1º O auto confirma o carácter de montagem policial que desde o primeiro dia atribuimos ao processo. Cinco das doce processadas e processados ficam em liberdade sem cargos dada a impossibilidade de demonstrar qualquer acusaçom e aplica-se umha reduçom substancial das penas solicitadas aos restantes. As condenas totais reduzem-se dos 45 anos de prisom que inicialmente solicitava a Fiscalia para 11. A reduçom de sançons económicas e responsabilidades civis também é significativa.
2º A inspiraçom política do juízo ficou evidenciada: tratava-se de aplicar na praça pública um castigo exemplar a umha resposta coletiva, de dignidade nacional, também exemplar. Contou-se para este labor de satanizaçom com um significativo apoio dos meios de comunicaçom públicos. Nesta ocasiom, à margem de quais sejam as condenas finais, Samuel Juárez pode dar por fracassada a tentativa: mais do que atemorizar o que logrou foi umha frente ampla de solidariedades ante a repressom policial e política, a explicitaçom do conflito e o posicionamento de todo o arco nacionalista e independentista com @s processad@s. A ausência de inteligência política no atual Delegado del Gobierno de España é manifesta.
3º A diferença substancial entre as solicitudes de condena e as penas impostas, embora é em parte satisfactória, nom pode velar o facto transcendental de seis galegas e galegos serem condenados a prisom por defenderem a sua língua e o gravíssimo déficit democrático que delata esta situaçom. Neste sentido, achamos preocupante a situaçom de Bernardo Máiz, colocado na diana das declaraçons dos mercenários policiais durante o juízo e condenado agora a mais de quatro anos de prisom, com o que –segundo a legislaçom espanhola- poderia ingressar no cárcere. Enquanto, os restantes processados e processadas ficam com antecedentes penais ativos.
4º O juízo #8f45anos é a expressom clara da existência dum conflito lingüístico na Galiza. Um conflito que nom pode velar a falsa retórica democraticista do bilingüísmo harmónico e a convivência lingüística, porquanto é sob estas que se executa a fase final do processo histórico de substituiçom lingüística. Hoje, mais do que sempre, necessitamos explicitar este conflito em todas as suas dimensons, desmascarar o processo de substituiçom lingüística e dar passos firmes na auto-organizaçom popular para o empoderamento e a defesa da nossa língua frente a um quadro jurídico-político e um estado geral de cousas que converte o nosso único idioma numha relíquia no território onde nasceu.
Temos a certeza de que, com compromisso, firmeza e luita, o conseguiremos.
A nossa solidariedade para @s condenad@s no juizo @8f45anos
Mesa Nacional de Causa Galiza
Na Terra, em 18 de setembro de 2014