Nós produzimos, nós decimimos. Independência e Socialismo
Nom há melhor maneira de esterilizar um projeto nacional que torná-lo economicamente inviável, inoculando-lhe a crença ideológica na sua própria incapacidade para se erguer e comandar o próprio futuro.
É essa a estratégia aplicada polo Estado espanhol contra a Galiza, com a ativa colaboraçom da grande burguesia colaboracionista galega.
O progressivo desmantelamento industrial, generalizado no capitalismo central de cuja periferia a Galiza fai parte, toma no nosso caso um protagonismo fundamental em tempos de crise como o que vivemos. O setor naval é o maior exemplo, polo seu peso relativo na capacidade produtiva galega, mas podemos falar também do setor energético, têxtil, ou do ligado à madeira e às conservas.
Em contrapartida, os serviços e especialmente o turismo som-nos apresentados como alternativa “moderna” para o futuro económico da Galiza, enquanto se renuncia à construçom de um potente setor agroindustrial e se desmantela a que ainda é potência pesqueira galega.
É verdade que todos esses factos, tal como as privatizaçons e cortes em serviços públicos fundamentais como a saúde e a educaçom, tenhem explicaçom no contexto de crise geral do capitalismo mundial. Também o aumento do “exército industrial de reserva” de centenas de milhares de desempregados e desempregadas que possibilitam a precarizaçom das condiçons laborais garantindo o aumento dos lucros empresariais.
Porém, nom é menos certo que na Galiza a ofensiva do capital adquire caraterísticas próprias, baseadas na tentativa espanhola de aproveitar a ocasiom para esterilizar de vez a viabilidade do projeto nacional galego.
As conseqüências som claras: desemprego, precariedade e dependência cada vez mais empobrecedores e paralisantes.
Daí a importáncia de garantirmos e reforçarmos a capacidade de auto-organizaçom popular em resposta às agressons que estamos a sofrer como povo. Daí a gravidade das posiçons de renúncia à luita nacional, adotada por umha parte da esquerda nacional, embarcada numha aventura desnacionalizadora que complementa a tarefa protagonizada polo grande capital espanhol e polas instituiçons e aparelho mediático ao seu serviço. A mensagem comuns a todos eles é que a Galiza nom pode constituir-se em sujeito político e avançar na conquista da sua soberania e dos direitos do seu povo.
Neste 10 de Março, a esquerda independentista de que NÓS-Unidade Popular fai parte apela à reflexom dos setores mais conscientes do povo trabalhador galego, para ver de maneira global tantas agressons que estamos a padecer nas diferentes empresas e setores, em cada direito conquistado por anos de luita.
Defender os direitos laborais, um ensino público e de qualidade para os nossos filhos e filhas, o direito à saúde pública, os direitos das mulheres, à língua própria, uns meios de comunicaçom ao serviço do povo…. todo isso deve integrar um programa único de salvaçom nacional que situe o objetivo na conquista da nossa soberania plena como povo: a independência nacional e a luita polo socialismo.
Nem estamos a sair da crise, nem os parches e as receitas eleitorais em torno de figuras mediáticas cozinhadas em Madrid permitirám avançar nesse horizonte. É o próprio povo trabalhador galego auto-organizado e em luita que poderá cumprir com o seu dever histórico.
NÓS-Unidade Popular defende umha ampla aliança sob parámetros soberanistas, antipatriarcais e de esquerda, que denominamos Pólo Patriótico Rupturista, para avançarmos juntos nesse caminho de luita nacional, democrática e popular.
A luita nom é polo governo, é polo poder!
Avante a luita pola independência e o socialismo!
Viva o 10 de Março, Dia da Classe Obreira Galega!