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050514 cmoraisGaliza - La Haine - O vindeiro dia 10 de maio em Compostela vam decorrer de novo as XVIII Jornadas Independentistas Galegas, já veteranas e clássicas no calendário político da Galiza.


Organizadas por Primeira Linha, partido comunista e independentista galego. La Haine-Galiza conversamos com o Carlos Morais para falarmos deste evento

LH- Carlos, primeiro de todo, explica-nos um bocadinho que tenta Primeira Linha com a organizaçom destas jornadas e sobretodo desta última dedicada a Lenine?

C- As Jornadas que Primeira Linha vem organizando ininterruptamente desde 1997 som um fórum de debate e análise marxista sobre as mais diversas questons vinculadas com a luita pola Revoluçom Galega. Pretendemos dotar de teoria o nosso agir por umha Pátria libertada, pola construçom de umha Galiza socialista e feminista. Consideramos que as Jornadas som úteis porque contribuem para umha reflexom pública e coletiva sobre as mais diversas temáticas, sempre de umha óptica marxista, consonante o nosso caráter de partido comunista combatente, patriótico e revolucionário.

Com caráter monográfico, nesta ocasiom, tal como já tínhamos feito em 2004, dedicamo-las a refletir sobre a vigência e a atualidade do leninismo, coincidindo com o 90 aniversário do falecimento do genial revolucionário comunista, o mais destacado dirigente da Revoluçom bolchevique, Lenine, principal arquiteto da primeira revoluçom proletária da história da humanidade.

LH- Umhas jornadas em que historicamente tenhem participado pessoas muito relevantes do marxismo e muito comprometidas com a luita de libertaçom dos seus povos...

C- Sim, embora sejam organizadas por um partido marxista-leninista, tivérom sempre um caráter aberto e abrangente. Nestes 18 anos, passárom polas jornadas dúzias de pensadores, de dirigentes e militantes revolucionários, de ativistas sociais, maioritariamente situados e situadas no campo do marxismo, mas nom só.

Francisco Sampedro, Margarita Ledo, Carlos Taibo, Begonha Caamanho, Maurício Castro, Domingos Antom Garcia Fernandes, Xosé Manuel Beiras, Camilo Nogueira, Justo de la Cueva, Francisco Martins Rodrigues, Michael Löwy, Iñaki Gil de San Vicente, Ana Barradas, Narciso Isa Conde, Néstor Kohan, Miren Etxezarreta, Jorge Beinstein, Carlos Casanueva, Miguel Urbano Rodrigues, Nines Maestro ou Jean Salem som alguns dos nomes mais conhecidos e representativos que tenhem passado polas Jornadas.

050514 jornadasLH- Podias falar-nos um bocadinho das pessoas convidadas nas jornadas deste ano?

C- Nesta ocasiom, as Jornadas tenhem um formato parcialmente novo. Constam de três palestras e um debate. A camarada Luzia Leirós abre as Jornadas com umha palestra sobre a atualidade do leninismo nas luitas e reivindicaçons juvenis. A continuaçom, ainda na sessom de manhá, intervém o camarada Maurício Castro, abordando a importáncia de Lenine na teorizaçom sistemática do direito de autodeterminaçom e independência dos povos no programa das organizaçons comunistas e operárias.

A sessom da tarde é aberta por Jonathan Hernández, do Buró Político do Partido Comunista do México, quem refletirá sobre os fundamentos do leninismo.

As Jornadas que intitulamos “Lenine 1924-2014. 90 anos fazendo tremer o capitalismo” serám clausauradas com um debate sobre a atualidade e a vigência do leninismo, no qual interviremos três dirigentes de forças patrióticas galegas marxistas: Néstor Rego, secretário-geral da UPG, José Emílio Vicente, do Movimento Galego ao Socialismo, e eu próprio, representando Primeira Linha.

LH- O debate entre forças políticas que se definem como comunistas e independentistas... procura quiçá aproximar posturas entre forças historicamente distanciadas?

C- Este debate é a novidade a que me referia, nesta ediçom das Jornadas Independentistas Galegas. E efetivamente responde à situaçom concreta que atravessa a esquerda patriótica galega, de diálogo, aproximaçom e modestos passos de unidade de açom. A sua composiçom seria impensável há 15 ou mesmo 5 anos atrás.

LH- Além do tema das jornadas, de que jeito analisarias panorama atual da luita de classes na Galiza?

C- A Galiza e a sua classe trabalhadora padecem com dureza as conseqüências da carência de soberania e da opressom nacional a que se vê submetida por Espanha e pola UE. Eis o eixo determinante que carateriza a luita de classes no nosso País. Qualquer programa tarnsformador, que pretenda superar o capitalismo, tem que incorporar no seu cerne a luita pola recuperaçom da independência galega, conculcada polo projeto imperialista espanhol e pola Europa dos mercados e dos estados.

A Galiza tem uns índices de desemprego, de precariedade laboral, de pobreza, emigraçom, sinistralidade laboral... mui superiores à media do Estado que nos oprime. Trabalhamos mais horas por menos salário. Temos as reformas mais baixas do Estado... Todo isto nom é por acaso: é fruto da opressom nacional.

Também temos um nível de conflituosidade laboral e de mobilizaçom social superiores à média do Estado espanhol. Porém, estas luitas ainda nom conseguírom convergir, nem dotar-se de um programa comum, de umha estratégia permanente e encadeada que force a demissom do governo sucursalista e vendepátrias de Feijó, e que sente as bases para a ruptura democrática e para a abertura de um processo constituinte galego.

O nível de organizaçom obreira e popular continua a ser anémico e isto provoca enormes dificuldades para implementar a necessária convergência, dotada de um programa estratégico.

A imensa maioria das forças políticas e sociais do campo da esquerda patriótica continuam hipotecadas por estratégias eleitoralistas, moldedas sempre no curtoprazismo, principal causa à hora de interpretar as dificuldades para construir um vigoroso movimento popular em chaves socialistas, patrióticas e feministas.

Porém, a ofensiva burguesa ainda em curso tem contribuido para a emergência de novos fenómenos sociais, entre os quais destaca a incorporaçom de umha nova geraçom de jovens de prática combativa e transgressora, com vontade de luitar. Também se deteta umha maior radicalizaçom das luitas populares, tal como se constatou na greve nacional do ensino de 20 de fevereiro, ou nos protestos do proletariado do mar no mês seguinte. Ainda som episódios isolados e dispersos, mas novos, que contribuem para o desenvolvimento e maior referencialidade do movimento de libertaçom nacional galego.

LH- E a saúde das ideias comunistas na Galiza?

C- Outra das novidades às quais me referia é que, contrariamente ao que acontecia nos anos posteriores à queda da URSS, quando praticamente nom havia bandeiras com fouce e martelo nas mobilizaçons populares, agora é cada vez mais visível a simbologia comunista.

Naquela altura, o comunismo estava criminalizado e a capitulaçom que caraterizou a boa parte das organizaçons e partidos que se reclamavam comunistas contribuiu para que o projeto libertador e emancipador de Marx, Lenine e o Che fosse durante umha longa década condenado ao ostracismo.

No entanto, muitas vezes essa presença visual nom passa de umha posse estética anti-sistema, por vezes carregada de certa nostalgia, o qual em si mesmo nom seria negativo. Mas há que dar-lhe forma, organizá-la, estruturá-la para evitar a sua dispersom e amorfismo.

Isto nom significa que o partido comunista, entendido como a organizaçom do proletariado em luita, dotado de um método científico de análise e interpretaçom da realidade, de umha filosofia para a açom, entendido como um projeto sociopolítico rebelde e insurgente, estruturado na forma de organizaçom de vanguarda, enquadrado numha ampla rede popular, visado na construçom de umha nova sociedade mediante a luita permanente contra o capitalismo, viva bons momentos. Nom é fácil construir um partido comunista de vanguarda na Galiza. Nós levamos quase vinte anos neste empenho, e embora tenhamos avançado muito, a acumulaçom militante e teórico-prática é insuficiente, ainda é mui reduzida. Porém, nos dias de hoje, como em 1995-1996 quando nascemos, temos a firme determinaçom e compromisso de contribuir para o êxito da Revoluçom Galega, temos total empenhamento para perserverarmos neste objetivo até a vitória. 

LH- Para finalizar, que podes dizer às leitoras e leitores para se achegarem no dia 10 a Compostela?

C- As nossas Jornadas som no Centro Social O Pichel, situado à beira da zona velha da capital da Galiza. Som de caráter aberto e portanto de entrada livre. Animamos-vos a acudir e a participardes ativamente nos debates. Todas as opinions que procedem do campo do anticapitalismo som bem recebidas.

Pois mais nada, obrigad@s polo tempo dedicado e desejamos-vos muito bom sucesso às jornadas do dia 10 e às ideias de libertaçom e marxismo para a Galiza.

 

Programa das XVIII Jornadas Independentistas Galegas

Compostela, 10 de maio de 2014

11 horas

A juventude do projeto leninista

-Luzia Leirós Comesanha, Comité Central de Primeira Linha

12.30 horas

Leninismo e libertaçom nacional

-Maurício Castro, Comité Central de Primeira Linha

16.30 horas

Fundamentos do leninismo

-Jonathan Hernández, Buró Político do Partido Comunista do México (PCM)

19 horas

DEBATE: Atualidade e vigência do leninismo

-Filipe Diniz, Partido Comunista Português

-Carlos Morais, secretário-geral de Primeira Linha

-Néstor Rego, secretário-geral da UPG

-José Emílio Vicente, Movimento Galego ao Socialismo

 


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