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2015 04 24 17.03.00Brasil - Causa Operária - A função da Polícia Militar dentro da USP é perseguir politicamente o movimento estudantil e reproduzir os métodos violentos que aprendem em seus treinamentos.


PM de São Paulo, preparada para a guerra... contra os trabalhadores e a juventude. Foto: Diário Liberdade

A assinatura do convênio entre a Polícia Militar e a reitoria da Universidade de São Paulo (USP), dirigido na época pelo ex-reitor-interventor João Grandino Rodas, assinado em setembro de 2011, foi o pretexto encontrado pelo governo do PSDB e pela reitoria para reprimirem estudantes que se mobilizam contra as ofensivas feitas à universidade. Antes disso, no entanto, a atuação da PM dentro do campus era parte da operação das sucessivas reitorias para acabar com as greves de estudantes e trabalhadores dentro da universidade, como, por exemplo, em 2009 com a reitora Suely Vilela.

Em primeiro lugar, é preciso entender que a universidade, pelo menos supostamente, no sentido clássico atribuído ao termo é um local privilegiado para o desenvolvimento científico e cultural que necessita de liberdade de expressão e crítica para preservar e transmitir a cultura acumulada ali para a sociedade. A presença de elementos de repressão nesse meio é uma contradição.

Não se trata apenas de impor uma censura, mas do convívio com Policiais que são treinados para baterem, torturarem e assassinarem. As ameaças físicas, o esmagamento emocional e a doutrinação militar do treinamento de um Policial o transformam em um verdadeiro cão raivoso prestes a morder as pessoas. São pessoas violentas, desiquilibradas e descompassadas.

Como o assédio moral é a regra na formação da PM, em cursos de curta duração que tem como princípio imprimir a cultura militar no futuro policial, eles reproduzem isso em sua atuação nas ruas e no campus.

De acordo com a pesquisa “Opinião dos Policiais Brasileiros sobre Reformas e Modernização da Segurança Pública” de 2014 e publicada pelo Centro de Pesquisas Jurídicas Aplicadas (CPJA) dos 21 mil “profissionais” de segurança pública ouvidos (entre policiais civis, militares, rodoviários federais, agentes da polícia científica, peritos criminais e bombeiros) 38,8% afirmaram que já foram vítima de tortura física ou psicológica no treinamento ou fora dele e 64,4% disseram ter sido humilhados ou desrespeitados por superiores hierárquicos.

Com isso a violência e a violação de direitos básicos são institucionais dentro da PM e empregar esses métodos durante a formação dos policiais tem uma razão prática que é demonstrar a maneira como devem agir no cotidiano com a população, com o trabalhadores e a juventude dentro e fora da USP. Um relato exemplar dessa situação está no relatório final da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, em que o ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Soares, afirmou em depoimento que o BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais, pelotão de elite da PM fluminense) oferecia, até 2006, aulas de tortura.

Segundo o ex-policial, Rodrigo Nogueira, preso em Bangu 6 e autor do livro “Como nascem os monstros” em entrevista ao site Opera Mundi relatou que dentro da corporação a orientação dos oficiais para os recrutas era que eles podiam fazer o que quisessem: bater, espancar, quebrar cassetete em crianças de rua e em flanelinhas só tinham que ter a precaução de não serem filmados ou fotografados e não agredirem ninguém “importante”.

“Você vê agora o caso do Amarildo. Aqueles policiais que participaram do caso Amarildo, pelo menos de acordo com o que o inquérito está investigando, estão fazendo as mesmas práticas que eu já fazia, que o meu recrutamento já fazia, que outros fizeram bem antes de mim e que já vêm de muitos anos. Vem de uma cultura”, comentou ele.

Outro ponto são os regulamentos internos da Polícia Militar que de tão antigos e inadequados são anteriores à Constituição, ou seja, as ações praticadas pela polícia estão resguardadas por um regimento da época da ditadura militar que protege a imagem da corporação e os próprios policiais.

Essa é uma pequena ilustração da “política de segurança” que o governo do Estado, a reitoria e a direita querem aplicar dentro do campus da USP. Querem entregar os estudantes nas mãos de verdadeiros genocidas, principalmente do povo pobre e trabalhador – e particularmente de sua juventude.

Os estudantes da USP não devem aceitar que a Polícia Militar atue dentro do campus, bem como deve rechaçar sua existência na sociedade. Por isso é preciso se mobilizar e exigir a imediata saída da PM que anda ostensivamente armada e ameaça estudantes, invade suas entidades, reprime o movimento estudantil na USP, assim como é preciso encampar uma luta pela dissolução desse aparato de repressão e todos seus destacamentos.


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