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131012 eucaliptogalizaGaliza - Partido da Terra - Partido da Terra alerta para o facto de estarem-se realizando fumigações em todo o País com um produto altamente tóxico e que vem de ser proibido em toda a União Europeia.


Reproduzimos aqui a entrevista realizada ao Partido da Terra pola Plataforma contra as Fumigações.

1) Que medidas vai tomar o vosso partido, se alcança responsabilidades de governo, para impedir as fumigações com o pesticida Cascade na Galiza.

Convém, antes de responder, avaliar os precedentes. Um componente do Cascade foi proibido pouco mais um mês depois de se iniciarem as fumigações. A empresa fabricante subministrou gratuitamente o stock de Cascade, ao que não lhe ia poder dar saída comercial só semanas mais tarde. Quem pagou os tratamentos aéreos foi Aspatel, a Associación Española de Fabricantes de Pasta, Papel e Cartón, mas esses tratamentos efetivaram-se em todo tipo de propriedades e afetando ao conjunto do ecossistema, não apenas ao Gonipterus, de modo que só com o consentimento dos proprietários, poderiam ter sido levados para a frente, sendo ilegal em caso contrário. Ou bem, através da atuação administrativa sob o amparo das normativas de proteção contra pragas. Eis o papel da Junta ao serviço dos interesses dum grupo de pressão dum setor industrial concreto. E o que vale para este setor, vale para qualquer outro.

De facto, desde há décadas a Junta veio subsidiando as plantações monoespecíficas de eucalipto, inclusive quando eram altamente rendíveis para os proprietários devido ao preço que pagava a indústria. Uma vez inundado o mercado de eucalipto o preço caiu drasticamente. De jeito que o principal papel da atuação administrativa foi – neste e noutros âmbitos – o de servir aos interesses dos grupos de pressão dominantes na matéria, neste caso subsidiando com dinheiro público a queda dos preços dum insumo industrial.

Aclarado esta questão, qualquer atuação futura do Partido da Terra viria dada por uma resposta imediata dando cabo do papel de serviço do grande capital e dos grupos de pressão que hoje têm as administrações. Ora, o mais relevante das nossas posturas programáticas não radica na insubornabilidade circunstancial – “se nós governarmos” -, mas em tornarmos insubornável o sistema político no que vivemos, através da introdução da democracia direta. A experiência demonstra que é muito fácil subornar – quase sempre legalmente, entenda-se – a classe político-administrativa por parte de quem detém o poder, ao tratarem-se, no fim das contas, de poucas pessoas. O que é muito difícil – ou impossível – é subornar uma coletividade. A todos e a todas. De modo que, se em vez de depender da Junta a decisão de fumigar propriedades privadas e mancomunadas, dependesse das paróquias e/ou comarcas e das mancomunidades, só em caso de verdadeira necessidade e de verdadeiro serviço aos interesses das respectivas comunidades é que se teria adoptado uma decisão assim. De certeza, neste caso, não teria acontecido.

2) Que outras medidas relativas ao uso de pesticidas químicos pensais por em andamento se governáseis na Junta, em especial as relativas a pesticidas tóxicos para as abelhas e outros insetos polinizadores.

Para além do já indicado na primeira questão, cabe dizer que as competências do governo autonómico sobre pesticidas são bem cativas, ficando em mãos do governo espanhol e também da UE. É nestes âmbitos onde se dão as guerras entre os grupos de poder da indústria química e onde os ganhadores conseguem as autorizações administrativas dos seus produtos, reproduzindo-se o funcionamento já explicado: um pequeno número de pessoas a decidem sobre centos de milhões. A modo de exemplo, o Cascade foi legal durante anos, apesar da sua toxicidade e ilegalidade atual, o que se traduziu em vendas e benefícios industriais enormes e em toxicidade impune para pessoas e ecossistemas.

O que lhe cabe à Junta é decidir sobre a utilização de pesticidas (que por natureza, são tóxicos) em determinados supostos legais, como a luta contra pragas e doenças. Aqui, novamente, cabem duas respostas, uma circunstancial e precária e a outra de futuro e sólida. O importante não é só que o Partido da Terra seja contra a utilização administrativa em massa de pesticidas tóxicos ao serviço de interesses ocultos, que o é. Cabe lembrar que fomos das primeiras organizações políticas em dar o nosso apoio à Plataforma contra as Fumigações. O importante é mudarmos as formas de fazer política para que decisões como estas não fiquem em mãos da burocracia e dos políticos ao serviço dos grupos de poder, mas nas mãos de todas as pessoas envolvidas na decisão, que devem, como pessoas livres, adultas e responsáveis, decidir por si próprias. Inclusive errando, porque dos erros também se aprende. Reclamarmos um papel de pastoreio por parte da Junta é deixarmos em mãos dos interesses económicos e políticos hegemónicos a nossa vida. O que devemos é recuperar a capacidade de nos governarmos diretamente. Nisso consiste o núcleo fundamental do programa político do Partido da Terra.

Partido da Terra denuncia a continuidade da fumigações com flufenoxuron

O flufenoxuron é um componente do pesticida químico Cascade, cuja comercialização foi proibida em agosto de 2012. Semanas antes, a Asociación Española de Fabricantes de Pasta de Papel e Cartón financiou fumigações maciças com Cascade em mais de 100.000 hectares da Galiza para a luta contra o gorgulho do eucalipto (o Gonipterus scutellatus). A Junta da Galiza, em conivência com os grandes grupos empresariais do setor, autorizou a aplicação maciça do pesticida mesmo sabendo que se trata de um produto altamente tóxico, persistente e bioacumulável, não só para insetos e fauna, mas que também contamina o solo e os aquíferos.

Porém, a norma que proibiu a sua comercialização, PERMITE A SUA UTILIZAÇÃO DURANTE SEIS MESES MAIS. De modo que neste momento continuam a realizarem-se fumigações. As grandes empresas que utilizam eucalipto como matéria prima pagam o tratamento, para garantirem insumos baratos no futuro. O Cascade é fornecido de balde polo fabricante (já que não se pode comercializar), e empresas locais ESTÃO SOLICITANDO AUTORIZAÇÃO de presidentes e secretários de mancomunidades de montes para poderem fumigar “grátis” esses terrenos com um produto tóxico proibido e facturarem a obra (sem realizar, claro está, qualquer advertência deste facto).

O Partido da Terra do Tambre vem de denunciar que nas paróquias de Lousame empresas locais subcontratadas por Fitoaragón SL continuam a ofertarem este “choio” pedindo a assinatura em modelos como o que se reproduz abaixo. E a Junta autoriza a fumigação amparando-se na normativa de sanidade vegetal. O único que se pode fazer é informar, para que NINGUÉM AUTORIZE FUMIGAR OS SEUS MONTES COM ESTE PRODUTO ALTAMENTE TÓXICO!

Foto: Fernando21 / Flickr - Distribuiçom do eucalipto na Galiza.


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