1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (0 Votos)

artes cenicas galegas protesto compostelaGaliza - Praça - Com as portas fechadas, mas com a varanda livre. Assim topou a Plataforma das Artes cénicas o Salom Teatro da capital, recinto pertencente ao governo galego onde o coletivo visava fazer hoje de manhá umha assembleia aberta à toda a profissom.


Porém, as cerca de cem pessoas que acudírom ao convite tivérom que discutir os graves assuntos que padece a profissom cénica em plena rua. A Conselharia de Cultura e Educaçom negou-lhes o acesso alegando, segundo explicou o presidente de Cena Galega, Salvador del Río, que o Salom Teatro “nom se abre para atos nom artísticos”. Havia umha alternativa oferecida polo departamento dirigido por Jesus Vasquez: o Museu Pedagógico da Galiza (Mupega). Nom obstante, a Plataforma declinou esse lugar por estar na periferia da cidade e por preferir um ámbito emblemático como o Salom Teatro, um teatro que, embora seja público, topárom com as portas fechadas. E na entrada decorreu finalmente umha reuniom que culminou com oassalto à varanda do prédio, aonde um dos presentes subiu para pendurar a já habitual faixa reivindicativa da Plataforma das Artes cénicas: “Desmantelamento da Cultura, nom”.

E de “desmantelamento” falou-se durante as quase duas horas que durou a reuniom. Umha reuniom em plena rua e na qual os membros das diferentes associaçons setoriais (Associaçom de Atores e Atrizes da Galiza (AAAG), Cena Galega, Associaçom de Magos da Galiza, etc) aglutinadas na Plataforma procurárom pontos em comum e umha folha de rota de açons para contestar ante o desmantelamento que, segundo os profissionais da cena, está a sofrer a cultura polos cortes e a política cultural do Governo do PP. A assembleia, dalgum jeito, cheirava a déjà vú, a palavras repetidas, a preocupaçons reiteradas. Esse déjà vú leva-nos à primeira grande intervençom da Plataforma das Artes cénicas, em março do ano passado, pola que se convocou -com motivo do Dia Mundial do Teatro- umha manifestaçom dos profissionais que culminaria numha reuniom no interior do Salom Teatro. Daquela, a ex-directora do Centro Dramático Galego, Blanca Cendám, permitiu-lhes inicialmente o acesso, mas foi desautorizada pola Conselharia de Cultura e Educaçom e as portas do Salom Teatro, tal como estavam hoje, aparecêrom fechadas e a própria Cendám seria destituída.

E o ato daquele Dia Mundial do Teatro decorreu, como a reuniom de hoje, às portas do Salom Teatro, esquentando os ánimos do setor e pondo em juízo, mais umha vez, a atitude da administraçom. Daquela falou-se de falta de diálogo e, hoje pola manhá, volveu-se a tocar o assunto. "O limite está na negativa a falar dos atuais executantes da política cultural. Recusa-se o diálogo e recusa-se o acesso ao espaço público, algo insólito em toda a Europa”, lamentou o diretor teatral Júlio Lago, quem a seguir, proclamou a rua como o último ámbito que deixam aos cidadaos. “A rua parece ser o espaço natural da cidadania, já que as instituiçons estam-se a converter em fortins para os políticos. Mesmo os funcionários da Agadic fôrom seqüestrados no grande fortim, no grande cárcere que é a Cidade da Cultura, onde esbanjam os quartos”, reflexionou Lago.

A falta de estratégia

déjà vú nom se notava unicamente no encerramento do Salom Teatro, senom que se apropriou de todo assembleia e em cada um dos pontos que fôrom tratados. Os cortes, o enterramento de fundos no Gaiás, as dificuldades laborais, a falta de diálogo, a reduçom dos subsídios, os atrasos nos pagamentos, a parálise, a desapariçom de programas como Caminhos da Cultura... Todos esses temas som os recorrentes nas reivindicaçons de um setor que se sente afogado. Afogado sim, mas nom principalmente polo arrocho. É a falta de estratégia no qual se resumem todo os males, amplos e variados, da profissom. “Falta um plano, umha estratégia. O problema nom som cortes, é questom de prioridades, em que se gastan os cartos que hai. Faltam objetivos”, assinalou Salvador del Río ao começo da assembleia aberta.

Nessa falta de estratégia resúmense gran parte dos problemas coa Consellería de Cultura. Un bo resume do feixe de problemas que o sector das artes escénicas vén denunciando nas protestas do último ano, deixando ás claras, unha vez máis, a sensación de déjà vú. Unha sesación de xa vivido,  Esa sensación de xa vivido, de xa falado, de xa protestado... pero de nada arranxado. Todo segue igual, poñendo de manifesto dúas situacións evidentes. A primeira, que a administración continúa sen ter unha estratexia nin conseguir un diálogo fluído co sector, un diálogo que se foi deteriorando na anterior lexislatura e que foi a peor trala marcha do ex-conselheiro Roberto Varela. A segunda situación pertence á propia profesión, aos profissionais do setor escénico que, polo momento, aínda non foron capaces de visibilizar os seus problemas ante a sociedade nin avançar nas suas reclamaçons.

E diso tamén se falou na asemblea, algo de autocrítica se realizou sobre a estrutura da Plataforma e os conflitos de intereses que se podiam gerar entre as diferentes associaçons. Ante iso, o intérprete Antonio Durán Morris, ex-presidente da AAAG e membro da sua atual directiva, respondeu coa natureza propia do coletivo. “A Plataforma nom tem meios, a nivel de estrutura nom está definida. E as associaçons também lhes custa manter-se agora mesmo”, admitiu Morris quem, pola contra, também destacou a relevancia da plataforma ao asegurar que aglutina a muitos profesionais, “junta a muita xente por riba dos seus interesses particulares”.

Morrer aos poucos

Apesar das eivas reconhecidas da propia Plataforma, os asistentes si viron nela un instrumento para denunciar a asfixia do setor e para pelexar ante o mirrar do setor. “Há duas formas de morrer. Morrer aos poucos, em silêncio, ou demonstrar que estamos a morrer e que importa. Hai que loitar coa morte non visible”, proclamou Morris. Para evitar o colapso silente, os assistentes discutírom diversas fórmulas para reivindicar a profissom cénica. Houvo quem propujo umha programaçom de protestos constantes às portas do Salom Teatro.“Sistematizar a tomada das ruas”, resumiu Gustavo Pernas, quem apostava por fazer atuaçons de denúncia nos espaços públicos próximos ao Salom Teatro. “Se calhar como nas segundas-feiras ao sol, às segundas ao meio-dia”, propujo. Rosa Álvares, por seu turno, recuperou a ideia de ler um manifesto em todas as atuaçons que houver na Galiza, tal e como se figera na última Feira das Artes cénicas, para conscientizar o público. Outros, como a cantante Mónica de Nut e a intérprete Belém Constenla, apostárom por umha maior contundência ante a situaçom e a falta de diálogo. “Temos que fazer barulho, todos os coletivos estám na rua e fazendo muito barulho e nós estamos calados”, lamentou a intérprete.

Todas essas ideias ficárom no seio da assembleia, prontas para serem madurecidas e ir saindo em próximas intervençons em que seja procurada a visibilidade. Como primeiro passo, os assistentes decidírom desenvolver um gesto simbólico justo no Salom Teatro. Umha tomada simbólica da varanda da sede do Centro Dramático Galego e pendurar a faixa contra do Desmantelamento. O ator Morris chamou por telefone aos responsáveis do centro para pedir mais umha vez que abrissem a porta, mas mais umha vez topárom-se com a negativa. Portanto, e como “um mínimo símbolo de desobediência”, decidiu-se que um companheiro subisse à varanda e pendurasse a faixa, a denúncia escrita do “desmantelamento da cultura”.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Publicidade
Publicidade
first
  
last
 
 
start
stop

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.