ao abandono deste projecto destruidor da terra e esbanjador do dinheiro público que nem queremos nem o precisa a sociedade em sua imensa maioria. Fazemos um apelo a toda a sociedade para lançar um amplo debate que aprofunde nas raízes dos problemas que nos afectam. Só uma nova mentalidade que recupere, tanto no real como no simbólico, a importância e a centralidade da terra e a natureza, através dos intercâmbios de cercania que possibilitem uma verdadeira soberania alimentar e o fomento e cultivo de umas relações comunitárias directas e igualitárias para uma humanidade radicalmente diferente ao actual nos ajudasse a sair do atoleiro em que estamos sumidos.

Porque A TERRA É O FUTURO DOS POVOS, ¡NÃO ao TAV e restantes infra-estruturas metropolizadoras!

AHT GELDITU! Elkarlana


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