The New York Times, Le Monde, El País, Der Spiegel e The Guardian tenhem os papéis desde há semanas e acabam de publicá-los. O portal do WikiLeaks sofreu um ataque.
O acontecido hoje desenha um panorama em que as grandes potências nem podiam imaginar encontrar-se
Som 251.287 comunicaçons –em Inglês- entre o Departamento do Estado Norte-Americano e as suas 297 embaixadas, consulados e missons no estrangeiro. Telegramas e correios eletrónicos que recolhem instruçons e informes oficiais de e para Washington. Quando enviados da embaixada o consulado, é um funcionário público de alto estalom quem o fai.
As datas vam de 1966 a 2010, mas a maior parte fôrom redigidos nos dous últimos anos. Classificam-se em vários níveis de caráter confidencial –de maior para menor-:
1. Secreto "noforn" (só para pessoas dos EUA ou para este país); 2. Secreto; 3. Reservado "noforn"; 4. Reservado; 5. Sem classificar / Exclusivamente para utilizaçom oficial; 6. Sem classificar.
O WikiLeaks preparou umha visualizaçom sobre os documentos: http://cablegate.wikileaks.org/index.html
Havia tempo que do WikiLeaks se vinha assegurando que as provas sobre a política imperialista no Afeganistám e o Iraque ficariam pequenas quando comparadas com o que estava prestes a ser publicado.
O acontecido hoje pom diretamente nas maos do público as informaçons que nos som vetadas, e revela a fragilidade das grandes potências perante um grupo de pessoas corajosas que gerem um portal com grande habilidade.
Espionagem na ONU, pressons internacionais, isolamento de líderes pouco confortáveis e pedidos de mais guerras imperialistas
Segundo os meios que até agora tivérom acesso aos documentos, som reveladas instruçons para realizar trabalhos de espionagem na Organizaçom das Naçons Unidas, sobre o seu secretário, mas também sobre escritórios e missons.
Os documentos afetam a governos de quase todos os países do mundo, instituiçons de toda classe, monarquias, empresariado, bancos...
Provariam umha corrupçom de ámbito planetário, permanentes pressons dos EUA para favorecer interesses comerciais e militares em todo o mundo, incluído o Brasil, ou investigaçons sobre a saúde mental de líderes da América do Sul como a argentina Cristina Fernández de Kirchner.
Revelam, ainda, pressons para isolar Hugo Chávez no ámbito da América Latina, ou para começar já umha nova guerra imperialista contra o Irám.
A respeito desse país, líderes da sua zona geográfica teriam pedido para os EUA começar umha guerra convencional alá, ao tempo que se mostravam preocupados porque o Império Americano desviasse parte dos fundos que destina para manter contentes e ao seu serviço os países do Golfo, para o plano de mísseis balísticos nos Estados Unidos.
Também momentos históricos, como a libertaçom de Nelson Mandela, o golpe de estado de Noriega no Panamá, etc, som tratados nas mensagens.
Pressons e ameaças tentam parar a publicaçom...
Com as revelaçons que o WikiLeaks está a realizar, as normas do jogo trocam e as potências capitalistas-imperialistas nom gostam disso. Nessa linha insirem-se as pressons exercidas polos governos afetados, que avançam em duas linhas: a primeira, direta, sobre os poucos jornais que disponhem das informaçons e sobre o próprio WikilLeaks –que acabou de ser sabotado-. A segunda linha tem a ver com a criminalizaçom e ridicularizaçom dos conteúdos dos documentos.
O assessor legal do Departamento do Estado dos EUA já ameaçou The New York Times, The Guardian e Der Spiegel: segundo Harold Hongju Koh, o seu departamento informou-nos de que a distrubuiçom do material seria "um espalhamento ilegal de documentos secretos" que "porá em risco a vida de inúmeras pessoas".
Koh também escreveu ontem, domingo, umha carta para Julian Assange, na qual o avisava das "conseqüências graves" da publicaçom das informaçons. Entretanto, Assange continua a ser perseguido sob acusaçons de delitos de caráter sexual, por acaso aparecidas após a publicaçom dos documentos do Iraque e o Afeganistám.
Sabe-se o governo do Reino Unido teria perguntado aos jornais daquele estado se publicariam informaçons comprometidas, apontando que nom censurariam, mas que os meios deviam ter em conta a importáncia das operaçons militares británicas.
No ámbito da segunda estratégia, a do desprestigio, Mike Mullen –Chefe do Estado-Maior Conjunto dijo que "a vida de muitas pessoas pode estar em risco", por causa da filtragem. Idêntico pretexto empregárom quando fôrom feitos públicos os reportes das invasons no Afeganistám e o Iraque. Porém, nada dixérom da sua responsabilidade sobre mortes reais, e nom "riscos de", recolhidas nos próprios documentos.
Ainda, o primeiro-ministro de Itália, o ultra-direitista Silvio Berlusconi, achou tam divertidos os textos que "riu à gargalhada" quando leu o que diziam dele e das festas selvagens em que gosta participar. Para o seu partido, o Povo da Liberdade, este jeito de informaçom é o novo terrorismo.
De agradecer foi a sinceridade de Netanyahu, primeiro-ministro israelita, quem assegurou nom ter medo das revelaçons porque o seu país mantém um discurso semelhante nos ámbitos público e privado. Tendo em conta o papel público dos sionistas, é óbvio que seria difícil ter um comportamento privado ainda mais desumano.
Como apontam no twitter em relaçom ao WikiLeaks: O Pentágono "está a hiper-ventilar mais umha vez perante a possibilidade de ter que prestar contas".
...e a imprensa burguesa obedece e mutila os artigos
Nom podia ser diferente. Como dixémos, apenas cinco jornais em todo o mundo recebêrom os papéis secretos. Segundo algumhas informaçons, o norte-americano The New York Times teria comunicado ao governo do seu país o que os textos recolhiam, pondo o serviço ao regime capitalista-imperialista por diante do serviço à informaçom.
O jornal espanhol El País, um desses cinco jornais, deixa bem claro –o repete tantas vezes e de tantas formas diferentes na sua ediçom online que é impossível contá-las- que só publicará o imprescindível. À pergunta de se se poderám consultar a totalidade dos documentos no seu portal, respondem um claro "Nom" e acrescentam que "apenas serám publicados aqueles papéis que considerarmos que nom representan umha ameaça para a segurança de pessoas ou de países."
Sabotagem
O portal do WikiLeaks denuncia que, poucas horas antes de procederem à publicaçom, o servidor caiu. Nem é necessário apontar a total probabilidade de que tenha sofrido um ataque. Os Estados Unidos sabiam desde há dias que a publicaçom desses documentos era iminente, e nesse senso Julian Assange tem denunciado do seu site que o portal tem sofrido "umha intensa pressom durante meses".
De facto, a administraçom americana leva dias realizando gestons perante o Congresso Americano e os estados em que tem representaçom diplomática para informar sobre o previsível conteúdo das filtraçons e as suas conseqüências, como admitiu Philip Crowley, porta-voz do Departamento do Estado. Ontem, a própria Hillary Clinton, Secretária do Estado, contatou pessoalmente líderes de algumhas das poténcias afetadas, como o Canadá, China, Reino Unido, Israel, Dinamarca ou Noruega.
Os documentos desenham um futuro diferente. Doravante, as mentiras do imperialismo e o capital, desses dous disfarces da mesma cousa, tenhem nula credibilidade. Um golpe brutal no meio da pior crise que o sistema capitalista mundial podia imaginar.
O Império treme.