A avaliaçom é positiva quanto ao aumento de apoios antitaurinos encenado na manifestaçom do passado mês de agosto, na qual "conseguimos somar mais apoios que nunca", afirma, assim como ultrapassar "o número de pessoas assistentes a umha mobilizaçom que já está consolidada".
Em contraste com essa resposta popular, a plataforma antitaurina lembra que a praça de Sam Roque, onde se realizam os espetáculos de maltrato animal, completou só pouco mais de metade da lotaçom durante as touradas deste verao, sendo umha parte turistas de procedência espanhola, onde sim há certa procura social pola tauromaquia.
'Touradas fora de Ponte Vedra' sente-se "reforçada" na sua luita, mas volta a denunciar a posiçom do governo municipal ponte-vedrês, em maos do BNG, que continua a financiar indiretamente a continuidade das touradas através do "convénio da vergonha" com os proprietários da praça de touros de Ponte Vedra, polo qual 47.500€ som entregues "diretamente aos Lozano", além da “exploraçom do serviço de bares e bebidas durante a celebraçom dos espetáculos que organizar o Concelho de Ponte Vedra”. Também a cessom de pontos visualmente estratégicos na cidade para promocionar as touradas é criticado pola plataforma popular, que lembra o compromisso eleitoral incumprido polo BNG de ir reduzindo essas colaboraçons.
Reproduzimos a seguir o comunicado completo:
O movimento pola abolição das touradas demonstrou com a manifestação convocada polo nosso coletivo que continua a somar forças e apoios sociais. Não só conseguimos somar mais apoios que nunca de entidades de todo o tipo, senão que voltamos a superar a cifra de pessoas assistentes a uma mobilização que já está consolidada, visibilizando nas ruas todos os anos uma reivindicação sentida pola maioria da sociedade.
Contrasta isto com a assistência às touradas, que em pouco superou a metade do aforo da praça de São Roque segundo a informação transmitida pola imprensa. E contrasta ainda mais se temos em conta que na Corunha não houve touradas este ano, o que definitivamente deixou a de Ponte Vedra como praça de referência para toda a Galiza. Onde está, pois, a “grande afeição” taurina de Ponte Vedra, considerando, ainda por cima, que um número não desprezível de adeptos que assistem às touradas na nossa cidade são turistas que estão a passar as suas férias na zona das Rias Baixas?
Por tudo o anterior manifestamos a nossa satisfação. De Touradas fora de Ponte Vedra sentimo-nos reforçadas/os para seguir com a luta pola abolição definitiva da tauromaquia, que se produzirá antes do que alguns esperam.
E sentimo-nos reforçadas/os também para seguir a reivindicar o fim do convénio da vergonha entre o Concelho e os proprietários da praça de touros.
Reiteramos que este convénio serve, de maneira propositada ou não, para que os empresários da tortura aumentem os seus ingressos. Uns ingressos que, evidentemente, reinvestirão no seu negócio, pois para isso são empresários. E não são só os “47.500,00 euros IVA incluído” que cada ano são entregues diretamente aos Lozano, também o dinheiro ganhado graças ao direito reconhecido no ponto décimo terceiro do convénio à “exploração do serviço de bares e bebidas durante a celebração dos espectáculos que organizar o Concelho de Ponte Vedra”.
Por não falarmos do privilégio concedido ao negócio taurino que autoriza a empresa a fixar a sua propaganda em lugares estratégicos do casco urbano nos conhecidos paneis metálicos.
Neste momento é importantíssimo que as instituições públicas fechem a bilha do dinheiro público para um negócio que não se pode manter por muito tempo por si mesmo. Afirmamos que as touradas não se podem manter por si mesmas sem recurso aos subsídios públicos.
A posição imobilista do Concelho de Ponte Vedra entende-se ainda menos quando na reunião mantida com representantes do BNG antes das eleições municipais, esta força política se comprometeu a ir reduzindo o convénio até a sua eliminação. Exigimos coerência entre o que se diz e o que se faz, e se não a há teremos que considerar que os posicionamentos abolicionistas que se dizem defender são pura retórica e que o Concelho de Ponte Vedra prefire manter as cousas como estão, ou seja, uma Ponte Vedra com touradas todos os anos, uma Ponte Vedra taurina.
A Feira Franca, e o mais que visto torneio medieval, não podem ser um pretexto para o mantenimento do convénio. Haverá que utilizar a imaginação e buscar atividades alternativas que substituam esse torneio sem que uma festa tão consolidada como a Feira Franca se resinta.
Ponte Vedra, setembro de 2015
