É nesta ótica em que se explicam as suas atividades a favor duma maior vinculação luso-hispana e na qual poderemos perceber em maior profundidade os motivos pelos quais foi mormente admirado pela intelectualidade lusa do momento, que se ocupou de dar a conhecer a sua figura em Portugal, mesmo como Mestre literário e espiritual duma geração.
Rosario Mascato Rey é natural de Ogrobe e doutora em Filologia Hispânica, faz parte desde 1996 do GIVIUS (Grupo de Investigación Valle-Inclán da USC), tendo publicado diversos trabalhos em revistas de reconhecido prestígio internacional sobre o autor arouçano. Foi professora das universidades de St. Andrews (Escócia), Clássica de Lisboa, Santiago de Compostela e Vigo.
Ganhadora dos prémios de investigação Valle-Inclán (2008) e Concepción Arenal (2012).
A sua trajetória científica está especializada no trabalho com a imprensa de inícios do século XX, e na importância da mesma para a análise dos processos de consagração e canonização no campo literário, tomando como caso de estudo a figura de Ramón del Valle-Inclán. A isto dedica na atualidade o seu labor como investigadora pós-doutoral da Universidade de Santiago de Compostela, enquanto desenvolve uma estadia científica em Portugal, onde colabora com o CITCEM (Univ. do Porto), o IHC (Univ. Nova de Lisboa) e o CEHUM (Univ. do Minho).
Obra de Thalámas Salamatu
Prédios, a outra novidade da ATRAVÉS, onde Thalámas Salamatu explora esses espaços em que decorre a vida quotidiana de qualquer pessoa, essas pequenas e grandes ações, lembranças, sensações, encontros, afetos, medos... que moldam as nossas geografias particulares... ou não... Poema a poema percorre, debulha esses locais que nos protegem e nos expõem, que nos isolam ao nos inserirem em comunidades tão aparceladas, arrumadas, seriadas, disciplinadas quanto os próprios espaços. Como se constróem? Como os construímos? Como nos constróem? Como se destróem?
Thalámas Salamatu estudou Geografia para não se perder quando vai a Vigo. Vive na periferia de tudo. Ganha a vida de abaixo, numa cooperativa cultural. Atravessa as passadeiras sem mirar para cima. Goza com coisas demodé, como saudar nos caminhos. É um mau equilibrista, ainda que sabeque o equilíbrio não existe.
Nas próximas semanas também serão publicadas sendas entrevistas ao autor e à autora.