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Ernesto Lopes, activista de ADEGA-Ferrol: 'A Junta nom tem interesse por preservar o Pico Velho'

110510_ernestoGaliza - Diário Liberdade - Falamos com um dos activistas envolvidos na defesa do Pico Velho, umha área de valor ambiental e etnográfico ameaçada por um projecto mineiro.


Ernesto Lopes é secretário da Associaçom pola Defesa Ecológica da Galiza (ADEGA) em Ferrol, um dos 16 colectivos das comarcas de Trasancos, Eume e a Corunha que desenvolvem iniciativas contra o projecto de mina de andaluzita no Pico Velho, umha zona sensível das fragas do Eume e o rio Belelhe ameaçada por mais um projecto empresarial agressivo com o meio.

Diário Liberdade - Qual é o valor ecológico da área natural de Goente onde se pretende levar avante umha mina para a exploraçom de andaluzita?

Ernesto Lopes - O valor ambiental da zona é muito alto, pois lá nascem um afluente do Eume e o rego de Cernadas, a principal fonte do rio Belelhe. Embora haja umha parte ocupada por eucaliptos, a zona propriamente do jazigo é umha fraga e nela encontramos espécies botánicas e animais catalogadas como "vulneráveis" no catálogo galego de espécies ameaçadas. Nom esqueçamos que as fragas no norte do País estám em regressom.

DL - Os defensores do projecto dim que a zona fica fora o Parque Natural das Fragas do Eume e do L.I.C. Júvia-Castro.

Ernesto - A zona, por valores ambientais, devia fazer parte do Paque Natural; de facto, se ficou fora dele foi polas pressons das companhias mineiras interessadas em explorar este jazigo. Além do mais, o projecto apresentado em 2006 incluia 17 hectares dentro do Parque Natural; só depois de ser rejeitado pola Junta é que apresentárom um novo projecto que deixa fora do parque esta zona, mantendo umha distáncia de 50 metros. O rio Belelhe, na zona chamada Rego Cernadas, está proposto pola Junta como alargamento da Rede Natura. Ainda, esta zona é um corredor para a fauna e a flora entre estes dous espaços protegidos, a mina suporia a destruiçom deste corredor, fragmentando os habitats e dificuldando a sobrevivência de muitas das espécies que habitam nestes espaços.

DL - Que empresas e que interesses estám por trás do projecto? É realmente necessário empreender a extracçom de mineral nessa zona?

Ernesto - A empresa que solicita a exploraçom do jazigo chama-se "Picobello Andalucita SL" , é umha companhia de capital inglês e sul-africano constituída no ano 2000. Os colectivos ecologistas nom nos questionamos se é necessária ou nom a exploraçom da andaluzita em Pico Velho; eu suponho que terám milhares de toneladas polo mundo adiante em armazéns e fornos de fundiçom abandonados.

DL - Qual a atitude da Junta da Galiza no assunto?

Ernesto - A Junta de Galiza parece nom ter muito interesse em preservar os valores ambientais e etnográficos do Pico Velho, pois no passado dia 11 de Março a Direcçom Geral de Qualidade e Avaliaçom Ambiental dava o visto favorável ao estudo de impacto ambiental, que comete erros gravíssimos, como situar o Rego Cernadas na bacia do Eume, ou nom especificar o impacto da exploraçom no Parque Natural, que também é Lugar de Interesse Comunitário.

 

DL - Existe sensibilidade social com o problema ou volta a primar, como tantas vezes, a promessa da riqueza económica que trará a exploraçom mineira?

Ernesto - Como se passa sempre com as questons ambientais, a opiniom pública está dividida. Na zona de Goente e da Capela, há pessoas contrárias á mina e outras favoráveis, mas estas o que nom vem e que umha gestom adequada dos espaços protegidos daria mais postos de trabalho que qualquer mina. Nom falo só de agentes florestais, guias ou turismo, mas também de exploraçons agrícolas ou gadeiras compatíveis com estes espaços e que se sustentam em recursos que, se tratarmos deles, vam durar para sempre, enquanto a minaria é sempre umha actividade destruidora do meio e do futuro, e com umha durabilidade curta, neste caso 12 anos.

DL - E por parte das instituiçons locais afectadas?

Ernesto - Os concelhos afectados som, em primeiro lugar, o das Pontes, cujo presidente da cámara municipal já se manifestou favorável à mina; de facto a instituiçom é proprietária de 21 das 27 hectares da exploraçom. Lindeiro com o jazigo fica a Capela, cujo governo municipal é contrário à mina, da subministraçom de água tirano do rio Belelhe e apoiam as actividades que desenvolvemos os colectivos ecologistas. Depois estám os concelhos de Fene e Neda, afectados direitamente, porque por eles discorre o rio Belelhe, mas até agora desconheciam o projecto. Também estám Pontedeume, Cabanas e Monfero, que tenhem terreios dentro do Parque Natural. O presidente da cámara de Monfero já nos manifestou a sua oposiçom e com os outros ainda nom falamos.

DL - Que iniciativas fôrom já tomadas e quais tendes previsto desenvolver proximamente?

Ernesto - Até agora tivemos, como dixem, entrevistas com alguns presidentes das cámaras municipais atingidas, apresentamos denúncias na Fiscalia de Meio Ambiente e tivemos a semana passada umha reuniom com o fiscal, também vamos solicitar entrevistas com organismos da Junta, dirigir-nos ao organismo da CE gestor da Rede Natura e actividades de informaçom e reivindicaçom, como roteiros palestras ou quaisquer outras que as circunstáncias requeiram para garantir o futuro do rio Belelhe e das Fragas do Eume.


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