Escritor, pintor, editor, professor, ativista do galeguismo, defensor da língua da Galiza e da sua orientaçom para o mundo lusófono.
Figura contraditória num país contraditório, fruto de um traumático processo histórico que nos conduz para a desapariçom forçada pola imposiçom espanhola, Dias Pardo conviveu na juventude, sendo militante comunista, com a plêiade do galeguismo político e artístico da II República: Castelao, Outeiro Pedraio, Luís Seoane, Ángelo Casal...
Salvando-se ele próprio, por pouco, de ser executado polos fascistas, ficou marcado para sempre polo terror de Franco e dos falangistas, denunciando durante o resto da sua vida esse regime criminal, assassino do seu pai Camilo Dias Balinho, entre outros muitos milhares de militantes republicanos, nacionalistas e da esquerda galega.
De profundas convicçons republicanas, defendeu com especial fervor a nossa língua, reivindicando, em linha com o conjunto do galeguismo histórico, a unidade galego-luso-brasileira como única opçom de futuro para um idioma em vias de desapariçom no seu berço histórico, a Galiza.
Porém, e de maneira contraditória, nom deixou de legitimar com a sua figura de galeguista os partidos da atual pseudo-esquerda espanhola, que ele identificava com o que tinham sido antes de 1936, como o PSOE. Nom por isso deixou de manter umha boa relaçom com o conjunto de setores da esquerda nacional galega, que sempre mantivérom umha posiçom de respeito polo velho Isaac.
Nos seus últimos anos, sofreu um processo de usurpaçom da empresa Sargadelos e do legado cultural que fundara nos anos 60 com Luís Seoane, por parte de umha nova geraçom de empresários alheios a qualquer compromisso com o País.
Com todas as suas contradiçons, com todo o seu compromisso galego e com toda a sua genialidade artística, Isaac Dias Pardo integra já o património histórico da Galiza que luita polo direito à existência.
Imagem inferior: Três Graças. Óleo sobre tela de Isaac Dias Pardo. 100x80 cM. Ano 1953