Uxia encheu o Teatro Municipal Café Pequeno do bairro de Leblon, onde demonstrou o poder da nossa língua e cultura nacionais. Um espetáculo lusófono, em letras maiúsculas, onde a língua galego-portuguesa foi o elo de uniom da Galiza, Brasil e Portugal.
Uxia dedicou o mês de Janeiro à gravaçom do seu novo disco, Meu Canto, num estúdio do conhecido bairro de Botafogo, na cidade do Rio de Janeiro. Este trabalho, em que colaboram músicos brasileiros como Lenine, sairá à venda a finais de 2011 e nele estará presente o espírito galego-brasileiro que inspirou a sua turné.
Formosas versons de cançons tradicionais galegas como A Rianjeira ou clássicos como Umha noite na eira do trigo, baseada num poema de Curros Henriques; conhecidas e emotivas cançons do músico mais representativo de Portugal, José Afonso, como Menino do bairro negro; e autênticos hinos da Música Popular Brasileira (MPB), como um samba de Noel Rosa ou uma moda caipira do interior de São Paulo, figérom desfrutar o público que lotava o local carioca.
Desta volta, foi a música que deixou em evidência a unidade lingüística galego-luso-brasileira e refletiu a necessidade de o galego romper as fronteiras regionais impostas por Espanha para se enriquecer e crescer com os cheiros tropicais do Brasil e europeus de Portugal.
Aliás, Uxia agiu como umha verdadeira embaixadora da cultura galega e demonstrou com os seus poderosos trabalhos que a lusofonia tem muito a ganhar com o reconhecimento da Galiza como mais umha naçom de fala portuguesa. Recordemos que o povo galego foi o criador da língua portuguesa, língua que na Galiza denominamos galega, e que no nosso país está a origem e a essência do mundo lusófono.
A cantora galega partilhou cenário com músicos de diferentes pontos do Brasil, como Sérgio Tannus e Paulinho Moska, vindos da cidade de Niterói; e do nordeste como Socorro Lira. Também passárom polo cenário fluminense Paulo Borges ou Marcelo Dinis, entre outros. Pandeireta, pandeiro brasileiro, cavaquinho, violão e bandolim junto à voz terna e aveludada da cantora de Mós, resgatárom o universo galego tam presente e esquecido nos alicerces do país latino-americano.
Cançons próprias como A tribo mágica, Terra minha e sua, em parceria com Socorro Lira e Sérgio Tannus e Eterno Navegar, com Paulo Borges, além doutros belos temas tradicionais galegos como Alalá das Marinhas, completárom a noite musical que se fijo curta de mais para um público galego-brasileiro, ou "brasilego", como definiu a própria Uxia, que pejava o Café Pequeno. Teatro que ficou, com certeza, pequeno de mais.
Fotos e crónica do Diário Liberdade.