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Declaração da Conferência Internacional pela Paz no País Basco

Raphael Tsavkko Garcia

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Declaração da Conferência Internacional pela Paz no País Basco

Raphael Tsavkko Garcia - Publicado: Terça, 18 Outubro 2011 01:02

Raphael Tsavkko

A declaração lida por Bertie Ahern, em nome dos convidados internacionais encerrou hoje a Conferência de Paz.


Os signatários convocam a ETA a declarar o fim da sua longa campanha armada, que já dura 50 anos e pedem aos governos espanhol e francês que respondam positivamente à declaração da conferência e se envolvam em negociações para resolver as conseqüências do conflito. Eles também apelam a todos os partidos bascos e organizações sociais para iniciar um diálogo significativo.


A Conferência, a cargo da organização promotora da paz Lokarri e de seu coordenador, Paul Rios (@paulrios), foi realizada no dia 17 de outubro em Donostia-San Sebastian, com o objetivo de pressionar organizações e governos a negociar um fim para o longo conflito basco. Não apenas o fim da violência da ETA, mas também o fim da imensa violência estatal contra a cidadania basca, expressa nas prisões políticas, ilegalizações, torturas e assassinatos de nacionalistas bascos, como Jon Anza.


DECLARAÇÃO

Viemos para o País Basco hoje, porque acreditamos que é hora de acabar, e é possível acabar, o último confronto armado na Europa.

Nós acreditamos que isso pode ser alcançado agora, com o apoio dos cidadãos e seus representantes políticos, bem como o apoio da Europa e da comunidade internacional. Queremos afirmar claramente que não viemos aqui para impor nada ou alegar que temos o direito ou autoridade para dizer aos cidadãos deste país, ou os atores relevantes e representantes políticos, o que devem fazer.

Em vez disso, nós viemos aqui de boa-fé, com a esperança de oferecer idéias extraídas de nossas próprias experiências de resolução de longos conflitos que afligiram nossas próprias sociedades e povos, assim como outros conflitos que ajudamos a resolver.

Sabemos por experiência própria que nunca é fácil acabar com a violência e os conflitos e garantir uma paz duradoura. É preciso ter coragem, disposição para assumir riscos, profundo compromisso, generosidade e estadismo.

A paz vem quando o poder da reconciliação supera os hábitos de ódio, quando a possibilidade do presente e do futuro é infinitamente maior do que a amargura do passado.

Também sabemos da nossa própria experiência que, quando uma verdadeira oportunidade para a paz surge, ele deve ser aproveitada. A crescente demanda dos cidadãos deste país e de seus representantes políticos para resolver este conflito através do diálogo, democracia e da completa não-violência criou esta oportunidade.

Por causa de tudo isso, acreditamos que é hoje possível acabar com mais de 50 anos de violência e alcançar uma paz justa e duradoura.

À luz disto:

1. Apelamos à ETA para que faça uma declaração pública da cessação definitiva de todas as ações armadas e solicitar conversações com os governos da Espanha e França para tratar exclusivamente das conseqüências do conflito.

2. Se tal declaração for feita instamos os governos da Espanha e da França para a acolher e aceitar conversar exclusivamente para lidar com as consequências do conflito.

3. Nós pedimos para que grandes passos sejam dados para promover a reconciliação e reconhecer, compensar e assistir a todas as vítimas [e] reconhecer o dano que foi feito e tentar curar as feridas pessoais e sociais.

4. Em nossa experiência de resolução de conflitos muitas vezes há outras questões que, se tratadas, podem auxiliar na obtenção de uma paz duradoura. Nós sugerimos que atores não-violentos e representantes políticos se reunam e discutam políticas e outras questões relacionadas, em consulta com os cidadãos, que podem contribuir para uma nova era sem conflito. Em nossa experiência, observadores ou facilitadores ajudam nesse diálogo. Aqui, esse diálogo também pode ser assistido por facilitadores internacionais, se isso for desejado pelos envolvidos.

5. Estamos dispostos a formar uma comissão para acompanhar essas recomendações.

Donostia-San Sebastian

17 de Outubro de 2011

Assinam o documento: Bertie Ahern, Kofi Annan, Gerry Adams, Jonathan Powell, Gro Harlem Bruntland e Pierre Joxe.


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