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0ea7c98f 3ea5 4fdb bce3 39ef797971fdGaliza - Diário Liberdade - [Abraám A. Pinheiro] Os últimos anos fôrom convulsos no nacionalismo galego e na esquerda independentista. Rupturas, cisons, mudanças de rumo, alinhamentos impensáveis, partidos que som o ego de umha só pessoa...


Foto do Diário Liberdade - Abraam Alonso numha entrevista com o Diário Liberdade

Sem entrar a descrever os caminhos seguidos por quem saiu do BNG em Ámio, nem onde acabárom as e os militantes da AMI, do ADIANTE ou de NÓS-UP, pois há hemeroteca suficiente para o primeiro caso, e pode-se saber onde está cada quem no segundo, pessoalmente experimentei muitas dúvidas que acabei de resolver e que quero fazer públicas por se forem de utilidade para
alguém.

Num primeiro momento e desde o fracasso colhido na nossa intervençom política local, após anos de militáncia e intervençom como NÓS-Unidade Popular, questionei a nom participaçom em iniciativas com outras forças, espanholistas ou nom. Tampouco olhava com maus olhos umha candidatura na localidade nessa linha, para desbancar o corrupto PP de Ponte Areias (hoje mesmo passou polo tribunal o ex-alcaide Salvador González Solla arguido na operaçom Patos) e para essa tarefa começáramos contactos com BNG, ANova, IU/EU e indiretamente até com o que existia de Podemos. A minha/nossa teoria era que essa unidade geraria umhas expectativas que dariam umha maioria com representaçom independentista e que possibilitaria também a vitória, prescindindo de
PP, ACIP e PSOE. Finalmente abandonamos NÓS-UP quase toda a comarca e o que sim houvo foi umha candidatura de Unidade Popular, chamada A Riada do Tea que hoje governa com BNG e PSOE o concelho. Nela participam alguns antigos militantes e simpatizantes de NÓS-UP e eu mesmo colaborei nalgumha ocasiom. A marca de IU na Galiza também obtivo representaçom concorrendo em solitário por nom entender-se com ARDT, e da mesma forma que esta conta com um concelheiro. A teoria nom devia andar muito longe de ser certa.

As águas andam revoltas na política institucional por todo o lado. Por exemplo, ARDT nom se entendeu com IU para apresentar-se numha única lista nas municipais, mas sim chegárom depois a acordo para serem grupo e contarem com mais tempo nas intervençons em plenos e comissons, atribuiçom económica, etc. ARDT é governo e IU/EU oposiçom. EU vai em Marea/Podemos e
ARDT apoia e fai campanha a favor, mas IU nom se entende com PODEMOS para o 20d no resto do estado mas sim na Galiza.

Na minha escola política recorríamos muito a Lenine para defender qual é a posiçom correta das e dos comunistas a respeito da questom nacional. Lenine era nas nossas filas quase que um independentista, pola sua condiçom de defensor da liberdade dos povos. E sim, Lenine era isto último mas nom era independentista. Aliás, era contrário à criaçom de partidos comunistas independentes do POSDR nos povos oprimidos polo nacionalismo grande-russo, e era contrário também a que contassem com sindicatos próprios, pois dividiam o proletariado e a sua força à hora de eliminar o mal maior e o problema principal: o czarismo e a aristocracia russa.

Esta visom transferida aqui e agora, implica que Lenine defenderia, muito possivelmente, a unidade do proletariado do estado espanhol contra a “sua” monarquia e burguesia, por isso seriam PCE, PCE(r), PCPE... quem estariam mais em sintonia com a tática de Lenine. Eu, descobrindo que o meu bem-querido e admirado Ulyanov tinha realmente esta concepçom, fum assolado por mais
dúvidas das que fora acumulando. Contudo, o meu achegamento ao trabalho político em aliança com ou mesmo em forças de ámbito estatal já tinha sido validado por umha grande autoridade na matéria.

No entanto, tendo andado em volta da questom, finalmente cheguei à conclusom de que se Lenine afinou tanto a sua defesa do direito das naçons à sua independência, foi porque a questom nacional supunha um sério problema e dor de cabeça nos problemas políticos que tinham que abordar. Havia independentismo a reclamar os seus direitos. Havia mulheres e homens que desde a sua identidade
diferenciada na Finlândia, na Polónia, na Ucrânia, na Geórgia... Reivindicavam os seus direitos, e se o programa do POSDR recolhia no seu nono artigo o direito das naçons à autodeterminaçom, era precisamente porque havia quem soubesse da necessidade de ruptura com a Rússia, porque era dali que vinham a maior parte dos males que padeciam os seus povos. Parece umha evidência mas de nom haver reclamaçom, poderiam reconhecer-se a nível de estudo histórico que nesses territórios houvo naçons. Que sentido teria, num contexto tam complexo, meter-se a conceder direitos a quem nom os acha necessários nem os reivindica?. Se ninguém demanda o respeito das suas diferenças identitárias, territórios e recursos, é porque ninguém acha que existam esses problemas.

Em base ao dito acima, o meu erro foi estabelecer incorretamente as fronteiras do meu âmbito de atuaçom. Poderia dizer-se que a estratégia mais acertada é a de apostar todas e todos por colocar em Madrid um governo favorável aos nossos interesses e especificidades e algo de razom pode haver aí. Porém, fazia mal o paralelismo com o 1917 ao nom ter em conta as duas partes em conflito quanto à questom nacional. Eu estou na parte da naçom oprimida e nom na da esquerda do nacionalismo grande-russo, ainda favorável esta à minha autodeterminaçom, que é na qual estava Lenine como ele próprio reconhecia. E dentro do lugar que aí me toca, podo optar pola via espanhola à nossa independência (soa estranho, nom é?), ou à própria via. Nom falo de brincadeira, nem para desprestigiar a quem opta pola via estatal. Seria possível assinar pré-acordos para possibilitar liberdade para convocar referendos, fomentar a soberania das naçons sem estado em troca do apoio na indigitaçom de alguém para a presidência, por exemplo.

Nom serei eu quem questione demasiado que a militância política deste país prove e aposte em iniciativas novas. Quando passam as décadas e diminuis, algo falha e é normal que aflorem cansaços e vontades de explorar outras vias. É o normal e o recomendável. Pablo Iglesias e Podemos tenhem que dar para tirar muitas reflexons porque tenhem achegado muito a como se pode ter influência nas massas sem base militante real. É inegável o valor que isso tem à hora de somar a umha estratégia política x, o reforço dum apoio em votos, o mais elevado possível. Também no seu financiamento que até onde sei, nom solicita empréstimos à banca. Tampouco vou colocar o carro diante dos bois e dizer que um possível governo de PODEMOS vai ser como tudo indica que vai ser
(reformismo e keynesianismo até onde lhes permitir o FMI, o BE e o BM), pois pode haver surpresas. E menos do que nada quero procurar culpáveis fora das nossas filas pois se o independentismo nom botou raízes profundas e suficientes no país e se o nacionalismo atingiu o pico um dia e começou umha queda que ainda nom parou, somos nós as e os principais
responsáveis.

Mas decidim que confiar nas forças próprias é a eleiçom mais segura. O nacionalismo maioritário deveria iniciar quanto antes um processo de autocrítica, aprofundar na via soberanista, reativar a GPS e apostar abertamente no independentismo. Ao medo a que esta aposta poda provocar umha suposta perda de apoios, deve contrapor-se o papel pedagógico e de escola política que supom para
o futuro. Enquadro-me com os meus e as minhas, com a minha gente, da própria identidade que é a que leva séculos resistindo o imperialismo espanhol. Como ponto de partida, nom há melhor maneira de convencer que somos naçom e que deve promover-se ativamente (nom só reconhecer) o nosso direito a autodeterinaçom, do que predicar com o exemplo da intransigência à hora viver em
coerência a tal feito. Nom há melhor aval para qualquer possível negociaçom do que evidenciar este facto.

Como ato reivindicativo da minha identidade no atual contexto, voto nestas eleiçons em NÓSCandidatura galega. Votaria por Causa Galiza (caso se apresentasse), mas está suspendida de atividade por dous anos, no que é umha ilegalizaçom de facto. Ataque fascistoide perpetrado por um estado que mesmo assim nom entende porque há quem quer construir umha democracia real e
soberana.

Votarei em NÓS-Candidatura Galega mas sabedor de que o futuro do nosso povo passa, como começam a fazer algumhas organizaçons catalás, por esquecer Espanha e construirmos nós aquí o nosso presente e futuro. Se por puro acaso, alguém nos desse o que reivindicamos ou mais, nesse momento decidiremos o que fazer. Até aí o objetivo estratégico é a Independência.


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