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''Fora Anastasia'': Professores de Minas Gerais mantém a greve

190911_prof4Brasil - Diário Liberdade - [Atualizado às 18h, dia 20 de setembro de 2011] Nesta terça-feira (20) os professores aprovaram com palavras de ordem de "Fora Anastasia" a continuidade da greve e permaneceram em vigília em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais contra a aprovação de um projeto de lei que prevê um aumento de salário que não atende o piso salarial nacional da categoria.


Mais de cem dias de greve dos Professores

Uma situação de luta dos trabalhadores toma corpo em Minas Gerais. Os professores estaduais, em uma heroica greve que já passa de 101 dias, exigem o cumprimento da lei federal que estabelece o Piso Salarial Nacional, equivalente a R$ 1.187,97.

Reeditando o acorrentamento ocorrido na terça-feira, dia 13 de setembro, quando professores se acorrentaram na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, na sexta-feira professores se acorrentaram no Palácio da Liberdade, em frente à Praça da Liberdade, onde ocorreu o evento nacional do "Relógio da Copa".

O governo de Minas Gerais chegou a utilizar capangas com carros oficiais para espionar os sindicalistas do Sind-UTE (veja o vídeo) e se utiliza covardemente o aparato judicial do Ministério Público para tentar ilegalizar a greve. Os professores contam com apoio de personalidades como Fernando Morais, Luís Fernando Veríssimo e Leonardo Boff, dos estudantes, além de diversos partidos da esquerda e dos movimentos sociais como o MST e a Via Campesina. Também o ex-presidente Lula declarou em visita a Minas Gerais apoio aos professores: “Eu estou sabendo que os professores estão em greve em Minas Gerais. O mais grave é que nós aprovamos uma Lei criando o piso salarial dos professores, essa Lei foi sancionada, quando eu estava na Presidência alguns governadores entraram na justiça para não pagar o piso e a justiça sentenciou que o piso é constitucional! É uma vergonha alguém dizer que não pode pagar o piso de R$1.100,00 para um professor”, protestou Lula.

Greve declarada ilegal pela Justiça mineira

Nesta sexta-feira o Ministério Público Estadual declarou ilegal a greve dos professores em um flagrante ataque aos direitos dos grevistas. A Presidenta Dilma Rousseff recebeu da sindicalista Beatriz Cerqueira um dossiê contando a situação da educação em Minas. Em meio aos documentos, um estudo dos auditores fiscais, feito em 2002, falando dos investimentos de Minas na educação, além de um contracheque de um professor ativo, com vencimento básico de R$ 369. A Presidenta prometeu mediar a negociação entre os professores e o governo do Estado de Minas Gerais.

Repressão brutal

Ainda na sexta-feira, cerca de 8 mil professores se reuniram na Praça da Liberdade, onde estava sendo inaugurado pelos oficiais do Estado o "Relógio da Copa", foram brutalmente reprimidos pela Polícia Militar de Minas Gerais, que contou com um imenso aparato militar contra os professores quando estes tentaram se aproximar do evento.

Os professores foram agredidos com cassetetes, spray pimenta, golpes violentos, bombas de "efeito moral" e tiros de bala "de borracha".

Um professor teve que ser levado ao hospital João XXIII por ter tido ferimentos graves.

Mesmo com a presença de idosos na manifestação os militares não hesitaram em atacar covardemente os professores e professoras ali presentes. Há um vídeo com baixa qualidade, mas que comprova o grau de tensão que os militares impuseram aos manifestantes.




Assembleia e continuidade da greve

Os professores se reunirão na próxima terça-feira (20), às 14 horas, novamente na Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para fazer um balanço do movimento, votar a greve e protestarem contra a violência do Estado mineiro contra a categoria.

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Professor Flávio Martins ficou ferido no braço durante o confronto (Foto: Pedro Triginelli/G1)

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Correios em greve

Já os trabalhadores dos correios exigem aumento salarial real enquanto a Frente Nacional dos Trabalhadores dos Correios luta para que seja um dos eixos da greve o veto de Dilma à MP 532, aprovado pelo Congresso, que abre o capital da estatal e inicia, na prática, a privatização da empresa. A categoria deixou explicito que não aceitará a proposta rebaixada da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) de apenas R$ 800 de abono sem aumento real.

Na sexta-feira (16) cerca de 100 funcionários dos Correios estiveram há mais de duas horas reunidos na porta da prefeitura da capital para dar continuidade a greve. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sintect-MG), entre as reivindicações está um reajuste salarial de 74%. Segundo um dos membros da diretoria do Sindicato, Gilson Cunha, a expectativa é chamar a atenção da presidente para os protestos que estão sendo feitos há três dias.

Operários do Mineirão em greve

Osmir Venutto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belo Horizonte, diz que os operários buscam melhoria salarial e das condições de trabalho.

Em junho os operários fizeram uma greve que durou aproximadamente cinco dias, quando foi feito um acordo com o Consórcio Minas Arena para um aumento real de 4% e o pagamento da totalidade das horas extras, além da garantia de convênio médico e participação nos lucros em agosto, no valor de R$ 313. Os operários exigem o reajuste salarial de R$ 925 para R$ 1200 para pedreiros, e de R$ 605 para R$ 1000 para os ajudantes. As reivindicações não foram atendidas e por isso as obras serão paralisadas até que a empresa atenda as demandas dos operários.

Este movimento grevista coincide com a visita da presidenta Dilma Rousseff, que esteve em Belo Horizonte nesta sexta-feira (16) para inaugurar o relógio de contagem regressiva dos mil dias remanescentes para a Copa do Mundo no Brasi.

Ainda na sexta-feira, os funcionários que ainda trabalhavam foram convencidos pelos grevistas a aderir ao movimento. Ao todo, são 1,3 mil operários parados. No primeiro dia do movimento, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte estimou a adesão em 90%.

Os operários pedem aumento de salário, cesta básica, plano de saúde e assistência às famílias.

Gráficos do jornal Estado de Minas em greve

Gráficos do jornal Estado de Minas decidiram entrar em greve nesta quinta-feira (15). A edição desta sexta-feira saiu com redução de páginas por causa da paralisação de uma hora realizada ontem.

Os trabalhadores que não aderiram à greve estão sendo obrigados a trabalhar em situação de risco, alguns a mais de 16 horas, que caracteriza cárcere privado. Exigem reposição das perdas salariais e vale-refeição.

A greve é por tempo indeterminado e a Superintendência Regional do Trabalho irá fiscalizar.

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Fotos de Charles Silva Duarte e Ales de Jesus, do jornal O Tempo.


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