No dia 6 de dezembro o partido Frente Nacional, de extrema-direita, venceu o primeiro turno das eleições regionais na França. Esse fato deixou a esquerda francesa desnorteada. O Novo Partido Anticapitalista (NPA), espécie de Syriza francês, ou Psol francês, publicou um comunicado no dia das eleições avaliando o resultado da votação.
O Psol francês se consola com a baixa participação nas eleições, mas reconhece que a vitória da extrema-direita é “inquietante”. Em seguida, a NPA passa a responsabilizar o Partido Socialista (PS) e a direita pela ascensão das “ideias” da extrema-direita, que poderiam, “talvez”, “amanhã”, tornar-se uma política contra a classe trabalhadora. A FN é um partido fascista, sua força eleitoral já é um ataque aos trabalhadores, impulsionado pela burguesia.
Uma disputa de ideias?
Não se trata de um problema de “ideias” que estariam prosperando em um vácuo deixado pela esquerda do regime. A vitória da extrema-direita, o avanço da extrema-direita, não só na França, mas em toda a Europa, é resultado de uma política da burguesia. Setores da burguesia começaram a adotar uma política fascista diante da etapa atual da crise do capitalismo e impulsionaram o desenvolvimento da extrema-direita.
O NPA tira como conclusão que as políticas de direita do governo teriam fortalecido a extrema-direita também. Mas a política de direita do governo é resultado de uma pressão da extrema-direita impulsionada por parte da burguesia. Para combater a extrema-direita, diz o NPA que é preciso combater as políticas de direita do governo. Mas o que isso significa concretamente partindo do NPA, é acusar o PS pela ascensão da extrema-direita, sem enfrentar a extrema-direita.
Como no Brasil, a esquerda pequeno burguesa ficou totalmente desorientada diante do avanço da extrema-direita. O crescimento da extrema-direita na França, nos EUA, no Reino Unido, e em uma série de outros países no mundo inteiro, mostram uma política de setores da burguesia imperialista. Nos países atrasados, o golpismo de direita impulsionado pelo imperialismo é parte dessa política, para impor regimes de força contra os trabalhadores. Na França e no Brasil, a esquerda pequeno burguesa ficou desnorteada diante dos ataques da direita.