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Barbárie social patrocinada pelo imperialismo impõe a superexploração das massas no Haiti

110111_haitilbiHaiti - LBI-QI - Um ano do terremoto que devastou o Haiti.


Neste mês de janeiro completa-se um ano do terremoto que arrasou o Haiti, deixando mais de 200 mil mortos e milhares de desabrigados. De lá para cá, a barbárie social na ilha negra, que acaba de celebrar 207 anos de independência do colonialismo francês, só se aprofundou. Os marineres ianques ocuparam o país dias após a catástrofe, o Haiti foi alvo de furacões, as tropas da ONU trouxeram cólera para a ilha que já matou 2 mil pessoas e o imperialismo, em conjunto com o governo brasileiro que comanda a Minustah, montou uma fraude eleitoral grotesca para impor mais uma vez uma marionete como presidente de sua nova colônia, planejada para ser uma base militar estratégica entre Cuba e Venezuela.

A burguesia mundial, tendo a frente o imperialismo ianque com a colaboração do governo da frente popular brasileira, aproveitou-se da campanha "humanitária" para cinicamente legitimar e justificar a manutenção da ocupação do país que já dura quase sete anos. Além de servir aos interesses da burguesia imperialista como força militar auxiliar, de projetar o governo brasileiro como lacaio e comandante em chefe dos demais governos latino-americanos, a ocupação do Haiti instaurou um regime de semi-escravidão a serviço, principalmente, da indústria têxtil brasileira e das transnacionais norte-americanas que pagam um salário mínimo aos haitianos de 200 gourdes (190 reais). Ademais, a repressão aos haitianos serviu como campo de treinamento para o aparato repressivo brasileiro e de outras nações latino-americanas, táticas de guerra agora aplicadas nos morros e favelas cariocas.

UMA NOVA BASE MILITAR IANQUE E UM CAMPO DE ESCRAVOS PARA AS TRANSNACIONAIS

O Haiti, sob a condição de terra arrasada, se converteu na mais nova ocupação militar dos EUA. Porto Príncipe se tornou outra Cabul ou Bagdá. A diferença é que depois da invasão orquestrada pelos EUA que golpearam Aristide em 2004, os exércitos dos governos de centro-esquerda se dispuseram a fazer o trabalho sujo de "estabilizar" a ilha ocupada.

Enquanto os EUA expandiam seu domínio militar nas ocupações do Afeganistão e Iraque, as tropas da Minustah desempenhavam por procuração ianque a mesma função. Prenderam a oposição política ao governo pró-EUA, assassinaram líderes da resistência militar e aterrorizaram as massas com sangrentos massacres, exploração sexual e estupros.

Washington está tratando de tirar o maior proveito possível do terremoto e voltou a ocupar permanentemente a ilha de localização estratégica, entre Cuba e Venezuela e ali começa a montar uma base militar maior do que as recém-instaladas na Colômbia. Com esta mais nova base militar, a administração Obama, já começando a transição para os republicanos, aumenta o cerco sobre os centro-esquerdistas burgueses do continente: novas bases militares são edificadas na Colômbia, a IV Frota voltou à ativa, o espectro dos golpes militares rondam a partir do desenlace imposto em Honduras e os herdeiros políticos diretos de Pinochet retornam ao governo do Chile.

Por baixo do discurso repetido à exaustão pela grande mídia acerca da pobreza do Haiti está a tentativa de vender a ideia de que o país não tem nada que se explorar e que, portanto, a estranha disputa entre os países capitalistas por "ajudar" não passa de pura filantropia humanitária. Balela!

Os abutres em pele de "solidariedade internacional" estão de olho nas mil e uma maneiras de aproveitamento da nova invasão. Desde a apropriação pura e simples do território do país de localização estratégica em meio à nova ofensiva imperialista ianque sobre a América latina, até a mão de obra semi-escrava hoje explorada majoritariamente por empresas multinacionais. Há também outras riquezas como as reservas quase inexploradas de irídio, ouro, cobre, urânio, diamante, gás e... petróleo, zonas costeiras de águas profundas favoráveis ao atracamento de super-petroleiros, praias caribenhas de grande valor turístico e os chamados recursos offshore (liberdade cambial, legislação tributária e bancária própria de paraísos fiscais) para privatização. Isto tudo sem contar com o fabuloso empreendimento que é em si a tal "reconstrução" para as grandes corporações internacionais. Em resumo, a ocupação do Haiti é um excelente negócio para transferência de recursos dos Estados imperialistas e dos fundos de ajuda humanitária para as grandes empresas multinacionais do ramo da construção, petróleo, segurança privada, etc.

A FRAUDE ELEITORAL A SERVIÇO DA RECOLONIZAÇÃO

Todos sabem que o suposto governo haitiano não passa de uma marionete desprezível imposta pelo imperialismo a partir de um golpe de Estado e posteriormente legitimado por eleições fraudulentas, manobra lançada agora mais uma vez.

As eleições de 28 de novembro foram uma tentativa de buscar canalizar o enorme descontentamento da população e substituir Préval por um governo menos fragilizado. Os ocupantes que conduzem as eleições têm, até agora majoritariamente, como objetivo impor seu nome preferido, Jude Celestin. Porém, a OEA acaba de lançar um relatório declarando que o candidato Michel Martelly, cantor de hip hop, teria conquistado mais votos que o candidato do governo, o que significa que pode estar em curso uma nova manobra do imperialismo na tentativa de dar alguma estabilidade à ilha através de uma terceira via, já que manifestações e barricadas tomaram as ruas Porto Príncipe no dia 28 de novembro, com as tropas da Minustah reprimindo os defensores de Martelly para impor a fraude eleitoral.

O primeiro turno foi uma fraude grotesca. Só 23% do eleitorado votou, indicando a enorme desconfiança com o circo eleitoral. Os resultados maquiados apontam um segundo turno, indicado para 16 de janeiro, mas que deve ocorrer somente em fevereiro, entre a social-cristã Mirlande Manigat e o tecnocrata Jude Celestin, apoiado por Préval, com a possibilidade de Martelly podendo ainda entrar na disputa. A dinâmica imposta até agora indica uma nova fraude para impor o candidato do governo e do imperialismo. Mas, caso a candidata da oposição burguesa, Manigat, seja "escolhida" ou mesmo se Martelly for escalado para dar ares legítimos à manobra eleitoral, nada mudará na ilha negra devastada. Trata-se da eleição de um fantoche, o poder real está nas mãos do imperialismo e das grandes transnacionais e o país continuará mergulhado no caos, daí a necessidade de impulsionar, mais uma vez, o boicote ativo à farsa eleitoral.

PELA DERROTA E EXPULSÃO DAS TROPAS DE OCUPAÇÃO DO IMPERIALISMO E DA ONU NO HAITI!

Nos últimos dias, quando se celebra um ano do terremoto e se anuncia o possível segundo turno da farsa eleitoral, a mídia imperialista vem alardeando cenas de disputa por comida e saques aos comércios para justificar a repressão que vem sendo enviada em peso para a ilha. Trata-se de propaganda para justificar o incremento da ação criminosa dos verdadeiros saqueadores, a burguesia dos EUA, Canadá, França e de seus sócios brasileiros.

Somente as massas haitianas apoiadas por seus irmãos proletários e contra a nova ocupação em pele de ajuda humanitária podem reunir meios para acabar com tanto sofrimento, através de comitês populares de socorro proletário e autodefesa que organizem, por exemplo, a distribuição de mantimentos da ajuda internacional.

É preciso fomentar uma saída operária para a barbárie social imposta pelo imperialismo, a única alternativa que pode evitar o agravamento das desgraças do país. Por isto, os revolucionários não têm como eixo de sua política a "reivindicação" que os imperialistas que destruíram o país venham reconstruí-lo, compreendendo fundamentalmente que a situação desesperadora do Haiti exige um programa operário emergencial. Para realizar esta tarefa é necessária simultaneamente também a organização da resistência armada haitiana pela derrota e expulsão das tropas invasoras, uma vez que a ONU e o imperialismo nunca cederão aos apelos piedosos "pela retirada das tropas" como prega a esquerda reformista.


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