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Presidente da Galp diz que greve vai sacrificar resultados da empresa

130410_ferreira.jpgEsquerda.net - Federação sindical diz que a afirmação é demagógica e lembram que os lucros da empresa ascenderam a cerca de 220 milhões de euros. Ferreira de Oliveira ganhou 1,6 mil milhões de euros em 2009.

 


 

Os trabalhadores da Galp têm uma greve de três dias convocada para os próximos dias 19 a 21 de Abril, reivindicando aumentos de salários de 2,8%, num mínimo de 55 euros.

Na passada 6ª feira, o presidente da Galp Energia, Ferreira de Oliveira, disse em nota interna enviada aos trabalhadores que lamenta a paralisação e que "os objectivos da greve não são justos nem possíveis de satisfazer, apesar da nossa melhor vontade para evitar conflitos laborais".

Diz ainda o presidente que "uma greve neste contexto não defende os interesses nem de curto nem de longo prazo dos que aqui trabalham e muito menos dos que aspiram a vir a trabalhar connosco; para além do custo da greve, que a todos afecta, está também em jogo a falta de solidariedade para com o futuro da empresa".

Em resposta, a Federação das Indústrias Metalúrgica, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas (Fiequimetal) diz que "é a ganância dos homens que destrói a coesão social e compromete o futuro das novas gerações", acusam Ferreira de Oliveira de demagogia e afirmam que a mensagem é "inteiramente desprovida de sentido, porque totalmente inócua quanto aos seus objectivos".

A Federação sindical refere também que "falar em consequências nefastas da greve, face aos investimentos nas refinarias e às paragens técnicas a que estas irão estar sujeitas é, por um lado, um insulto ao conhecimento e inteligência dos trabalhadores e, por outro lado, uma contradição e uma mostra de hipocrisia quando refere custos elevados decorrentes da greve".

Sublinham ainda os sindicalistas que "Está na ordem do dia um assunto a que os portugueses assistem atónitos: cerca de uma centena de gestores portugueses auferem anualmente um montante de remunerações, cujo valor daria para construir dezenas de hospitais, escolas e creches.

No caso dos senhores Administradores da Comissão Executiva da GalpEnergia, os salários mensais (de 25.000 a 76.400 €), a que se juntam o farto cardápio de remunerações variáveis e outros benefícios, totalizando em 2009 mais de 6,2 milhões €, prova que é por pura ganância, e não por outra qualquer razão, que não são satisfeitas as justas reivindicações dos trabalhadores.

Na verdade, nem é necessário aumentar os custos da Empresa, basta retirar uma pequena parte das vossas obscenas mordomias para resolver o conflito".

Ferreira de Oliveira é um dos administradores mais bem pagos das empresas cotadas no PSI-20, tendo recebido, em 2009, 1.600.000 euros. A relação entre os vencimentos dos administradores da Galp e os salários médios dos trabalhadores da empresa é de 16,1. E a diferença entre o presidente e os restantes administradores da Galp é a maior entre as empresas cotadas no PSI-20. O vencimento de Ferreira de Oliveira é de 192% dos vencimentos médios da administração.


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