Estávamos nos últimos tempos do timorato governo bipartido PSOE-BNG, que preferiu esconder-se diante da ofensiva coordenada pola direita espanhola, através do coletivo ‘Galicia Bilíngüe’ e dos seus poderosos meios de comunicaçom afins, para agitar o espanholismo e possibilitar a vitória eleitoral do PP, que se produziu poucos meses depois.
Naquele frio dia de inverno, a esquerda independentista galega, centros sociais e outros coletivos culturais decidimos que a marcha fascista nom sairia impunemente às ruas do nosso país. Enquanto o nacionalismo institucionalizado governante e os seus apoios habituais se escondiam, pensando que o seu “bom comportamento” seria premiado nas urnas, os setores mais comprometidos com a causa da língua, entre os quais a militáncia de NÓS-Unidade Popular, batemo-nos pola dignidade da Galiza enfrentando a violenta repressom policial.
Houvo pessoas feridas e detidas e violência institucional, com umha importante e digna resposta por parte do movimento popular galego, que voltou a dizer alto e claro que sem direito à língua nom somos nada e por ela vamos dá-lo todo. Conseguimos derrotar na rua a iniciativa do espanholismo ultra, que desde aquela nom voltou a tentar nada semelhante.
Quase quatro anos mais tarde, temos suficiente perspetiva para analisar aquele episodio da nossa luita pola sobrevivência nacional e lingüística:
- O PP recuperou o governo autonómico, graças à política e à atitude pusilánime e pró-sistema do PSOE e BNG na legislatura 2005-2009.
- Os direitos lingüísticos, timidamente promovidos na legislatura anterior, sofrêrom nestes anos um brutal ataque em todas as frentes, com um PP radicalizado e aplicando o programa ditado polos ultras de Galicia Bilingüe.
- Frente aos pequenos gestos galeguizadores do BNG-PSOE, o PP aplicou fortes restriçons ao galego nos horários, matérias e manuais escolares, suprimiu-no como obrigaçom para aceder à Funçom Pública Galega, limitou a sua presença nos meios de comunicaçom, no mundo da justiça, nos programas culturais, etc
- Demonstrou-se que nom é com pequenas medidas paternalistas que se fai frente a umhanova etapa em que o espanholismo decidiu a liquidaçom definitiva do galego como principal sinal de identidade e veículo de expressom deste povo.
- Reafirmou-se a necessidade expressada por NÓS-Unidade Popular nos últimos anos, defazermos do galego a única língua oficial da Galiza, como única possibilidade de garantir um futuro à nossa única língua própria.
Além de todo isso, a jornada de luita do 8 de fevereiro de 2009 tivo como conseqüência o processamento de 11 compatriotas que participárom na necessária defesa do direito coletivo do nosso povo à língua frente aos ultras que, protegidos pola polícia espanhola, pretendêrom tomar as ruas de Compostela para defender o supremacismo espanhol em terras galegas.
Toca agora mostrarmos às pessoas repressalidadas toda a solidariedade e apoio da massa social galega que aposta na vigência do nosso direito à língua.
Entre os dias 23 e 26 de outubro, decorre nos julgados de Compostela um julgamento contra esses 11 companheir@s, entre os quais há militantes de NÓS-Unidade Popular. Para tod@s eles/as, o apoio incondicional da nosssa organizaçom e o compromisso e os acompanhar e defender um princípio irrenunciável: Defender a língua nom é delito!
NÓS-Unidade Popular convoca umha concentraçom de apoio às pessoas julgadas no dia 23 de outubro a partir das 9hs às portas dos julgados de Compostela, no bairro das Fontinhas
Contra a repressom lingüística!
Na Galiza, em Galego!
Galiza, Outubro de 2012