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150714 Carnyx-trompa-celtaGaliza - PGL - [Adela Figueiroa Panisse] No dia 27 de junho celebrou-se em Compostela o aniversário da Republica Galega.


 

Apenas um dia ou pouco mais durou aquela utopia, mas da mão do senhor António Alonso Rios —o grande vulto galego—; aquele, que disfarçado de pobre de pedir, andou a Galiza sul por mais de um ano à procura de um escape da triste Espanha de Franco, daquela longa noite de pedra.

Aquele homem que voltara das Américas com o intuito de lhe render à sua Terra parte dos lucros que lá tinha ganhado com seu trabalho, teve, outramente, que partir para o triste exílio. É triste o sino da nossa Terra, que vai como a Penélope do Diaz Castro: «um passo adiante e outro atrás».

Mas cumpre força para puxar, otimismo para caminhar, união para alastrar este velho carro do país e arar com os bois que temos. Não queda outra…

Gritos da Terra, união das mãos, objetivo claro e caminho certo. Não é fácil. A realidade é complexa. Os interesses, diversos. Ainda, a falta de costume de remar a uma toda a gente junta. Falta o homem (ou mulher) do bombo que marque o ritmo. E, daremo-lo topado? . E daremo-lo conseguido?

 

Em Educação Ambiental aprende-se que o todo é mais do que a soma das partes, embora estas forem diversas.

Falta a maturidade e a inteligência coletiva que saiba artelhar esta orquestra de boas intenções e pouco afinada em práticas de trabalho em equipa.

Falta alegria e fé.

Fui apanhar fölegos até o Eido Dourado, à beira do mar, na Marinha. Lá, o grande artista Celso Dourado junta os últimos sábados de junho um importante elenco de artistas, escultores, poetas, músicos para celebrar o início do verão. Foi lá que escutei o som do forte corno celta, o carnyx, a bruar por cima da terra e do mar. Intenso chamamento às baleias, às sereias e aos seres marinhos, agora em perigo pelas más artes dos seres humanos, que os caçam até à extinção.

Lá, o canto intenso do carnyx advertiu as criaturas marinhas para se guardarem desta terrível espécie da palavra, que nunca tem bastante na sua ambição por arrancar a vida do mar e destruir a Terra em que nasceu e nascerão seus filhos se os tiver.

Lá procurei a força para seguir o meu caminho, que fica, como sempre , na incógnita de saber se será o certo.

Traslado para vocês os meus sentimentos daquela tardinha em que as nuvens fugiam em cores de rosa pastel e o sol caminhava cara às Américas como antes o fizera tanta da nossa gentinha.

NO EIDO DOURADO

(27 de junho de 2014)

Ao som do carnyx tremo e meu alento vibra.
Forte trompa celta que chamas os arroazes, as baleias e as sereias
Do bravo mar.
Em teu misterioso cantar

Caminham meus pensamentos.
(Andorinhas a voar)
Lá embaixo, águas bruam a romper contra a cálida e doce areia
em brancas coroas de escuma.
E batem contra as falésias de pedra
Vai-e-vem, como dança fecundante
de posse e de amor,
Ao ritmo  do teu corno, o som .
As nuvens de cores pastel
Caminham por ceio amigo
Numa dança cor-de-rosa,
Brincando às agachadas com os montes
Da serra poderosa do Gistral,
Ou na eterna procura do sol
A se deitar-e lá para as profundezas Atlânticas
Na Foz,
Após
da América Terra de Promisão.
Estremeces-me  e emocionas-me forte trompa ancestral
A Quebrar
O límpido ar
da tardinha no jardim japonês,
Como um quadro ou uma dança
Em haiku cantado.
O teu bruar paira com força
Por cima do delicado  e suave desenho,
Calma para o espírito irrequieto
Que inevitavelmente me invade
Sem eu querer.
O forte e bravo grito
Da trompa celta
Racha, apenas um instante a calma
equilibrada do Eido Dourado,
Oasis da –i-alma,
Na Marinha das fondas entradas
Que o mar  desenha plana e brava.

 

 


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