As noites de sexta e sábado foram marcadas por ataques de neonazis com pedras, garrafas e petardos. A polícia montou um cordão de segurança em redor do antigo armazém que servirá de abrigo a 600 refugiados nesta cidade perto de Dresden.
O presidente da Câmara, Jürgen Opitz, apelou à população de Heidenau, uma pequena cidade de 16 mil habitantes, que demonstrem a sua solidariedade com os refugiados. No domingo à tarde, algumas centenas de antifascistas manifestaram-se junto ao centro de acolhimento, e o autarca sofreu ameaças.
Angela Merkel não reagiu publicamente no fim de semana, mas o seu vice-chanceler Sigmar Gabriel anunciou uma visita à cidade esta segunda-feira, a pedido do autarca, enquanto o ministro do Interior, Thomas de Maiziere, prometeu aplicar “a força total da lei” contra a violência dos neonazis.
O líder do sindicato alemão da polícia alertou para o crescimento do terrorismo neonazi na Alemanha, numa altura em que o país se prepara para acolher 800 mil refugiados este ano. Por seu lado, a co-presidente do Die Linke, Katja Kipping, afirmou que “caiu a máscara” ao movimento Pegida, que até aqui beneficiou da tolerância e silêncio da direita alemã, ao mesmo tempo que criticou a polícia por estar mais preocupada com as manifestações antifascistas do que com os bandos nazis.