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Abrente Editora lança 'A captura do Santa Maria. 24 homens e mais nada', do comandante Soutomaior

201110_soutomaiorGaliza - Primeira Linha - Às portas do cinqüenta aniversário do espectacular assalto e seqüestro do Santa Maria polo DRIL, a Abrente Editora publica no nosso idioma "A captura do Santa Maria. 24 homens e mais nada", um livro inédito da autoria do galego José Fernandes Vasques, comandante Soutomaior.


Meio século depois de um dos episódios menos conhecidos da resistência galega ao fascismo resgatamos umha das iniciativas de maior projecçom internacional realizadas na longa noite de pedra: o primeiro seqüestro a nível mundial de um navio por motivos políticos.

O seu valor reside na determinaçom de combater com as armas os regimes ditatoriais ibéricos seguindo o fio condutor da insurgência guerrilheira que durante anos fijo frente ao fascismo nas montanhas e cidades galegas na década de quarenta. O DRIL foi umha tentativa de promover a luita frontal, de carácter insurrecional, contra Franco e Salazar perante a passividade da direcçom do PCE que após liquidar a guerrilha em 1948 posteriormente nom duvida em aplicar em 1956 a pactista doutrina soviética da reconciliaçom nacional.

Mas também por estar conformada por um comando basicamente galego-português, no que sem lugar a dúvidas é a primeira colaboraçom galego-portuguesa num operativo militar revolucionário. É o antecedente do que posteriormente foi o apoio que tivo entre sectores da esquerda lusa a Frente armada da UPG a meados dos setenta e o EGPGC entre a década de oitenta e noventa.

Este livro está escrito como umha crónica dos acontecimentos desenvolvidos em Caracas nos meses prévios a Janeiro de 1961 que possibilitárom a Operaçom Dulcineia que culminou com o assalto do paquebote português. Mas também como um diário dos treze dias no que o DRIL converteu o Santa Maria no Santa Liberdade, e finalmente umha explicaçom e valorizaçom dos acordos atingidos com o governo brasileiro para a entrega voluntária do barco e a liberdade dos vinte e quatro combatentes.

Quem era o comandante Jorge de Soutomaior?

José Fernando Fernandes Vasques era o verdadeiro nome deste revolucionário galego.

Nascido na Póvoa do Caraminhal em 1904 de muito jovem incorpora-se à Marinha de Guerra espanhola da que é expulso em 1931 por aderir a umha sublevaçom contra a monarquia.

Participa na fundaçom do PSOE da Póvoa mas posteriormente incorpora-se ao PC.

Em 18 de Julho de 1936 recebe ordens do Ministério da Guerra para que, como tenente de navio, grau a que é ascendido automaticamente, se faga cargo do mando e da defesa da ria de Arouça e das suas terras circundantes para contra-arrestar o levantamento que terminaria na Guerra Civil.

Posteriormente dirige umha agrupaçom guerrilheira nas montanhas do Barbança. Exiliado na França opta por incorporar-se na marinha republicana.

Finalizada a Segunda Guerra Mundial, em 1948 marchou a Venezuela atraído pola política de imigraçom e de portas abertas iniciada polo Governo pró-republicano de Rómulo Gallegos.

A meados dos cinqüenta dá-se de baixa do PC por nom estar de acordo com a sua linha política de reconciliaçom nacional. Em 1958 entra no DRIL (Directório Revolucionário Ibérico de Libertaçom). Foi entom quando um dos seus membros, José Velo Mosqueira, conhecido como Junqueira de Ambia, lhe pujo o alcume de «Jorge Soutomaior», que utilizaria como nome de batalha quando dirigiu o assalto e seqüestro do transatlántico português Santa Maria, em 22 de Janeiro de 1961.

Após estadia no Brasil volta para a Venezuela onde colabora com a insurgência, sofrendo umha tentativa de seqüestro em 1963 por parte das autoridades venezuelanas.

Finalmente é detido e passa um tempo em prisom sob acusaçom de proporcionar instruçom militar ao Movimento de Esquerda Revolucionário (MIR), organizaçom com sólidos alicerces e conexons com a revoluçom cubana.

Umha vez livre, marcha para Cuba, onde residirá alguns anos antes de estabelecer-se definitivamente, umha vez mais, na Venezuela.

Em Cuba trabalha como professor universitário e é designado membro da Secretaria permanente da Tricontinental, nome popular da Organizaçom Latinoamericana de Solidariedade (OLAS), em representaçom do MIR venezuelano. Como delegado deste organizsmo internacionalista viaja em 1967 por Vietname e Laos.

Soutomaior passou por umha grande quantidade de problemas económicos na década de setenta até a sua morte. Técnico electricista de profissom, a sua vida estivo totalmente dedicada à revoluçom, ao anti-imperialismo, ao internacionalismo e ao antifranquismo.

Os seus últimos anos estivérom dedicados a escrever febrilmente.

Umha vez morto Franco, fijo a sua primeira e última viagem, desde 1939, à Galiza e à Gram Bretanha e fijo a sua derradeira (e primeira desde o exílio) para apresentar o seu livro Yo robé el Santa María.

Retirou-se do mundo nos Andes venezuelanos e ali faleceu, em Mérida,11 de Fevereiro de 1986.


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