Pelo menos duas pessoas morreram e outras 15 estão gravemente feridos na cidade de Changuinola, província de Bocas del Toro (oeste do Panamá), depois de serem reprimidas pela Polícia do país, enquanto participavam da greve dos bananeiros que começou há cinco dias neste país, eles reividicam um aumento salarial e o comprimento dos seus direitos.
A colaboradora da TeleSur no Panamá, Claudia Figueroa, informou que “foi confirmada a morte de duas pessoas. A polícia os atacou, e eles morreram como consequência deste ataque da polícia”.
O Subdiretor da imprensa da Polícia Nacional panamenha, Jairo Polo, informou que o nome de um dos falecidos é Antonio Smith, de 30 anos, dirigente sindical das bananeiras “Bocas Fruit Company”.
Polo não deu detalhes sobre as circunstâncias da morte, nem do estado daqueles que estão feridos.
Na província de Bocas del Toro, aconteceu uma “forte repressão da polícia contra os manifestantes, às 11 horas da manhã (hora local)”, expressou a colaboradora da TeleSur.
Há “um número indeterminado de presos”, enquanto que as quinze pessoas feridas estão entre a vida e a morte, segundo relatou a jornalista.
“A greve não acabou na província de Boca del Toro. Ainda se mantém o bloqueio das ruas em apoio a greve”, sustenta Figueroa.
Ela disse que “os 20 pontos de acesso a Bocas del Toro permanecem bloqueados, cortaram a eletricidade e o abastecimento de água, está escasso a comida e o combustível de toda a província”.
A jornalista também indicou que a greve começou no setor dos bananeiros, mas, posteriormente, se uniram a ela “os professores, trabalhadores da construção civil e os grupos indígenas”.
Também na província de Colon (norte) “há uma greve, desde sábado, dos trabalhadores que estão trabalhando na ampliação do canal do Panamá”.
A jornalista também informou que na Cidade do Panamá (capital) houve um bloqueio de rua, que durou até as 16h (no horário local). “Estavam bloqueando uma parte da Avenida Bolívar da Cidade do Panamá que está em frente a Universidade do Panamá”.
Os grevistas do setor bananeiro da empresa Bocas Fruit Company exigiram a suspensão da conhecida Lei 30 ou “Lei Lagosta”, que estabelece, entre outras coisas, a eliminação da obrigatoriedade de pagamento da cota sindical por meio do desconto direto.
Todavia, o instrumento legal permite aos empresários substituir os trabalhadores em caso de greve.
De acordo com o grêmio, esta regulação busca enfraquecer o sindicalismo nacional, pois o pagamento da cota corresponde sua principal fonte de ingressos.
Os manifestantes exigem a presença, na cidade de Changuinola, do presidente Ricardo Martinelli, na busca por uma solução negociada destes direitos.
Martinelli fez uma convocação extraordinária a um conselho de ministros e enviou o titular da Presidência, Demetrio Papadimitriu, a Changuinola para conversar com os manifestantes.
Os trabalhadores solicitam, nesta greve, melhores condições higiênicas de trabalho e uma solução a falta de transporte para os empregados.
Fonte: TeleSUR
Tradução: Paulo Gustavo Roman
8 de julho de 2010