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071015 muroPCO - Até o colapso neoliberal de 2008, processo de reunificação da Alemanha era vendido como símbolo do "fim da história"


No dia 3 de outubro completaram-se 25 anos da reunificação da Alemanha, realizada em 1990. Menos de um ano antes, em 9 de novembro de 1989, aconteceu a queda do Muro de Berlim. A queda do muro é apresentada até hoje como um símbolo do fracasso do comunismo diante do capitalismo. Nada mais falso. A queda do muro de Berlim foi, na verdade, um momento de crise da dominação imperialista e o resultado da restauração capitalista promovida pela burocracia stalinista. Mesma restauração que levaria ao fim da União Soviética.

A Alemanha Oriental e a URSS nunca haviam ultrapassado o sistema econômico capitalista. Tratavam-se, segundo a definição marxista, de estados operários degenerados. Trotski, em obras como A Revolução Traída, já mostrava a tendência do estado operário russo à degeneração devido ao domínio da burocracia stalinista.

Anos depois, essa burocracia realizou acordos explícitos com os nazistas e com o imperialismo norte-americano, sufocando e derrotando revoluções por todo o globo, destruindo organizações operárias, sindicatos, assassinando militantes revolucionários etc.

Na Alemanha Oriental, a pobreza da população era muito grande, enquanto via-se no vizinho ocidental melhores condições devido ao enorme financiamento realizado durante a reconstrução no pós-guerra, durante o Plano Marshall. A revolta contra o Muro de Berlim expressou uma revolução política contra o acordo estabelecido entre a burocracia que dominava a Alemanha Oriental, um estado operário degenerado, e a burguesia da Alemanha Ocidental.

Depois da queda do muro de Berlim, o imperialismo alemão interveio impondo a reunificação das Alemanhas. O Partido Democrata-Cristão (PDC), até hoje no poder na Alemanha, e na época já no governo da Alemanha Ocidental com o chanceler Helmut Kohl, foi fundado também na Alemanha Oriental para concorrer às eleições. Com apoio do imperialismo, os democrata-cristãos conquistaram maioria no Parlamento em coalizão com outros partidos e conseguiram aprovar uma unificação imediata.

O intervalo dos anos 90 serviram para consolidar a ilusão de que se tratava de um fortalecimento do capitalismo. A crise atual demonstra que as ilusões eram apenas ilusões. O neoliberalismo fracassou, não apesar da “vitória” no Leste Europeu, mas fundamentalmente em função dela. Os ganhos obtidos com a liquidação da economia estatal, fundamentalmente, a integração de uma ampla camada de mão-de-obra barata ao mercado capitalista, não compensou o aprofundamento geral da crise capitalista que esta liquidação provocou, resultando em uma destruição massiva de forças produtivas que, ao contrário do mito que diz que a simples destruição das forças produtivas conduz a uma recuperação capitalista, levou a crise a um novo patamar.


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