1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (2 Votos)

240814 camilo-692x1024Galiza - PGL - [Adela Figueiroa Panisse] Na Eira da Joana, no dia 9 particiamos nos atos da Memória Histórica, que já se vem comemorando desde há bastantes anos na zona da Ulhoa.


 

Iniciou com a lembrança emotiva para Camilo Dias a partir da volta de Lodeiro (Sá, Palas de Rei). Lá foram deitados os corpos sem vida de Camilo Dias Valinho e Sisto Aguirre Guarin.

O primeiro, ilustre galeguista e pai de quem depois foi o mais egrégio filho desta Terra: Isaac Dias Pardo. No seu ateliê foram impressos a maioria dos cartazes de propaganda para o Estatuto de Autonomia de 36. Amigo de Castelão e lutador generoso pola nossa Terra. Sisto Aguirre, um jovem estudante. Os seus corpos foram abandonados nas bermas baixas da estrada entre Compostela e Lugo. O padre da paróquia de Sá nem quis enterrá-los em sagrado —nem falta fazia! Foram santos sem necessidade de Igreja católica, traidora e animadora de um Alçamento que qualificou de Santa Cruzada.

O percurso continuou polo concelho de Teu, que tem a honra de ter feito reconhecimento a seus luitadores pola liberdade, como o guerrilheiro Corujás.

Neste dia tivemos a honra de contar com a presença de Dario Ribas, que apresentou uma denúncia contra o Governo espanhol polos crimes do Franquismo, nomeadamente na pessoa de seu pai, Severino Ribas, alcaide de Castro do Rei em 1936.

Na Eira da Joana, depois de um jantar de confraternidade, fizemos a oferenda na pedra-fita lá chantada:

A quem luitou pola justiça e a liberdade.
As casas e o monte foram o seu acovilho.

Dario, com os seus 94 anos moços, falou em todas as ocasiões; quer diante da pedra-fita a Camilo Dias, quer na Eira da Joana, onde também tivemos a ocasião de escuitar as sábias palavras de Uxio-Breogám Diegues, historiador e ensaísta galego de reconhecida sona. Para além de fazermos uma sentida lembrança do nosso colaborador e amigo, X. Yebra Pimentel, recentemente falecido.

Estiveram conosco também Carmem Branco e Cláudio Rodrigues Fer, que recitaram poesias dedicadas a Dario e à repressão franquista. Também nos acompanhou Eugenio Ablaña Flórez, que se define a si próprio como um dos meninos do Auxílio Social. Seu pai fora declarado em rebeldia por ter empresatado um carro à causa da República e sua mãe morreu no cárcere como consequência das torturas. Seus irmãos mais ele, órfãos, foram educados (mal-educados, na sua opinião) polas monjas do Auxílio Social.

Nunca devemos esquecer a dor que causa o terror e o atraso social e económico que provocam as ditaduras, como o foi a de Franco. Segundo estes testemunhos, a ditadura continua nos nossos dias, pois os governantes e as leis que ainda temos são herdeiras diretas do regime que liderou por mais de 40 anos o maior assassino da Europa, assim definido por estes dous luitadores que, sem medo, reclamam a dignidade para os perseguidos. A única falta das vítimas: as suas ideias, terem sido boas pessoas, defenderem as classes humildes contra os opressores —a oligarquia dominante—. Apoiados pola Igreja oficial que passeou baixo pálio o grande ditador, Franco, como se fosse a Custódia da Hóstia Sagrada.

Temos de estar desconfiantes das leis que tencionam limitar as poucas liberdades que ainda temos e que representam muitos passos cara atrás no tempo e nos nossos direitos:

  • Lei antiterrorista, que permite reter uma pessoa por tempo quase indefinido, anos sem qualquer defesa.
  • Lei de segurança cidadã: triste ironia que nos retrotrai para a Lei de Ordem Pública franquista.
  • Lei do aborto, que nos leva de costas para princípios do século passado.
  • Reforma da lei eleitoral (já avondo injusta), que pretende dar os concelhos aos caciques de turno.
  • E, ainda, o decretaço vassoura, que reformou mais de vinte leis de um só golpe.
  • Tudo, em nome da maioria absoluta. Em quatro anos pode ser desfeito um país!

    Não esqueçamos, porque em nome da democracia e das maiorias absolutas, pode vir uma ditadura que está —já ora!— a ser forjada nos projetos quase imparáveis da direita que nos governa.

     


    Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

    Microdoaçom de 3 euro:

    Doaçom de valor livre:

    Última hora

    Publicidade
    Publicidade
    first
      
    last
     
     
    start
    stop

    Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

    Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

    Desenhado por Eledian Technology

    Aviso

    Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

    Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

    Clique em uma das opções abaixo.