Foto do Diário Liberdade - Grande manifestaçom nacional contra a mineraçom em junho em Compostela. Segundo Feijó, nada tivêrom a ver protestos como este na decisom de parar Corcoesto.

O governo autonómico do PP cede à enorme pressom popular e tomba a mina de Corcoesto. Fim da história, com resultado de vitória esmagadora para o Povo Galego em defesa do meio ambiente.

O político ultradireitista Alberto Nunes Feijó, presidente do governo semiautónomo, confirmou ontem na sessom parlamentária que na passada segunda-feira a empresa canadense Edgewater -que promovia o projeto mineiro na comarca de Bergantinhos- fora informada da suspensom definitiva dos seus planos de exploraçom para Corcoesto. A resoluçom deverá ser ditada num breve prazo de tempo, e fundamentar-se-á em que Edgewater nom conseguiu juntar os 27 milhons de euros de capital próprio exigidos pola Junta como garantia.

A suspensom acontece logo de umha pressom sem descanso sobre a Junta e a empresa e de umha oposiçom massiva por parte da sociedade galega, que protagonizou mobilizaçons de enorme importáncia antes de conseguir deter o massacre ambiental. Durante muitos meses, Feijó e o seu governo apoiárom incondicionalmente o projeto destrutivo da Edgewater. Só no passado mês de julho, poucas semanas após umha enorme manifestaçom contra a mineraçom selvagem, esse apoio enfraqueceu. Na altura, o governo ultradetivera temporariamente a exploraçom, reconhecendo que "o projeto nom cumpre com os requisitos técnicos e financeiros necessários", embora nom dixesse nada da patente ameaça ambiental.

A nível ambiental, a Junta nom pugera qualquer classe de problema à agressiva mina. No entanto, a Uniom Europeia mantinha sob investigaçom a Declaraçom de Impacto Ambiental (DIA) do projeto.

Com o apoio da propaganda, Junta tenta ocultar a vitória popular

A explicaçom dada polo governo autónomo basea-se no descumprimento de requerimentos económicos e, em menor medida, técnicos. Mas é pouco convicente, porquanto inúmeras instituiçons científicas, sociais e de todos os ámbitos denunciavam essas irregularidades desde havia meses (somadas às meio-ambientais, às quais à Junta nem fai referência). Antes sim, parece que por trás desta paralisaçom esteja um recuo do governo de Nunes Feijó, forçado perante as massivas, combativas e continuas mobilizaçons contra este e outros projetos.

Após a humilhante derrota da burguesia transnacional e galega, os esforços por maquilar o fracasso atingem também os órgaos de propaganda do regime, a começar por umha La Voz de Galicia que classifica de "divisom social" a total oposiçom popular ao projeto, para logo fazer fincapé nas bondades económicas (promessas de emprego precário de duvidosa veracidade) que se perderám, e colocando implicitamente em destaque o bom senso e responsabilidade da Junta na decisom adotada.

Esta vitória popular incontestável é, no entanto, parcial, pois a ameaça do PSAEG, o Plano Setorial com o qual a Junta do ultradireitista PP tenciona reativar exploraçons mineiras abandonadas, ameaça ainda ameaça com projetos colossais as comarcas de Compostela, Ordes, Barbança, Lugo, Límia, Terra Chá, Ancares, Costa da Morte, Eu-Návia, Burom, Courel e Lugo.

Plataforma em Defesa de Corcoesto e Bergantinhos

O trabalho da Plataforma em Defesa de Corcoesto e Bergantinhos (PDCeB) deu os seus frutos. Incansáveis, do coletivo denunciárom-se ao longo de todos estes meses as irregularidades que dia após dia apareciam neste projeto. Evidências científicas dos riscos ambientais, parcialidade das instituiçons municipais e autonómicas, obstáculos para informar a vizinhança por parte de coletivos sociais e ecologistas... Todo isso foi pontualmente explicado pola Plataforma nas inúmeras palestras e atos realizados, assim como num efetivo trabalho de comunicaçom através da media popular que, como o Diário Liberdade, acompanhou muito de perto o decorrer desta luita que hoje já é histórica.

Revisando o histórico dos últimos meses, ninguém poderá duvidar que as mobilizaçons, jornadas, palestras, contatos internacionais e atos reivindicativos promovidos polo decidido e ativo coletivo bergantinhám som parte imprescindível do sucesso atingido.

O desastre que se evita

A catástrofe ambiental que agora conseguiu evitar o Povo Galego explicava-a Serafín González na manifestaçom de passado junho em Compostela. González, quem lançou a campanha internacional "Que nom arrasem a Galiza" em Change.org, pedia imaginar "o centro histórico de Compostela coberto por 36 metros de altura de lama: esse será o tamanho da balsa tóxica resultado da exploraçom de Corcoesto". Ainda, lembrou que a Edgewater tenciona movimentar 122 milhons de toneladas de rocha para obter 34 toneladas de ouro (cerca de 1.6 g de ouro por tonelada de rochas), e todo isso mediante o uso de substáncias como cianitos e gerando arsénio (250 kg por kg de ouro) em quantidades massivas.

Edgewater recorrerá

Edgewater já anunciou que recorrerá a decissom, de forma que os movimentos de defesa da terra e o tecido social galego terám em continuar em guarda perante a ofensiva da empresa. Ainda, segundo explicavam da PDCeB, poderám vir novas ofertas doutras empresas, ou dessa mesma, que coloquem em perigo, novamente, Corcoesto ou outros pontos da Galiza. Esta é umha batalha ganhada, mas a guerra em defesa do meio ambiente acirra.