O Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, representou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no evento. Jarbas resumiu o tom da campanha: "Muitos, especialmente os jovens, pensam que a aids hoje é uma doença banal. E não é, ela ainda traz uma carga tremenda pra quem vive com ela, por isso a importância dessa campanha".
Segundo ele, o lançamento na comunidade é também uma forma de homenagear os agentes comunitários que realizam o trabalho de prevenção na região (Leia aqui). "É uma maneira de dar voz aos que realizam este trabalho contínuo. São ações como estas que podem fazer a diferença nesta luta permanente contra a aids", disse.
O Secretário explicou que Alexandre Padilha não compareceu ao evento por estar prestando ajuda às vítimas do incêndio em Santa Maria-RS, ocorrido no último domingo.
O Diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Dirceu Greco, apresentou os materiais da campanha deste ano, que, segundo ele, se destina a população em geral, de 15 a 49 anos e sexualmente ativa. "O que é cerca de dois terços da população", disse. Além dos folders e dos cartazes, há três jingles para o rádio e comerciais para a TV.
"O conceito é que a vida é melhor sem aids, e o que nós queremos dizer com esse conceito é que apesar do tratamento e da qualidade de vida de quem tem o HIV, é melhor que não se tenha o vírus. Nós vamos continuar cuidando muito bem de quem tem, mas é muito melhor viver sem o HIV", explicou. Dirceu disse também que a ideia é estimular o uso de camisinha em todas as relações sexuais, pois cada relação desprotegida é uma situação de risco.
Também compuseram a mesa diversos ativistas, líderes comunitários e representantes governamentais, além de artistas que deixaram sua mensagem de prevenção. Ana Maria Schneider (Secretária Muinicipal de Saúde do Rio de Janeiro), Pedro Chequer (representante do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids – Unaids), Cris dos Prazeres (fundadora do Grupo Prevenção Realizada com Organização e Amor), Márcio Tadeu (coordenador do projeto "No Carnaval, só alegria contagia") e Elisa Brandão (coordenadora de projetos no Morro dos Prazeres) foram alguns dos nomes presentes.
Lucinha Araújo, fundadora da Sociedade Viva Cazuza, apresentou os três vídeos ganhadores do 2° Prêmio Cazuza de Vídeo. O humorista Fábio Porchat brincou: "Vocês aqui já sabem que a gente veio para falar que tem que usar camisinha, então mais importante do que isso é falar também que hoje já existe todo tipo de camisinha, você pode escolher, não tem desculpa".
Elisa Brandão disse estar feliz pelo Morro dos Prazeres ter sido escolhido para a campanha: "Não tem prazer maior do que ter prazer com segurança e na comunidade dos prazeres! Os jovens têm que saber que o prazer tem que ser com segurança", disse. Já Kátia Edmundo, diretora do centro de promoção à saúde, prestou uma homenagem aos agentes comunitários de prevenção e disse que o governo tem nessas redes um grande aliado para que a população tenha cada vez mais segurança, proteção, respeito aos Direitos Humanos e promoção da saúde.
Representante do Movimento Nacional de Hepatites Virais, o argentino radicado no Brasil Carlos Varaldo parabenizou o País por ter o melhor programa de aids do mundo, em sua opinião. Varaldo ainda elogiou o governo por ter feito diferentes campanhas para as diversas DSTs este ano. "Espero que continue nessa linha", disse.
A presidente do Fórum de ONGs/Aids do Rio de Janeiro, Tânia Alexandre, alertou para o preconceito sofrido por quem tem o HIV. Em sua fala, ela disse que "O fórum reconhece a importância de uma campanha nacional durante o carnaval, mas espera que os investimentos contra preconceito ao portador de HIV se tornem mais frequentes e levem em conta cada a realidade de cada local".