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Moçambique: português ganha espaço na população jovem

240310_mocambique.jpg Angola Press - A língua portuguesa é a mais falada em Moçambique e ganha cada vez mais espaço entre a população jovem residente nas zonas urbanas, apesar do sotaque derivado das línguas nativas.  


O Instituto Nacional de Estatística (INE) de Moçambique indica que 90 por cento da população urbana moçambicana usa o português como principal língua de comunicação, nove por cento utiliza-a em casa e 6,5 por cento tem-na como língua materna.  

O país tem 21,8 milhões de habitantes, espalhados pelas 11 províncias com 23 línguas de origem bantu, mas nenhum dos idiomas autóctones cobre todo o território nacional.   

O xichangana, falado no sul, o cisena, no centro, e emakwa, no norte do país, são as línguas nacionais mais dominantes. 

O número de falantes da língua portuguesa está, de resto, a crescer nas áreas urbanas, enquanto, nas zonas rurais, diminui. 

Na cidade de Maputo, com um universo populacional de aproximadamente 960 mil habitantes, mais de 412 mil pessoas têm o português como língua materna, contra as 302 mil que usam o xichangana e 93 mil que têm o xironga.

Segundo o INE de Moçambique, o número de falantes de português na capital moçambicana é elevado entre crianças dos cinco aos nove anos (85 603), no entanto, os residentes de Maputo que estão na faixa etária entre os 35 e 39 anos são os que menos dominam a língua portuguesa: 16 mil.

Actualmente a língua portuguesa chega a todos os 128 distritos de Moçambique mas é nos aglomerados populacionais que se desenvolve, pois nas zonas predominantemente rurais tal não acontece.

Num país onde 80 por cento reside nas zonas rurais, "há pouca motivação e poucas situações em que é necessário usar o português", considera Perpétua Gonçalves na obra intitulada "Português de Moçambique: uma variedade em Formação". 

Em 1975, o então Governo adoptou o português como língua oficial da Administração Pública e da Educação. Na altura, menos de 10 por cento da população tinha acesso à escola. Hoje, 52 por cento é alfabetizada.

Actualmente frequentam o ensino básico e secundário seis milhões de jovens moçambicanos, muitos deles a ter o primeiro contacto com a língua portuguesa quando chegam à escola, mas cerca de 200 mil ficaram de fora por falta de vagas, de escolas ou de professores. 

As autoridades moçambicanas aventam a hipótese de aderir, este ano, ao novo acordo ortográfico. 

A partir de quinta feira e durante uma semana realiza-se em Brasília uma conferência internacional sobre o futuro da língua portuguesa, que culminará com a VI Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP.


Línguas de Moçambique

De acordo com o artigo 5.º da Constituição (revisão de 1990) "Na República de Moçambique, a língua portuguesa é a língua oficial". No entanto, de acordo com o Recenseamento Geral da População e Habitação, realizado em 1997, o português é língua materna de apenas seis por cento da população - número que, na cidade de Maputo, chega aos 25 por cento -, apesar de cerca de 40 por cento dos moçambicanos terem declarado que a sabiam falar.

O mesmo artigo 5.º da Constituição diz ainda: "O Estado valoriza as línguas nacionais e promove o seu desenvolvimento e uso crescente como línguas veiculares e na educação dos cidadãos". Em Moçambique foram identificadas diversas línguas nacionais, todas de origem bantu, sendo que as principais são: cicopi, cinyanja, cinyungwe, cisena, cisenga, cishona, ciyao, echuwabo, ekoti, elomwe, gitonga, maconde (ou shimakonde), kimwani, macua (ou emakhuwa), memane, suaíli (ou kiswahili), suazi (ou swazi), xichangana, xironga, xitswa e zulu.

Considera-se que são faladas, para além do português, entre 20 e 26 línguas nacionais, 17 delas com registo ou alguma tradição escrita.

Devido à considerável comunidade asiática radicada em Moçambique, são também falados o urdu e o gujarati.


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